Wonwoo desabou na cama de Mingyu. Depois de suas três primeiras experiências sexuais, estava convencido de que aquela não era sua praia. Parecia uma coisa confusa, às vezes dolorosa, e extremamente desconfortável. Mas, no momento, não conseguia pensar em mais nada. Seu corpo todo latejava com a força do desejo, a vontade de ser preenchido, agarrado e... de ouvir certas coisas.
Ele sorriu ao se lembrar do que Mingyu havia dito. Seria comum rir durante o sexo?
Batucando com o dedo na cama, ele ficou esperando, mas a paciência não era seu forte. Wonwoo era uma pessoa prática. Detestava perder tempo. E não havia terminado de ver o apartamento de Mingyu.
Ele apoiou os pés no chão, pegou os óculos e vestiu a camisa dele, sorrindo sozinho ao ver que era maior do que as suas. As costuras pinicavam sua pele, mas o cheiro dele compensava. E ele não ficaria vestido por muito tempo.
Uma olhada dentro do closet o encheu de alegria. Estava mesmo impressionado. Todos os belíssimos ternos e camisas estavam perfeitamente alinhados, organizados por cor, tecido e padrão. Ele passou os dedos pelas mangas dos paletós antes de se virar para a cômoda. Pensou em abrir as gavetas e ver como ele guardava as meias, mas achou que seria invasivo demais. E se ele o pegasse bisbilhotando? Pensaria que estava procurando alguma coisa? E ele estaria de fato procurando alguma coisa? Talvez, mas nada específico. Só queria entendê-lo melhor.
Wonwoo saiu do quarto, passou pela TV — já tinha visto a maior parte dos DVDs e guardado Chicago Fire na pasta —, deslizou os dedos pelas superfícies frias dos pesos e do banco de musculação, deu um soco no saco de pancadas e depois esfregou a mão, porque doeu.
Uma espiada na geladeira revelou que ele cozinhava com frequência. Havia um monte de temperos asiáticos com rótulos misteriosos, legumes e verduras e um monte de coisas saudáveis com que Wonwoo nem saberia o que fazer. E alguns potes do iogurte de que ele gostava.
Quando passou pela mesa para admirar a planta ali, a papelada em cima do armarinho de metal chamou a sua atenção. Deviam ser contas a pagar. Mingyu tinha problemas financeiros.
Ele lançou um olhar para a porta, que permanecia fechada. Apurou os ouvidos, à espera de passos. Nada.
Seu coração disparou. Sabia que era uma violação de privacidade. Não deveria fazer aquilo.
Ele abriu a primeira cobrança e leu o mais rápido possível. Era só uma conta de luz. Menos de cem dólares. Estava prestes a guardá-la de volta quando viu o nome escrito. Kim Mingyu.
Um incômodo doloroso se instalou em seu peito. Ele não confiara em Wonwoo o suficiente para revelar seu sobrenome verdadeiro.
Ele fez uma careta. Se não soubesse quem ele era, não poderia persegui-lo depois que tudo terminasse.
Wonwoo pôs a conta de volta no lugar. Apesar de amargurado, não conseguiu deixar de espiar outro papel sobre o armário. Uma cobrança da Fundação Médica de Seul. Não era endereçada a ele, mas a Kim Seoyeon.
Wonwoo pegou o papel e leu a lista de procedimentos: tomografia computadorizada, ressonância magnética, raios X, coletas e exames de sangue e outros. O total chegava à assombrosa soma de 17.322.418,11 wones. Eles não tinham plano de saúde?
Ele levou a mão trêmula à testa. Mingyu estava pagando as despesas médicas da mãe? Como poderia...?
Sua respiração ficou acelerada e seu estômago se revirou. Ele não tinha nenhum problema com drogas ou jogatina.
Só amava muito a mãe.
Os olhos dele se encheram de lágrimas, embaçando sua visão. Wonwoo deixou a conta como a encontrara e engoliu em seco, sentindo um nó na garganta. Ele tinha dormido com toda aquela gente, inclusive com Wonwoo, porque precisava cuidar da mãe doente.
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the kiss quotient | meanie.
General FictionJá passou da hora de Wonwoo se casar e constituir família - pelo menos é isso que sua mãe acha. Mas se relacionar não é nada fácil para ele: talentoso e bem-sucedido, o econometrista é portador do Transtorno do Espectro Autista. Se para ele a anális...