Dallas /sn
Continuamos a viagem em silêncio por um tempo, aproveitando a música e a companhia um do outro. Aos poucos, a paisagem muda, e chegamos à casa do pai de Jimin, uma grande propriedade com um jardim bem cuidado e uma arquitetura imponente, mas acolhedora.
Assim que estacionamos, alguns familiares vêm nos receber.
—Jimin, que bom te ver! — exclama sua irmã, abraçando-o. — E você deve ser a amiga especial que ele mencionou — ela diz, sorrindo para mim.
—Sim, — respondo, devolvendo o sorriso.
— Não se engana com esse rostinho, Ana é muito mal — diz Jimin, sorrindo para ela.
— Sempre engraçado, hein, Jimin
— Vamos entrar? — ele me chama, e andamos até a porta.
Assim que entramos na enorme casa, nos deparamos com diversas pessoas conversando. Algumas acenam para Jimin, outras nos olham curiosas, e poucos se levantam para nos cumprimentar. Até que o pai de Jimin aparece.
— Finalmente, achei que não iria vir — ele diz de um jeito arrogante.
O homem é velho, alto, tem cabelos grisalhos e barba grisalha, mas muito bem feita. Ele usa uma roupa casual, mas elegante e segura dois copos de whisky, um dos quais oferece para Jimin. Jimin pega sem pensar duas vezes.
— É, eu tive que reduzir a velocidade por um tempo. Mas não fiz paradas — ele diz, e eu sinto vontade de rir.
— E quem é essa jovem tão bonita? — o homem pergunta, me olhando curioso.
— Essa é a SN, ela está comigo — Jimin responde de forma simples, sem dar muita explicação, e o pai parece aceitar a resposta.
— As malas de vocês foram levadas para o quarto no fim do corredor. Vocês podem descansar e amanhã falar com as pessoas, ou podem se arrumar e descer agora.
— Vamos subir, amanhã falamos com todos — diz Jimin, segurando minha mão.
Subimos a escada, e eu abaixo a cabeça, ficando um pouco desanimada.
— Amor? — Jimin me chama, fazendo eu despertar.
— Oi? — Levanto meu olhar e o encaro na minha frente. Ele para no meio do corredor e me olha atentamente.
— Desculpa pelo que aconteceu...
— Não, tudo bem — tento tranquilizá-lo.
— Não liga para ele, ele já está bêbado. — Ele coloca a mão no meu rosto e acaricia devagar. Ele me puxa até o quarto, e eu o sigo em silêncio. — Presta atenção, se lembra daquela sua personalidade irritante e horrível que só existia comigo? Eu preciso dela aqui. — Ele diz, trancando a porta do quarto. — Preciso que você seja seca quando necessário, grossa quando forem desrespeitosos com você e preciso que feche seus ouvidos quando esses filhos da puta começarem a falar merda.
Eu concordo com a cabeça.
— Vamos tomar um banho e descansar.
Ele me beija, e eu fico quase na ponta dos pés. O beijo é profundo e reconfortante.
Acordo com os primeiros raios de sol entrando pela janela. Jimin ainda está dormindo ao meu lado, sua respiração calma e ritmada. Por um momento, só o observo, sentindo uma paz temporária antes do dia começar.
Levanto-me devagar para não acordá-lo e vou até o banheiro, tomando um banho rápido. Quando volto para o quarto, Jimin já está acordado, sentado na cama e esfregando os olhos.