capítulo 11

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Os dias passam depressa e eu me lembro da sensação dos dedos dele nas minhas pernas.

Eu tento desviar o pensamento mas é tudo que penso desde que aconteceu, desde esse dia eu e Henry não nos vimos mais. Ele não me procurou mais desde então, e embora eu quisesse muito descobrir o porquê, sou orgulhosa demais para ir atrás de quem quer que fosse.

Os dias passaram bem no trabalho, só Emilly que vez ou outra me lança um olhar mortal.

***
Na manhã de segunda-feira eu chego cedo até o trabalho, sento na minha mesa e tento me concentrar nas coisas que tenho que fazer.

Se Henry não quiser mais me ver ou me ensinar as coisas, tenho pra mim que já sei o suficiente para tentar conquistar Giovanni.

Ele tem olhado cada vez mais para mim, toda vez que levanto os olhos ele está olhando para mim, é difícil explicar o que seu olhar quer dizer. Parece um misto de desejo e medo. Na hora do almoço eu me levanto e pego meu casaco e então quando me viro vejo Giovanni atrás de mim, nossos corpos estão tão colados que quase posso sentir sua respiração, ele parece nervoso.

—Louise.

—Sim? —eu consigo dizer e tento me controlar para não dar pulinhos de felicidade.

—Que bom, pensei que você era muda ou simplesmente não gostasse de mim. —ele parece relaxar agora.

—Não, é que sou tímida.

—Certo, entendi. Então se eu te chamar pra sair no fim de semana você vai me dizer sim?

—Sim, eu aceito! —Minha fala sai tão rápido que soa estranha.

—Ótimo, eu pego você às nove, aqui está meu número, depois você pode me mandar uma mensagem informando onde eu tenho que buscar você.

—Certo. —é o que eu consigo dizer.

Ele se inclina para perto de mim e então dá um beijo na minha bochecha. Eu quase caio de tanto nervosismo. Mesmo assim consigo me manter firme.

Quando ele some pela porta eu começo a dar pulinhos de felicidade, tenho vontade de ligar para Sabrina e contar tudo ou pra Henry.

Mas se eu  contasse para Sabrina eu teria que contar sobre Henry e a ideia não parece nada boa, ela é minha amiga e sei que guardaria segredo mas talvez Henry não entenderia.

Vou até o banheiro feminino e ligo para Henry.

—Oi, Henry. É a Louise, tá ocupado agora?

—Ah, oi Louise.

Sua voz sai desanimada demais e eu me pergunto se ele está bem.

—Você tá bem? Nunca mais me procurou pra continuar com as lições.

—É que eu ando muito ocupado. —ele diz seco do outro lado da linha.

Eu quase me arrependo por ter ligado, mas já que liguei decido dizer o motivo.

—É, certo. Eu só te liguei pra agradecer. Giovanni me chamou pra sair no fim de semana e eu consegui aceitar, acredita?

—Que bom pra você. —ele diz do outro lado da linha ainda menos empolgado. —Se você me dá licença eu estou muito ocupado aqui, Louise. Outra hora eu te ligo.

—Cert...

Antes que eu pudesse me despedir ele desliga na minha cara e eu só consigo sentir raiva de mim por ser tão burra a ponto de pensar que ele é um cara que se importa minimamente comigo.

O resto do dia passa sem mais complicações.

Eu chego em casa e tiro a roupa depois me jogo na cama, decido olhar os stories de Giovanni e vejo ele com um pastor alemão e dois huskies, na foto eles estão todos jogados em uma cama, o sorriso de Giovanni ilumina a foto.

Depois decido olhar os stories de Henry e vejo ele em uma balada cercado de loiras siliconadas.

Como dois homens podem ser tão diferentes?

Quando eu cochilo sou despertada pelo barulho do meu celular tocando. Me concentro para ler o nome no visor, é Henry.

—Oi. —eu digo irritada pela forma que ele me tratou hoje cedo.

—Louise, diz pro seu porteiro me deixar subir.

—O que? Você tá aqui no meu prédio? Pra fazer o que?

—Sua lição ué, me deixa subir, caipira. Ou você quer que seu encontro com o senhor perfeito dê errado?

Eu sinto um aperto no meu coração, visto um hobby e depois ligo para o porteiro deixar que Henry suba.

Aulas Para Uma Virgem - Amanda PlathOnde histórias criam vida. Descubra agora