Aulas Para Uma Virgem - Amanda Plath

capítulo 15

Esquece isso, Louise. Esquece isso. Giovanni interrompe meus pensamentos.

-Você está bem, Louise?

-Ah, sim. Estou. Eu só estou preocupada com as algumas coisas, se importa se me levar pra casa agora?

-Não, é, tudo bem.

-Obrigada.

Ele se levanta do sofá e me dá a mão, me leva para a minha casa e eu me despeço.

Quando chego em casa estou atordoada, já faz um mês desde que vi Henry pela última vez, desde que ele me disse tudo aquilo. Minha cabeça está em completa confusão. Preciso dividir isso com alguém, já não estou suportando mais ter que lidar com isso sozinha.

Eu digito o número de Sabrina e sua foto aparece na tela.

-Amiga? Você pode vir pra cá, preciso de uma noite das garotas.

-Claro, Louise. Chego aí mais tarde. Vou passar no supermercado pra comprar umas bobagens, você tem vinho aí?

-Tenho sim.

-Então coloca pra gelar, em uma hora eu chego.

Nós abrimos a garrafa de vinho e comemos bobagens até que Sabrina me pergunta.

-Agora você vai me dizer o que está acontecendo?

-Vou. Eu fiz um trato com um cara, ele disse que ia me ensinar a transar pra eu fazer isso com outro cara que eu estava apaixonada. Esse carinha número 1 é um galinha, o número 2 é um príncipe. Fato é que o primeiro disse que está apaixonado por mim e agora eu não sei por quem estou apaixonada. Eu só consigo pensar no primeiro. E eu não sei o que fazer, porque ele é tão carinhoso e depois some.

Sabrina dá um belo gole no vinho e então diz.

-Amiga do céu, pra uma virgem sua vida anda muito movimentada. Você ainda é virgem né?

-Sou.

-O que eu faria seria tentar conversar com o primeiro cara e ver como eu me sentia, depois tomava uma decisão.

-Então você acha que eu devo procurar ele?

-Acho.

-Certo, obrigado amiga.

Eu abraço Sabrina. Ficamos o resto da noite conversando e quando ela vai embora eu decido procurar Henry naquele mesmo dia. O que de pior pode acontecer? Não fosse talvez pelo álcool na minha cabeça.
***

Eu vou até seu apartamento e bato na porta, quando ele abre está sem camisa. Ouço uma voz de mulher lá atrás perguntando quem é.

-Louise? -ele diz com os olhos tristes.

-Quer saber? Eu vou embora. Desculpa vir aqui incomodar você. Eu já desisti do que eu ia falar.

Ele pega meu braço e me impede.

-Por favor fique, eu sinto muito.

-Será que sente mesmo, Henry? Hoje eu percebi o quanto você é instável. Você diz que está apaixonado por mim mas dorme com qualquer uma. Uma pessoa que faz isso não está apaixonada por outra.

-Achei que você não quisesse nada comigo, Louise. Achei que tivesse escolhido ele.

-Bom, se eu tivesse escolhido eu teria feito a escolha certa, não é? Cada dia que passa você me dá mais certeza disso.

-Louise, eu não sou esse cara. Por favor, tenta me entender.

-Termine o que estava fazendo, Henry. Eu já fiz a minha escolha. Não deixe a garota esperando.

-Então seja feliz com aquele desgraçado, e esqueça que eu existo. -ele grita.

-Se tem algum desgraçado aqui esse alguém é você. -eu grito de volta.

Eu saio do prédio dele e volto para a minha casa, não vou mais deixar Henry atrapalhar meus pensamentos. Eu sempre quis Giovanni, e agora que o tenho, não posso deixar a oportunidade escapar por um cara que faz rodízio de mulher.

Custo pegar no sono mas consigo, no dia seguinte no trabalho um dos diretores comunica ao pessoal que faremos uma viagem pra gravar uma parte do filme. Ótimo. Ter que ficar vendo aquele cara o tempo todo. É só o que me faltava.

***

Vejo Henry no canto da sala, ele está do lado de Emilly. Giovanni toca levemente meu braço, e vejo os olhos de Henry cravados em mim. Minha pele arde com a sensação.