Ele me leva até o restaurante, puxa a cadeira para mim e depois que pedimos e o garçom vai embora ele começa.
—Certo, então quer dizer que você é virgem?
—Sim.
—E por que? Você nunca teve vontade de fazer isso antes?
Eu me ajeito na cadeira, tentando achar as palavras certas, quando penso um pouco, digo.
—É que eu fico muito nervosa quando estou perto de quem gosto realmente. Agora mesmo, com você eu consigo falar porque não estou atraída por você, mas com outra pessoa pela qual eu estivesse atraída eu não conseguiria.
—Então está me dizendo que só conseguiria ter envolvimento sexual com quem você não está apaixonada?
—Tipo isso.
—E você nunca tentou fazer terapia pra resolver isso?
—Sim, eu fui por um tempo mas acabei parando por achar que não funciona. Eu já estou quase perdendo as esperanças. Já tenho 24 anos, logo terei 30 e ficará ainda mais difícil.
—E se você tivesse uma amizade colorida? Alguém por quem você não estivesse apaixonada, alguém que você não pudesse cobrar nada e que não te cobrasse nada.
—Poderia funcionar, talvez. Mas eu só tenho uma amiga e digamos que eu não me interesso muito por mulheres.
Ele explode em uma gargalhada.
—O que é tão engraçado?—eu pergunto brava.
—E se eu te disser que eu posso ser esse seu amigo? Eu poderia te ensinar tudo.
Dessa vez sou eu quem caio na gargalhada. Quando finalmente paro de sorrir minha barriga está doendo.
—Você? E por que você faria isso?
—Bem, digamos que eu nunca conheci uma virgem, não uma que realmente fosse. —ele diz olhando para mim com um olhar sedento.
—E por que eu deveria aceitar?
—Por que eu sou tão cafajeste que não vou me apaixonar por você, assim como você me despreza tanto que não vai se apaixonar por mim. No final você vai ter o que você quer e eu vou ter o que eu quero. Não é o bastante?
—Mas isso é errado, é tipo, sei lá, uma prostituição.
—Olha, Louise, você não precisa ir até o final comigo. A gente só vai até onde você quiser ir, eu não sou nenhum abusador ou coisa do tipo. Se você quiser que eu te ensine só a beijar, eu te ensino a beijar, se quiser transar a gente transa e se quiser aprender a fazer um boquete eu te ensino também.
Quando ele diz a última frase eu engasgo com a água. Ele sorri e então diz.
—E aí? O que me diz?
Eu o encaro, tentando pensar no que dizer.
—Não sei. Tenho que pensar. Isso tá parecendo uma loucura.
—E é, mas veja bem, eu sou a sua melhor chance de se livrar desse carma. Depois de mim você vai poder ficar com não sei quantos Giovannis.
—Não quero ficar com vários.
—Eu sei, madame. Pense com carinho. Aliás, não é toda garota que tem sua sorte. Eu só fiz isso porque você me pareceu ser uma garota legal, e é melhor que eu te ensine do que um babaca qualquer, aqui é Nova Iorque, uma hora ou outra vai aparecer alguém.
—Prometo que vou pensar.
—Espero que sim. Agora vamos comer.
O garçom chega com nossos pratos e conversamos sobre mais algumas coisas. Ele me leva até o trabalho de novo e quando estou prestes a descer do carro ele diz.
—Caso você aceite, esse é meu telefone, passo meu endereço quando você me ligar. Vou ficar esperando. —ele pisca para mim, enquanto me entrega um cartão.
—Ta bem.
Eu entro no minha sala e me jogo na cadeira, mal posso acreditar no que aconteceu. Eu acabei de me abrir com um estranho sobre coisas que nunca contei a ninguém, e pior, o cara mais gostoso de Hollywood se ofereceu pra ser meu professor de sedução. Qual a probabilidade de isso acontecer?
Tento processar tudo o que aconteceu, quanto mais eu penso mais fico confusa. Se eu puder me livrar desse problema vou ficar muito feliz, não só pelo Giovanni, mas por mim. Eu me sinto mal por ser a única diferente de todas, um patinho feio e rejeitado.
Se eu tivesse ao menos a minha mãe pra me aconselhar... meu coração aperta por um minuto e então vejo Giovanni vindo em minha direção.
—Louise, não é? —ele diz olhando para mim.
Eu tento esboçar alguma reação mas permaneço muda.
—Oi? Eu tô falando com você. Algum problema? Você tá bem?
Eu fico nervosa e corro até o banheiro mais próximo sentindo o vômito na garganta, é assim que fico quando tenho muita ansiedade.
Quando entro no banheiro eu vomito todo o meu almoço, que droga. Depois de me limpar eu me olho no espelho, o rosto vermelho, os olhos lacrimejando, o rímel levemente borrado. Tenho que dar um jeito nisso, não posso continuar assim. Eu pego o meu telefone e disco o número de Henry.
—Ei, Henry. Tá podendo falar?
—Pra você? Claro!
—Eu aceito. Aceito nosso acordo.
—É? —ele da um grito do outro lado da linha.—Certo, passe no meu apartamento as 10, vou te mandar o endereço por mensagem. Vejo você lá.
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Aulas Para Uma Virgem - Amanda Plath
FanficLouise é uma garota ingênua que acabou de se mudar para Nova Iorque na esperança de ser uma roteirista famosa, quando ela se vê apaixonada por um colega de trabalho um dos solteiros mais cobiçados da cidade se oferece para ser seu professor de seduç...