capítulo 8

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Eu chego até minha casa e tento não pensar no que aconteceu, é pior quando penso, em que enrascada eu fui me meter?

Pego o celular e procuro por seu perfil na internet, um Story no Instagram acabou de ser postado. eu visualizo mesmo sabendo que vou me arrepender. Dito e feito. Na foto aparece uma mulher loira, bonita, deve ter uns 30 anos. Ela usa um decote tão profundo que consigo ver quase seu umbigo. Uma pitada de raiva sobe pelo meu corpo. Eu me sinto uma idiota, eu não, ele é um idiota. Um completo idiota. E eu mais idiota ainda por achar que um cara como aquele pode ter um pingo de sentimentos, por mim ou por quem quer que seja.

Depois de alguns minutos ele me manda uma mensagem.

"Não sabia que você ia ficar me stalkeando". Eu apenas visualizo sem responder mais nada,

"Tá ocupada, caipira?"

Eu quase vômito de tanto nojo. Se concentra na sua meta, garota. Se concentra na sua meta.

Eu guardo o celular e vou deitar, tento pegar no sono mas os acontecimentos dos últimos dias fazem minha cabeça rodar. Eu saí do interior, vim pra cidade grande, consegui o emprego dos meus sonhos e ainda estou dando uns amassos no cara mais gato da cidade. É, foi uma baita evolução. Eu preciso me livrar do meu problema com garotos, eu gosto do Giovanni, ele seria um bom namorado. Se eu não fosse tão estranha não precisaria dessas aulas.

Eu finalmente adormeço e então já é hora de acordar, meu despertador toca e eu vejo as horas. Estou atrasada para o trabalho, pego a primeira roupa que vejo pela frente e vou em direção ao metrô. Quando chego no vagão finalmente percebo que estou com vestido muito curto. Tento não parecer constrangida enquanto alguns homens me olham como lobos famintos. Desço na minha estação e corro até o prédio alto em que trabalho.

Quando chego na minha sala vejo Giovanni já na sua mesa, ele me lança um sorriso e depois afunda a cabeça nos papéis novamente. Emilly também está trabalhando em suas anotações, ótimo, só eu sou a desocupada aqui. Eu tiro o sobretudo e então vejo os olhos de Giovanni se iluminarem nas minhas pernas. Eu até gosto da sensação. Sento na cadeira e tento me concentrar no trabalho.

Na hora do almoço todos saem do escritório, mas eu, como cheguei atrasada decido ficar na hora do almoço para compensar. Enquanto estou afundada em papeladas vejo um rosto familiar na porta. É Henry.

Ele usa uma camisa branca de linho, uma bermuda caqui e os seus cabelos estão levemente bagunçados. Ele é perfeito. O tipo de gente que te deixa nervosa só de olhar. Ele vem na minha direção e diz sorrindo.

-Não vai almoçar, caipira?

-Já disse que não gosto quando me chama de caipira. Eu tenho nome e é Louise. -eu digo enquanto solto o ar, tentando manter a calma.

-Certo, Louise. Você tem que relaxar. Eu sei um jeito bom de fazer isso. -ele diz dando um sorriso malicioso, ele senta na minha mesa e então diz.

-Você tá chateada comigo?

-Eu? Por que eu estaria?

-Não sei, ontem você saiu da minha casa de um jeito... Achei que tivesse feito algo errado.

-Deve ser porque você me expulsou né.

-Não expulsei. É que estava com muito tesão e precisava me aliviar, você estava ali na minha frente, eu não queria me descontrolar. Além do mais, quero que isso dure mais um pouco.

-Por que? -eu digo confusa.

-Por que o quê? -ele fala

-Por que você quer que dure?

-Ah, não sei. Gosto da sua companhia.

-Você disse que não podíamos nos apaixonar.

-Ué, e quem disse que eu estou apaixonado? Eu só acho divertido o que estamos fazendo, eu nunca fiz isso antes. É tão empolgante.

-É, acho que sim. -eu digo com uma pequena pontada de decepção.

-Mas e aí? Não vai almoçar? Eu conheço um restaurante bacana aqui perto.

-Se a gente começar a sair junto todo dia eles vão comentar. Não quero perder meu emprego. Você é um astro mas eu sou só uma assistente de roteirista.

-É, acho que tem razão. E que tal me encontrar na minha cobertura mais tarde? Tenho uma lição importante pra te ensinar, leva uma roupa de banho.

-Pra que? O que vamos fazer?

-Nadar né.

-Eu já sei nadar. Achei que ia me ensinar como conquistar um cara.

-Você é muito impaciente. Espere e verá.

-Tudo bem. -eu digo dando de ombros e voltando para a minha mesa.

Aulas Para Uma Virgem - Amanda PlathOnde histórias criam vida. Descubra agora