déesse française |• Shuji Hanma•|

Anjo da guarda

Polo Norte, Sexta-feira, -30°C

Frio...puta merda, meus ossos estão congelando.

- Chegamos chefe.- Ouvi uma voz masculina irreconhecível.

- Ótimo, leve ela.- Senti um aperto forte no braço, ele me levantou e me fez andar por sei lá onde.

Um vento muito forte bateu contra minha pele, eu extremeci, resmunguei sobre o quão fodida eu sou e ele me jogou em algo macio e molhado, e muito, muito gelado.

Comecei a andar sobre o lugar que afundava, porra eu já não sentia mais as minhas pernas, se eu sair daqui a pneumonia vai ser forte. Ele me jogou em algo duro, mas escorregadio, eu já imagino onde esteja, mas não, é impossível, tipo...Não.

- Sentiu saudades amor?- Izana, ele tirou a venda de meus olhos.

- Preferia continuar com a venda.- ele fechou a cara e me deu um tapa no rosto, que inclusive ardeu 3 vezes mais do que o normal, por meu corpo estar muito gelado.

- Eu disse que ia fazer da sua vida um inferno.- Ele se levantou- Tá com medo princesa? Tá se tremendo toda...- Filho da puta.

- Nossa...tá calor né- Disse o cara com duas blusas de pelo, boca seca, cílios com neve e pele quase transparente.- Tira o vestido.

- Nem fudendo- Mordi o Lábio tentando me forçar a parar de tremer.

Ele fez sinal com a cabeça para seu capanga, ele veio até mim, bati com a minha cabeça na sua, fazendo um corte em sua testa, ele me deu um soco na cara, minha boca começou a sangrar, ri e ele segurou meu cabelo com força.

- Normalmente sadomasoquismo eu só gosto com meu namorado- Sorri com sarcasmo.

- Vadia.- Ele disse e rasgou meu vestido.

- Você ta se metendo com a pessoa errada Izana.- Meu corpo está queimando de tão gelado.

- Você tirou tudo de mim.- Ri.

- Eu?- Gargalhei- Você matou os meus pais, você matou o Joseph, Você Izana, Você tirou tudo de mim, Tudo.

- Seus...- Ele arregalou os olhos, naquele momento, ele descobriu, descobriu que quem começou essa guerra foi ele mesmo, ele é o culpado da morte de sua irmã.

Mas agora, já é tarde demais.

Me levantei e chutei o saco do cara a minha frente, sai correndo pela neve, vários homens começaram a vir atrás de mim, não é fácil correr nessa merda de neve, eu juro que se sair viva dessa merda, eu nunca mais piso em um lugar com neve.

Senti um peso sobre mim, Izana, ele me agarrou, dei um soco em seu rosto, ele prendeu meus braços, caralho, eu sou tão fraca assim?

- Chega!- Ele disse ofegante, ficamos nos encarando, avancei em seus lábios, ele foi enfiar a língua em minha boca e eu a mordi, com muita força, ele se afastou e me deu um tapa estralado na cara, sangue começou a pingar pela neve.- Sua Vagabunda!

- Vagabunda não! Eu sou trabalhadora honesta!

Tempo, eu precisava de tempo, apenas isso, sei que não saio daqui sozinha, e também sei que Hanma virá atrás de mim, ele nunca me deixaria aqui.

- Estamos em uma bela posição não acha?- Ele sorriu, com a boca toda ensanguentada, só então percebi que ele estava sobre mim, ele se mexeu roçando em mim, senti nojo, muito nojo.

- Nem tenta, nesse frio aqui a sua verruga mijarenta nem deve existir mais.- ele começou a colocar neve sobre meu corpo, tava ficando difícil respirar, por se mexer muito em uma temperatura muito baixa, merda.

Ele colocou neve dentro do meu sutiã, gemi de dor, porra aquilo ardia, eu não sei se esse cara é daquele tipo com fetiches malucos, mas eu não tô a fim.

Chega logo Hanma

Enfiei minha unha no olho dele e ele começou a gritar, ele se afastou e eu sai correndo, meu corpo tá fraco, minha pressão está baixando, tô começando a achar que eu não saio viva dessa.

Corri sem olhar para trás, mas parei quando vi que só o que restava era água, não tinha mais nada, água e neve apenas, ele estava vindo, seus homens estavam vindo, me virei e vi eles ajoelhados na neve com os fuzis em mãos, izana com um Glock, não tem saída...

Não tem saída...

Mãe? Pai? Acabou, mas não pelas mãos dele, não de novo.

Me joguei na água, frio, silêncio e dor, fim? Acabou? Assim? Depois de tudo, eu finalmente achei que estava bem, e aí, é o meu fim. Aqui é tão gelado, e silencioso, é até que confortável, o mundo para quando você está afundando no mar em meio ao polo norte aos 23 anos de idade, eu fui tão ruim assim?

Não me perdoe pelos meus pecados Deus, pois eu não te perdoei quando me matou pela primeira vez.

...

Braços? Calor? Será que é o diabo me abraçando? Não, é o meu anjo da guarda, é o meu amor.

Pietro Gonzalez, 20 minutos antes.

- Tudo pronto??- Gritei dentro do avião de guerra, Hanma colocou o cinto cheio de granadas e assentiu.

- Se preparem!!- Thomas gritou no controle do avião.

- Sempre estou pronta- A mulher de cabelos grisalhos disse com ódio nos olhos e um fuzil no ombro, eu ela, Diego e Hanma paramos em frente a porta.

1...

2...

3...

A porta abriu, bem em cima dos caras de Izana, pulamos e jogamos granadas neles, abri o paraquedas enquanto tudo explodia lá em baixo.

- Cadê ela??- Hanma disse já no chão

- Presumo que no quintos dos infernos- Izana disse rindo, eu fui para cima dele.

- Na água!- Catherine gritou para Hanma, no mesmo momento ele pulou dentro da água.

Shuji Hanma

Por favor, aparece, por favor minha bonequinha, não vá!

Mais fundo, mais fundo e mais fundo, e nem um sinal dela, Deus, se você tirar ela de mim, prepare seus anjos e demônios, pois eu farei a maior guerra já vista em seus céus.

Alice...

Ela estava ali, pálida, fria e talvez morta, eu não sei, apenas a agarrei e tirei daquele mar gélido, a coloquei sobre a neve e puxei o ar com força, minha mãe se abaixou rápido chamando pelo marido, Pietro...bom...ele tirava os miolos de Izana para fora aos socos.

Eu falo isso literalmente, o cérebro do cara já estava espalhado pela neve, sempre admirei sangue na neve.

- Você...tirou ele de mim...- o olho de Izana vôo- Você tirou meu filho de mim.

Eu paralisei, não sabia se era choque pelo o que tinha acabado de ouvir ou se porque a mulher que eu mais amo está morrendo em meus braços e eu não tenho o que fazer.

Agarrei ela em meus braços, fiz respiração boca a boca, esquentei seu corpo, eu fiz de tudo, agora estava sobre o corpo frio dela chorando e implorando para que voltasse, como a porra de uma criança.
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1129 palavras ♡♡

Tão sentindo esse ventinho gelado?