Capítulo 24

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ESTE FOI UM DIA PROVEITOSO PARA MIM.

Em primeiro lugar, chequei o calendário e instituí o Dia do Martírio de Chris Evans. Má-sorte desse tipo vem em dose tripla. Como já passa da meia-
noite agora, acho que posso acreditar que o nível de ameaça tenha diminuído e já não seja tão preocupante. Mas nunca se sabe.

Em segundo lugar, o inchaço resultante da pancada que levei é o maior
galo que a humanidade já testemunhou; contudo, três horas de tratamento contínuo com gelo não apenas congelaram a minha têmpora, mas também reduziram o inchaço a quase nada. Só que a grande mancha roxa na lateral do meu rosto ainda vai me acompanhar por muito tempo.
Quando fui comprar ibuprofeno, o cara da farmácia me disse: "nossa, que belo roxo você conseguiu!".

E em terceiro lugar é justamente o ibuprofeno que está fazendo maravilhas por mim. Mas o verdadeiro teste vem agora. O interfone está chamando perto da porta; sei que é Scarlett, porque ela me enviou uma mensagem de texto dizendo que estava a caminho com algumas compras. Eu me volto para Fido. Ele está dormindo profundamente na almofada do sofá, com a ponta da língua para fora da boca.

— Você pode atender?

Ele não responde, então eu me arrasto do sofá e vou até a porta. Aperto o
botão do interfone.

— Alô? É a enfermeira mais gostosa do mundo, a que eu pedi na agência de enfermeiras temporárias?

O som da risada dela chega a mim através do interfone.

— Sim, isso mesmo, e estou aqui para lhe dar um banho de esponja — ela
responde.

Aperto o botão do interfone que destrava o portão do prédio, então abro a porta do meu apartamento e espero Scarlett subir pelo elevador.

— Você é uma visão e tanto para estes pobres olhos feridos — eu digo quando ela sai do elevador e caminha até mim.

— Não me diga que machucou os olhos também — ela provoca.

— Não, só aqui — digo, esfregando de leve a têmpora.

Scarlett entra carregando várias sacolas, eu fecho a porta e volto para o
sofá. Ela coloca as sacolas na mesa de centro e me observa. Então ela levanta
a mão e aproxima os dedos do meu ferimento, mas não o toca.

— Isso dói?

Faço que sim com a cabeça. Ela se inclina e me dá um beijo na testa.

— Demais. Dói demais — eu choramingo na esperança de ganhar mais carinho.

Scarlett balança a cabeça e se afasta para olhar para mim.

— Fale sério. Como está se sentindo?

Abro a boca para falar, mas hesito: respondo a verdade — que estou bem
— ou respondo para ganhar atenção e sexo? É a decisão mais rápida que já
tomei na vida.

— Eu me sinto horrível — murmuro, e isso me garante mais um beijo.

Scarlett se senta no sofá e une as palmas das mãos.

— Muito bem — ela diz. — Eu trouxe a sua bebida favorita. — Scarlett retira da sacola uma garrafinha de uísque. Levanto as sobrancelhas em sinal
de apreciação. — E também macarrão frio com gergelim, do seu restaurante
chinês favorito. — ela apanha uma caixa de papelão branca e a segura no
alto, exibindo-a com orgulho. Eu arregalo os olhos e esfrego as mãos. Mas ainda não terminou. Scarlett enfia a mão em outra sacola e retira dela algo embrulhado num papel branco grosso. — Também temos sanduíches tostados, daqueles que você adora, da mercearia da esquina. Frango e provolone, sem maionese. Porque você odeia maionese.

Between Precious Jewelry & Drinks - EVANSSON #CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora