Capítulo 27

138 15 7
                                    

— VOCÊ TEM RAZÃO, FILHO. A SUA MENTIRA NÃO ME DEIXOU NADA FELIZ. Toda a encenação desse noivado não me deixou feliz. E não me deixa feliz o fato de você achar que precisa ser o que não é para que eu tenha o que eu quero — ele aperta o meu ombro. — Mas eu o criei bem mesmo, porque o que você acabou de fazer é tudo o que um pai poderia querer de um filho.

— Fazer isso me deixou contente, pai — eu digo, e não é exagero. Eu colocaria o meu coração nesse trabalho, porque Deus sabe como eu preciso tirar Scarlett da cabeça. Talvez eu até venda a ela a minha parte no bar, para não ter de vê-la nunca mais. Ver todo santo dia a mulher que partiu o meu coração é a minha exata definição de uma vida miserável.

Meu pai bate de leve em minhas costas e então me puxa para um abraço.

— Você é um bom garoto, Chris. Estou orgulhoso que tenha reconhecido que cometeu um erro e que queira reparar esse erro. — Ele interrompe o abraço, coloca as mãos nos meus ombros e sorri, bem-humorado. — Mas terei de recusar a sua oferta.

— Por quê? — pergunto, franzindo as sobrancelhas. Ele ri e pisca para mim.

— Porque você me salvou! Durante o jogo eu quebrei a cabeça tentando pensar em uma maneira honrosa de desfazer esse negócio. Eu já não
queria mais passar a empresa para aquele dia preconceituoso metido e você me deu a justificativa perfeita — ele aponta para a sua fragmentadora de papel no chão e esfrega as mãos. — Ainda bem que os papéis não foram preenchidos!

Um sorriso surge em meu rosto, o primeiro desde que Scarlett picou o
meu coração em pedaços, depois o moeu e fez hambúrgueres com ele.
Eu sei, provavelmente estou exagerando. Mas o órgão em meu peito está pulverizado. Por outro lado, ver meu pai satisfeito me traz alívio.

— Ele era mesmo um nojento — eu digo.

— Não tinha nenhum respeito por mulheres, por sua esposa, por suas
filhas. Eu não posso deixar que o legado da Lisa's vá parar nas mãos de uma pessoa assim.

— Concordo, pai, não pode mesmo. Deixe a empresa conosco apenas por
mais algum tempo, enquanto procuramos outra pessoa que se interesse por comprá-la, alguém realmente adequado — eu sugiro, cheio de orgulho. Sim, sinto orgulho do meu pai pela escolha que ele fez.

— Filho, aí é que está — ele estala a língua. — Eu já encontrei alguém.

— Já encontrou? — repito, boquiaberto.

— Sim. Mas não para comprar a empresa — ele corre os olhos pelo
escritório, pensativo. — Encontrei alguém para cuidar dos negócios enquanto eu descanso. Eu não estou pronto para abrir mão da Lisa's de vez,
embora eu esteja completamente pronto para trabalhar menos.

— Certo. Mas... quem? — pergunto com hesitação. Mas no instante em que essas palavras saem da minha boca, eu me dou vonta de quem é a pessoa. Claro! Quem mais poderia ser tão perfeita, tão confiável e preparada? Eu estalo os dedos. — Nina! Você pediu à Nina que tomasse conta das operações diárias da empresa?

Ele faz que sim com a cabeça, radiante de alegria.

— E Nina disse sim! — Ele bate o dedo indicador sobre alguns papéis que
estão em sua mesa. — Era nisso que eu estava trabalhando quando você
chegou. No novo contrato dela. Nina será a diretora executiva da Lisa's e eu permanecerei como fundador e proprietário enquanto navego pelos sete mares na companhia da sua mãe.

— Você é mesmo um romântico — eu digo, sem conseguir esconder a
admiração. — A Nina é a escolha perfeita, pai. Está ao seu lado desde o
início e ninguém conhece o negócio melhor que ela.

Between Precious Jewelry & Drinks - EVANSSON #CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora