capítulo 20

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4 meses se passaram desde que eu e Henry estamos juntos, agora como um casal, ou seja lá o que formos. As vezes isso me incomoda muito, o fato dele nunca ter feito um pedido formal, pra mim ao menos. Agora que todos pensam que não estamos mais juntos a minha vida voltou ao normal. Giovanni até voltou a falar comigo, o que é bom, já que eu não quero perder sua amizade. Eu sei que ele tem sentimentos por mim, e por isso eu deixei muito claro que no momento eu não queria me envolver com ninguém, ele parece ter entendido. Só quem sabe da verdade sou eu, Henry e agora Sabrina. Afinal, ela é minha melhor amiga. Eu não poderia viver algo desse tipo e deixar Sabrina de fora. Henry sempre vem me visitar, e eu não posso ir ao seu apartamento. Não saímos juntos, e quando nos vemos no trabalho ele apenas me lança um olhar me cumprimentando. Eu não gosto disso. E já brigamos algumas vezes. Eu queria mais. Mas no momento é o que temos. Tenho tentado ser paciente, até nas vezes em que eu ligo e a tv e está lá uma notícia do meu namorado com a suposta namorada dele, eu desligo rapidamente a tv e tento me concentrar fazendo outras coisas. Felizmente falta apenas alguns meses para o filme ser lançado, já que Henry conseguiu fazer com que o diretor adiantasse muito as coisas, já que ele não queria ficar mais tempo fazendo aquele teatrinho. E parece que surtiu algum efeito, já que daqui a uns 3 meses o filme vai ser lançado, e o namoro dele pode acabar daqui a 3 meses também. ,"Se concentra, Louise. Você só tem que esperar mais 6 meses e tudo isso acaba”. Esse é o meu mantra diário.
***

Quando chego no trabalho Giovanni está sentado na minha mesa, me esperando.

—Ei, quem te deu autorização para vir aqui na minha mesa? —eu digo sorrindo.

—Eu queria te convidar pra ir almoçar comigo hoje, juro que é sem nenhuma intenção. —ele diz enquanto beija os dedos em formato de cruz.

—E se eu não aceitar?

—Aí você vai ter que arrumar outro lugar pra sentar.

—Esse me pareceu um argumento bastante convincente.

—Claro que é. —ele diz se levantando da minha cadeira.

—Tudo bem, espertinho. Agora vai logo pra sua mesa—eu digo colocando as mãos nas suas costas enquanto o empurro.

Ele se vira de uma vez e me olha nos olhos, em resposta ao meu toque.

—Só não fica me tocando muito, senão eu não me seguro.

—Engraçadinho.

—Obvio.

—Nem acredito que você me perdoou.

—Faz parte. Você é do interior, facilmente iludida.

—Ei, não precisa humilhar assim.

—Eu vou pra minha mesa agora, te vejo na hora do almoço.

Ele me dá um beijo na bochecha e vai pra sua mesa.

Meu coração fica quentinho em pensar que Giovanni me perdoou, ele é um cara legal. Espero que ele arrume uma garota legal também.

As horas passam voando, eu pego meu casaco e vou até a mesa do Giovanni.

—Pronto? —eu digo parada ao lado da sua mesa.

—Claro, tô só finalizando aqui. —Ele clica no computador e desliga.

—Vamos? —eu ofereço o braço a ele, e ele recebe.

—Vamos.

Nós chegamos no restaurante juntos e pedimos a comida enquanto conversamos.

—E o que aconteceu pra vocês terminarem? —Giovanni pergunta.

—Não quero falar sobre isso, Giovanni. Só acabou. E eu não quero me envolver com nin...

—Ninguem, eu sei. Você já disse isso dezenas de vezes.

—E vou continuar dizendo. E você? Nenhuma garota na jogada?

—Até tem uma, mas não quero falar sobre ela.

—Certo.

Meu celular acende e eu o pego rapidamente antes que Giovanni veja o rosto de Henry na tela.
Eu levanto atendendo a ligação.

—Preciso atender, um minuto.

Eu entro no banheiro feminino e me sento no vaso.

—Oi, Henry. Pode falar, querido.

—Por que está com esse cara?

—Que cara? Giovanni?

—Obvio que é o Giovanni, Louise. O que diabos você está fazendo com ele nesse restaurante?

—Almoçando ué. E como você ficou sabendo disso?

—Eu ia passando e vi vocês entrando, e eu estou aqui no carro me segurando pra não ir aí quebrar a cara dele e te pegar pelo braço.

—Ei, calma. Ele é só meu amigo, me chamou pra almoçar. Foi só isso. E eu não gostei do seu tom.

Ele abaixa a voz e então diz.

—Você sabe que não dá pra ser amiga desse cara, Louise. Ele quer algo a mais.

—Ele quer, mas eu não quero.

—Certo. Eu tô te esperando aqui no carro, vem logo.

—O que? Agora? A comida nem chegou ainda.

—Não importa, Louise. Eu almoço com você.

—É? E como você vai almoçar comigo se ninguém pode ver a gente juntos?

—A gente pode ir pra sua casa, comer lá.

—Eu não. A gente já fica tanto tempo lá que eu já estou cansada. Além do que, eu vim com Giovanni, não vou embora só porque você ficou bravinho. Ele é meu amigo e eu tenho respeito por ele.

—E quanto a mim, Louise? Você não tem respeito por mim?

—Tanto tenho que estou aqui conversando com você, te dando satisfações de coisas infundadas. Enquanto meu amigo está lá sozinho.

—É? Então termina a droga do seu almoço com aquele desgraçado.

—Olha, eu não acho que essa seja a forma certa de se falar comig...

Ele desliga o celular na minha cara enquanto eu fico incrédula.

Aulas Para Uma Virgem - Amanda PlathOnde histórias criam vida. Descubra agora