déesse française |• Shuji Hanma•|

Culpa mía

Shuji Hanma

Seu peito sacudiu e um tanto de água saiu de sua boca, a virei para poder cuspir a água, minha mãe colocou mais um casaco sobre Alice.

- Shuji...- A agarrei em meus braços, tão perto, eu cheguei tão perto de perder tudo.- Chorando por mim?- Ela riu e tossiu.

- Não estava chorando, é só frio.- Me levantei com ela em meu colo, enrolada em blusas de frio e com o rosto em meu pescoço, ela sussurrou.

- Eu sabia que viria.

- É porque eu sempre venho.- Caminhei com ela sobre aquela neve coberta de sangue, era um campo de batalha, lindo e sangrento, onde nós, novamente e finalmente fomos os vencedores.

{...}

- Dói? Seu corpo- Disse agachado a frente de Alice que tomava um chá que a entreguei, ainda dentro do avião.

- Sim...- ela fungou, seus lábios trêmulos e cabelos molhados.

- Vou ligar para o médico, que ele já fique à espera em casa.- Ela assentiu e eu me afastei.

Alice Leroy

Olhei para Pietro, ele estava olhando para o chão, em seu rosto tinha dor, e eu não entendi, estamos bem, não é?

Me levantei e fui até ele, me sentei ao seu lado e deitei a cabeça em seu ombro, ele me olhou, seu olhar se suavizou.

- Como você tá?- Ele perguntou e me abraçou de lado.

- Acredito que com pneumonia- Brinquei com um fundo de verdade- Mais e você?

- A Angel está no hospital...- Fiquei em dúvida pelo nome desconhecido, mas logo entendi.

- O que aconteceu com ela??

- Ele mandou irem atrás dela, Alice eles mataram meu filho- Sua voz falhou, meu coração se quebrou.

Minha culpa...

De novo...

E eu se quer sabia o que fazer, no fim eu me pergunto, eu sou tão foda como todos pensam?

O abracei forte, quer dizer, com as forças que eu tinha, ele desmoronou em meu ombro, chorou como quem havia perdido uma parte de si, e eu apenas acariciei sua cabeça.

- Me desculpa...- Eu chorei? Não, e isso só me fez se sentir pior, por que caralhos eu tenho tanta dificuldade de chorar em momentos precisos.

- A culpa não é sua, estamos juntos nessa.- ele deitou a cabeça em meu ombro.- Eu só não deveria ter deixado ela sozinha.

- É crianças, aquele lá não atormenta mais ninguém.- Catherine sentou a nossa frente com seu chá em mãos, e muito elegante, uau, eu vi a tia Catherine em missão, porra, imagina ela e a mamãe.

Perfeitas.

{...}

Espirrei de novo, e de novo e de novo, puxei o ar após a sequência de espirros, meu peito e meu pulmão queimam, o médico me olhou quase que falando " você tá viva mesmo?".

- Nada de esforços físicos, boa alimentação, sem bebidas- ele arrumou o óculos- E sem sexo por no mínimo 2 semanas- Ele olhou para Hanma e depois para mim.

- Certo, certo.- Hanma disse.

- Tomar os remédios no horário certo, todos eles, viu mocinha- Assenti- E se piorar, o que é bem possível, me ligue na mesma hora.- Ele se virou para Hanma- Qualquer dor diferente, mais forte ou uma falta de ar que seja, não deixe de me ligar, isso é sério e bem perigoso senhor Hanma.

- Claro, eu ligo sim.- Ele pegou um envelope e entregou para o doutor- Obrigado.

- Eu que agradeço- Ele pegou o envelope a maleta e foi até a porta- Melhoras senhorita Alice.

Ele saiu e eu revirei os olhos, tanto remédio, vou ficar dopada o dia todo, eu tomei 4 saquinhos de soro com remédios diferentes, eu já tô alucinando.

- Alice- Sai do meu transe e olhei para ele- Eu te amo.

Sorri e estiquei o braço, ele veio e se deitou ao meu lado com todo cuidado para não me machucar, pois pelas próximas 2 semanas eu sou de vidro, acariciei seu cabelo bicolor, Tive tanto medo de nunca mais poder fazer isso.

- Eu Te amo, Shuji Hanma.

Pietro Gonzalez

Entrei no quarto do hospital, ela estava acordada, olhando para a janela ao seu lado, enquanto passava um programa qualquer na televisão, me doeu ver ela assim. Angel é perfeita, Pele negra, olhos castanhos, cabelos com dreads, e tem o sorriso mais lindo que eu já vi, seu nome é auto explicativo.

- O que você fez?- Ela perguntou sem me olhar

- Você sabe.- Ela virou seu rosto para mim.

- Foi muito cruel?- Me lembrei da cena e balancei a cabeça em negação.

- Não, foi rápido e sem dor.

- Sei que é mentira- ela pegou a gelatina que estava ao seu lado- Mas não vou te julgar dessa vez, Obrigada.

Fui até ela e dei um beijo em sua testa, ela deu uma colherada na gelatina e fez careta, ri e acariciei seu cabelo.

- Quer comer comida de verdade?- Ela assentiu.

- Por favor, já é a terceira gelatina com gosto de borracha que me dão.

- Vou comprar o que quiser, hoje a noite mesmo você já vai voltar para casa.

- Eu posso...ir para a sua? Eu não quero ficar sozinha lá em casa...- a cortei.

- Eu nunca mais vou te deixar sozinha Angel.- levantei seu queixo- Vamos embora, para bem longe.

Fiquei com Angel no quarto enquanto ela dormia, e acabei pensando demais. Naquela tarde eu percebi que as coisas tinham que mudar, não somos mais adolescentes rebeldes sem responsabilidades, que fazem loucuras, roubos, rachas, terrorismo pela cidade, e no fim a gente não se importa no que dá. Somos adultos agora, Assassinos procurados pela interpol, com família, pessoas muito importantes que podem ser atingidas por nossa culpa. Temos que ter cuidado, agora tem muita coisa em jogo, e como pensamos ontem, eu ainda estava em dúvida, mas agora tenho certeza, Vamos dar um tempo nessa merda.
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