14 | Visão do Paraíso

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Oi ♥️
Só pra falar que eu adoro esse capítulo! Espero que gostem tb
Deixem a estrelinha pf 🥺

Vivienne Barbieri

A porta da minha cobertura em ruínas se abriu de uma só vez, tirando minha atenção dos cacos da cozinha que eu reunía de imediato. Era Matias.

Sua expressão esboçou surpresa, afinal, eu não dissera que voltara. Havia três dias que eu estava na cobertura, e ainda não me sentia pronta em enfrentar minha família — ou meu time de negócios. Não dissera sequer para Theodora que estava ali, não faria diferença.

Eu não a queria no apartamento, ela estava mais segura com Laura, ainda que as chances de Grego vir atrás de mim agora fossem pequenas. Ele certamente se satisfizera com a minha concordância de lutar no Ragnarok, esperaria para ver meu fim excruciante. Ao menos, era o que ele pensava que aconteceria.

— Onde você se meteu por todo esse tempo, Vivienne? — Matias disparou enfim, fechando a porta atrás de si. Ele se aproximou, e só então pareceu se dar conta das regiões agora levemente roxeadas de meu rosto. — Meu Deus, o que aconteceu com você?

Dei de ombros antes de voltar a varrer os cacos. Mesmo em todos aqueles dias, ainda não tinha conseguido acabar com a bagunça que deixaram.

— Me meti em uma briga de bar.

— Eu duvido muito que seja só isso — ele disse, suspirando. — Você conseguiu, não foi?

— Consegui o quê?

— Achar os responsáveis pela merda que aconteceu na homenagem de seu pai. Os homens que Jordan perseguia e que ficaram de fora da troca de tiros.

Não disse nada, e isso foi resposta suficiente para ele.

— Que merda, Vivienne. Você deveria estar preocupada em fazer parte dos nossos planos para a recuperação da nossa reputação, e não em uma vingança da qual você nitidamente não vai dar conta.

— Eu vou dar conta disso. Já estou dando.

— Eu estou vendo — ele disse, sarcástico, e se sentou à bancada. — Você não deveria se meter com essa gente sozinha. Vai acabar enterrada em uma vala qualquer.

— Provavelmente isso seria de muita ajuda para os negócios, não é, priminho? Sua mãe faria uma cena vitimista que reconquistaria os coraçõezinhos moles dos eleitores — resmunguei, mal-humorada. Joguei os cacos em um saco de lixo e voltei a encará-lo. — Eu não vou morrer, mas não se preocupe. Vou dar um jeito de salvar nossa imagem em vida. Quando eu acabar de vez com a organização que papai morreu perseguindo, nós vamos voltar a crescer. Faremos toda uma campanha sobre a corrupção que encerramos.

— Você se ilude, Vivienne. Você está sozinha nisso.

— Sabe, eu realmente amo quando me subestimam. Isso é só um combustível a mais para que eu alcance meu objetivo final, entende? — soprei, guardando o fato de que eu já estava muito mais imersa no esquema do que ele ou qualquer um imaginava. Mais até do que eu gostaria. — Agora me diz, veio fazer o que na minha casa? — Sentei-me de frente para ele.

— A polícia liberou o relatório. Nada de muito valor foi roubado, só os notebooks e o computador do escritório de seu pai. Aparentemente, os invasores estavam em busca de algo específico. Minha mãe pediu para que eu viesse vasculhar um pouco a fim de encontrar algo suspeito que seu pai estava guardando.

— Isso é absolutamente desnecessário.

— Sim, eu sei. Não é como se eu fosse encontrar algo que a polícia não achou, mas você conhece minha mãe.

Criaturas BrutaisWhere stories live. Discover now