Epílogo [1]

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UM MÊS DEPOIS

Não há mais ninguém além de nós no The Lucky Spot. A última bebida foi
servida há uma hora e agora nós estamos prontos para fechar. Apanho minhas chaves no escritório e Scarlett coloca a sua bolsa no ombro.

— Na sua casa ou na minha? — ela pergunta em tom de piada, e depois
ela mesma responde. — Não, espera, é na nossa casa.

O aluguel dela vence no fim do mês e ela veio morar comigo uma semana
atrás. Ela monopoliza as cobertas e eu durmo pelado, o que pode vir a ser um
problema no inverno; fora isso, a vida ao lado dela é simplesmente perfeita.
O artigo de Abe não foi publicado, pois a venda da Lisa's não se concretizou, e tudo o que restou foi um falso noivado que se transformou em uma história genuína de amor. Eu sou um cara muito feliz, e meu pai também — ele agora está com a minha mãe em alguma parte do Mediterrâneo, enquanto Nina cuida da joalheria. Para que este momento se torne ainda mais perfeito, só falta uma garrafa de vinho.

— Vamos fazer um brinde antes de irmos embora — eu digo, dirigindo-
me para trás do bar e pegando uma garrafa que eu já havia separado.

Scarlett me lança um olhar curioso do outro lado do balcão.

— Quer fazer isso em casa? — ela pergunta.

— Não — respondo, balançando a cabeça. — Aqui.

Encho uma taça para mim e outra para ela. Então, ergo a minha para brindar.

— Às recriações!

Ela me olha com expressão intrigada.

— Como é? Isso não fez nenhum sentido para mim.

— Apenas brinde comigo. Confie em mim, logo fará sentido. — Tomo um gole e ponho a minha taça no balcão. — Não acha engraçado que todos pensem que somos um casal?

— Mas nós somos um casal — ela observa, dando um tapinha na taça. —
Você andou bebendo mais antes de abrir esta garrafa, Evans?

Porém, eu estou inspirado e não vou parar agora.

— Nós precisamos de uma história — eu digo, repetindo o que ela havia
comentado na cozinha da casa dela quando nós decidimos fingir o noivado. — Lembra? — pergunto, estimulando-a. — Em uma quinta-feira à noite, no
The Lucky Spot, bebendo um copo de vinho depois de fecharmos o bar...

Quando Scarlett enfim se dá conta do que estou dizendo, ela estala os dedos e seus olhos brilham.

— Sim... Se não me falha a memória, foi exatamente assim que aconteceu!

— Então... Não é engraçado que todos pensem que nós somos um casal?
— repito, sem deixar de olhar nos lindos olhos dela.

Ela se recorda de sua fala — sua fala fictícia, fruto da mais pura imaginação, criada para contarmos aos outros como ficamos juntos:

— Talvez nós devêssemos ser mesmo um casal.

Eu não digo nada. Scarlett também fica em silêncio. Nós dois conhecemos o script e sabemos que ele indica um silêncio constrangedor. Quando a pausa já parece ter sido constrangedora o bastante, eu volto a falar, sorrindo levemente:

— Acontece que teremos mais do que um silêncio constrangedor desta vez. — Eu enfio a mão no bolso.

— O que vem agora? — ela pergunta ansiosa, com as mãos espalmadas sobre o balcão e os ombros curvados na minha direção.

— Um truque de mágica.

— Me mostre!

Eu saio de trás do balcão do bar, contornando-o. Quando me aproximo, agito uma mão atrás da orelha esquerda dela, depois tiro a outra mão do bolso e a encosto atrás da orelha direita de Scarlett.

— Ei, veja o que eu encontrei aqui — digo, e então abro a mão diante de Scarlett.

— Ah, Deus! — ela exclama com emoção na voz. Eu me ajoelho e pego a
mão dela.

— Scarly, escute bem o que vou dizer. Quando nós começamos a brincar de noivos, eu usei duas palavras que nós dois pensamos que jamais fôssemos ouvir novamente. Mesmo assim, agora, elas soam perfeitas se eu pensar em você: Sra. Evans. Soa sexy e maravilhoso, não acha? Isso é porque você é a única mulher que eu já quis que se tornasse a sra. Evans. Quer se casar comigo?

— Chris, eu adoro as propostas que vêm de você... Então acho que a resposta é sim! — ela diz, e eu vejo uma lágrima escorregar por sua face.

Sim, ela disse sim! Uma simples palavra jamais teve um efeito tão mágico. Eu levanto o anel, deixando a pedra refletir a luz que vem do teto.

— Este é o anel que você escolheu. Aquele que você quis e que é perfeito
para você. Este é o anel que eu quero que você use para sempre.

Scarlett estende a mão.

— Coloque no meu dedo — ela diz, entre soluços de felicidade. — É o
único anel que eu quero. Você é o único homem que eu quero.

Eu ponho suavemente o anel no dedo dela pela segunda vez e sei que desta
vez será por toda a vida.

Between Precious Jewelry & Drinks - EVANSSON #CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora