Enquanto abraçava um Wonwoo entregue aos seus braços, todo derretido e satisfeito, Mingyu sentiu seu coração palpitar como se estivesse inebriado. Aquilo não tinha sido uma simulação de foda num relacionamento simulado, ou sexo pro bono para provar que ele era uma pessoa melhor que seu pai.
Ele já tinha transado com centenas de pessoas, mas nunca sentira uma sintonia como aquela. Nunca se sentira tão desesperado para agradar, ou tão extasiado quando ele gritara seu nome e gozara para ele de novo e de novo. Não sabia o que tinha sido aquilo, mas com certeza não era só sexo. Wonwoo o abraçou com mais força, deu alguns beijos desajeitados no seu ombro e no seu pescoço e sorriu para ele, fazendo movimentos circulares em seu peito. Aparentemente não era sempre um mau sinal quando os dedos dele se agitavam, mas aquilo fazia cócegas.
Mingyu pôs a mão espalmada de Jeon sobre seu coração para impedir que começasse a batucar e tentou assumir um estado de espírito mais profissional. "Olha só você. Vou querer uma avaliação cinco estrelas."
"Seis estrelas." O sorriso dele se abriu ainda mais. Aqueles olhos cor de chocolate brilharam e se esqueceram de fugir logo em seguida, permitindo que ele o encarasse de verdade pela primeira vez naquela manhã. Aquilo o fez sentir que ele próprio tinha um valor inestimável, deixando-o sem fôlego.
"Assim você faz mal pro meu ego, que já é grande o bastante", ele se obrigou a dizer em tom de brincadeira.
"Você não é nada egocêntrico. É confiante, mas bem modesto. É uma das muitas coisas que amo em você."
Ama?
Ele sentiu uma pontada no peito.
Wonwoo jamais poderia amá-lo. Sentia aquilo com cada fibra de seu ser. O amor exigia confiança, e só uma idiota confiaria nele. Mingyu era como seu pai.
Mas poderia provar que nem tanto, caso fizesse aquilo direito. Era só o que queria. Ele olhou para o relógio e ficou surpreso ao constatar que não eram nem dez horas. Os acontecimentos daquela manhã pareciam capazes de mudar uma vida, mas os dois estavam acordados fazia só duas horas.
"Estou morrendo de fome e precisando de um café", ele falou. "E preciso pegar meu carro. Tenho roupas limpas lá."
Acima de tudo, Mingyu precisava de espaço. Os dois estavam se aproximando demais, e ele tinha que estabelecer algum distanciamento. Levantou da cama e vestiu a calça, sabendo muito bem que Wonwoo o estava admirando. Apesar de se sentir meio ridículo, desacelerou os movimentos de propósito, e flexionou o abdome ao fechar o zíper e abotoar a calça jeans. Na verdade, se vestir exigia muito menos da musculatura do corpo do que ele gostaria.
"Pode ir se arrumando."
Ele franziu a testa. "Por quê?"
"A gente vai sair para fazer compras. É o que os casais fazem dia de domingo."
Wonwoo contorceu a boca ao observar seu reflexo no espelho. Mingyu estava apresentando uma nova categoria de vestuário para ele.
Roupas de ginástica.
Principalmente, calças de ginástica.
Ele se sentia no paraíso. Não pinicavam nem um pouco e eram sempre justas. Wonwoo adorava se sentir envolvido pela roupa. E ainda faziam o contorno de suas pernas e sua bunda ficar incrível. Ele parecia um dançarino. Ou um iogue. Ou um híbrido de ambas.
"Saia para eu poder ver", Mingyu falou do lado de fora do provador.
Mordendo o lábio para esconder um sorriso, o mais velho abriu a porta e saiu.
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the kiss quotient | meanie.
Narrativa generaleJá passou da hora de Wonwoo se casar e constituir família - pelo menos é isso que sua mãe acha. Mas se relacionar não é nada fácil para ele: talentoso e bem-sucedido, o econometrista é portador do Transtorno do Espectro Autista. Se para ele a anális...