Thirteen

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                        PIPER MCLEAN

     Eu sempre tive muita fé em mim mesma e nas minhas próprias ideias, e quando essa fé faltava eu apenas fingia que ela ainda estava ali até que se tornasse realidade. Então é claro que quando eu propus o namoro falso para Jason parecia que eu sabia exatamente o que estava fazendo, mas a verdade é que eu não fazia ideia e fingir que sim não fez o medo de estragar tudo ir embora dessa vez.

     Os primeiros dias foram intensos demais, pelo visto não era apenas assumir um namoro e magicamente se livrar de todos os intrometidos no seu pé. Nossos amigos não pareciam todos convencidos da nossa história, ou talvez apenas não estivessem felizes com ela. Mesmo que ninguém tenha falado nada, com exceção de Annabeth e Hazel que vieram correndo me encher de perguntas empolgadas, dava para sentir o clima no ar no início.

     Jason também não parecia saber muito bem o que fazer, talvez fosse o arrependimento batendo, ou o fato de que ele odiava estar brigado com um dos seus melhores amigos por causa disso, mas está estranheza nos rendeu várias cenas que deixava qualquer um ao nosso redor confuso.

— Bom dia, Jay. — cheguei por trás dele e o abracei, ato que o fez se afastar assustado antes que eu pudesse depositar um beijo em sua bochecha. Frank e Nico nos encararam confusos com a cena. — Tudo bem? 

— Oi? Sim, hm. Bom dia. — ele abriu um sorriso meio sem jeito, totalmente desnorteado sobre como prosseguir. Indiquei discretamente com os olhos para a minha mão, mensagem que o loiro por sorte entendeu a tempo da situação não ficar ainda mais estranha. Ele segurou minha mão e me puxou para perto, beijando minha bochecha brevemente. — Como foi com a Juniper?

     Com o passar dos dias nós fomos nos adaptando um com o outro e ao contato físico, que nunca era muito, mas para isso a desculpa de preferirmos a discrição após tudo o que aconteceu ainda colava. E as pessoas pararam de prestar tanta atenção, a fofoca definitivamente perdeu a graça para todos quando não tinha mais algo ruim para se supor sobre. Agora, ninguém realmente ligava, apesar de eu sempre ter a sensação uma vez ou outra de que estão apenas esperando uma bomba maior explodir no nosso colo.

     Leo provavelmente vem sendo a parte mais difícil, para todo mundo. Ele nunca se aproxima se eu ou Jason estivermos por perto, e sai de chegamos. Agora as refeições que antes eram feitas em uma grande mesa, com todo o grupo, acabam por ser dívidas em dois grupos menores para que ninguém fique sozinho, e parte de mim se sente mal por ser a razão de isso acontecer.

— Relaxa, daqui a pouco eles se resolvem e tudo volta a ser como era antes. Garotos são assim, afinal nem foi grande coisa, sabe. Não é como se o Leo te conhecesse há um bom tempo e estivesse completamente apaixonado. — Annabeth me garantiu quando desabafei sobre me sentir uma intrusa no grupo deles que destruiu tudo. Ela tem sido uma excelente amiga, e provavelmente a única pessoa que comprou com alegria a história do namoro.

     Apesar de tudo isso, as últimas duas semanas foram de completo alívio, mesmo com os demônios internos com os quais ainda preciso lidar diariamente. A situação com Erik continua voltando à minha cabeça em momentos de quietude, por isso tento me manter o mais ocupada possível a todo momento, o que de certa forma é bom.

     Entretanto, como forma de aceitar não entrar em contato com meu pai, Grover convenceu o diretor para que me obrigasse a ter algumas sessões de terapia com a psicóloga da escola, condição a qual não me deixou muito feliz. São sempre quarenta e cinco minutos perdidos em quase completo silêncio ou comigo repetindo sempre a mesma coisa:

— Bem. Eu estou me sentindo bem. — Garanto após Juniper me perguntar como venho me sentindo nos últimos dias, seu olhar atencioso recai sobre mim e consigo ver em seus olhos que ela não acredita.

Losing Game - Jasiper Onde histórias criam vida. Descubra agora