Eu volto para a minha mesa e Giovanni está lá me esperando, a comida já tinha chegado mas ele ainda me esperava para comer.
Eu tento dar meu melhor sorriso mas ele percebe.—Aconteceu alguma coisa? —ele pergunta preocupado.
—Não, era meu pai.
—Ele falou algo que você não gostou?
—Tipo isso. Vamos comer? Essa comida tá com uma cara ótima. —eu digo pegando os talheres.
Nós comemos e voltamos ao escritório. Quando meu expediente acaba eu vou pra casa, e quando chego Henry já está lá me esperando, eu quase me arrependo de ter dado uma cópia da chave a ele.
Ele já está lá me esperando, em pé do lado do sofá, como um fantasma. Eu coloco a bolsa no cabide e ele anda em minha direção. Agarra meu rosto com as mãos e me beija.
—Me desculpa, linda. Eu fiquei louco quando vi você com aquele cara.
—Giovanni é meu amigo, só isso.
—Eu sei, e acredito em você. Prometo que vou melhorar, você pode ter paciência comigo? Isso é tudo novo pra mim também.
—Posso, Henry. Só não faz isso de novo tá bom?
—Ta bom. —nós nos beijamos e então eu noto uma caixa em cima do sofá.
Eu corro para abrir com um sorriso no rosto.
—É pra mim?
—É sim, eu pensei no que você disse. Quero que você saia comigo hoje.
—Mas, como? Você disse que não poderíamos sair juntos.
—Hoje a gente pode.
Eu abro a caixa e tiro um vestido vermelho de seda, é lindo.
Beijo Henry em agradecimento.—Onde nós vamos? —eu pergunto ansiosa.
—Um amigo meu vai fazer uma exposição de arte, não vai ser muito grande. Vai ter pouca gente, algo mais intimista.
—Eu amo arte. Vou adorar.
Eu termino de me arrumar e nós saímos. Quando chegamos a porta do prédio eu paro um instante com um frio na barriga, esperando que Henry segure a minha mão mas ele não faz. Uma pitada de decepção toma conta de mim. Tudo bem. Não podemos dar muita bandeira, já estamos nos arriscando o suficiente só de estarmos aqui.
—Vamos, linda?
—Vamos.
Nós entramos e andamos pelo salão, deve ter apenas umas 30 pessoas. Todas elas estão admirando a beleza das obras, Henry cumprimenta alguns com a cabeça e eu faço o mesmo. Depois de mais o menos 20 minutos Henry vê seu amigo, de nome Antony. Ele anda em sua direção e eu o acompanho. Ele dá um abraço apertado no homem, é um homem de alto e loiro, tem cara de alemão.
—Quanto tempo, seu patife.
—Faz quase um ano, Antony. Você precisar vir a Nova Iorque mais vezes.
—Você sabe que meu lugar é o campo, cara.
Eu me sinto um pouco deslocada e então Antony olha pra mim.
—E essa linda moça?
—Ah, claro, essa é Louise, minha amiga.
Eu sinto uma pontada no meu coração, fico estática enquanto pisco repetidas vezes, tentando absorver o que aconteceu. Ele me trouxe pra sair pra me apresentar como sua amiga? É isso mesmo? Eu fico imóvel por alguns segundos e só então me lembro de cumprimentar Antony. Eu faço o meu melhor para dar um sorriso a ele.
—Prazer em conhecê-lo, Antony.
—Prazer, Louise. Conhecendo Henry como conheço, é difícil imaginar que vocês sejam só amigos.
—É exatamente isso que nós somos. Amigos. —eu encaro Henry enquanto digo isso, a raiva toma conta de mim. —Se me permitem, eu preciso de um pouco de ar.
Eu ando em direção a área externa, tentando respirar fundo e não ter uma crise de ansiedade ali mesmo. Sinto vontade de vomitar e minha cabeça gira. Estou com tanta vergonha, me sentindo tão pouca coisa que tenho vontade de cavar um buraco e me enterrar. Vejo Henry vindo em minha direção, eu respiro fundo.
—O que aconteceu, Louise? Porque saiu daquele jeito? Achei que tivesse gostado da gente sair. Você sempre pediu por isso.
—Não pedi pra ser apresentada como sua amiga. É isso que eu sou pra você?
—Claro que não, Louise. Mas você sabe que eu não posso contar a verdade a ele.
—Henry. Sinceramente. Eu acho que não quero fazer mais isso.
—Do que você está falando?
—Estou falando que quero ter um namorado. Um namorado de verdade.
—É isso que nós somos, Louise.
—Ah, sério? E cadê o anel? Quando você fez o pedido? Quando fazemos coisas de namorados, tirando o sexo?
—Você sabia que ia ser assim, Louise. Eu te expliquei que não poderíamos ser vistos.
—Eu sabia, claro que eu sabia. Mas na minha cabeça eu ia tirar de letra, mas agora está mais difícil do que o que pensei.
—Só preciso que tenha paciência, Louise.
— Paciência, paciência, é só o que você me pede. Eu já estou cansada de ser paciente e cuidadosa e todas essas coisas. Eu sinto que vou explodir a qualquer momento, Henry. Você me machuca o tempo todo com essas coisas.
—Me desculpa, linda. Eu gosto de você de verdade. Eu só não sei como resolver isso. Juro que estou fazendo o meu melhor.
—Talvez o seu melhor não seja o suficiente. Eu vou pra casa.
—Agora? Mas a gente mal chegou.
—Não precisa ir comigo, eu sou só uma amiga. Pode ficar e curtir a noite.
—Não faz isso, Louise. Não age como uma criança imatura.
—Se é isso que pensa de mim você devia me deixar em paz.
—Não foi isso que eu quis dizer. Só estou nervoso.
—Certo. Eu tô indo. Não vem atrás de mim.
Eu ando em direção a calçada, peço um Uber e vou pra casa.
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Aulas Para Uma Virgem - Amanda Plath
FanfictionLouise é uma garota ingênua que acabou de se mudar para Nova Iorque na esperança de ser uma roteirista famosa, quando ela se vê apaixonada por um colega de trabalho um dos solteiros mais cobiçados da cidade se oferece para ser seu professor de seduç...