Capítulo 51

993 108 42
                                    

Dallas / sn

Me levanto rapidamente do chão, saindo do banheiro. Pego minha cartela de anticoncepcional, vendo as datas. Mês passado não tomei dois dias.
Merda, falo pra mim mesma. Merda, merda.
Minha menstruação deveria ter vindo há mais de uma semana. Sinto mais vontade de vomitar e corro novamente para o banheiro. Ao sair de lá angustiada, na gaveta, um teste de gravidez que tinha comprado por causa de alguma emergência, tipo minha menstruação sempre atrasava. Era esse surto sempre. Eu tinha comprado o teste há tanto tempo. Faço o teste. Tiro cinco minutos depois, não olhando ainda, viro o teste e saio do banheiro suando frio. Se eu tivesse problema de coração, já estaria morta uma hora dessas, de tão forte que ele está batendo. Caminho de volta para o banheiro, pegando o teste em minhas mãos trêmulas.

Oh, meu Deus, me ajude.
Então os viro para mim, e tenho que me segurar na pia para não cair. Estavam com duas listras muito fortes.
Droga, droga. Jimin vai me matar! Me desesperei. E agora, o que faço? Fico olhando para o teste, olhando sem parar para o teste. Estou tão em choque que meu corpo trava. Como eu deixei isso acontecer?

—Docinho, a voz de Jimin entrando estremece ao vê-lo na porta, me assusta, despertando-me do transe.
—O que está acontecendo? - ele olha para mim, confuso.
Um desespero fora do comum toma conta de mim, paralisando-me de tal forma que não consigo dizer uma única palavra. Ele se aproxima e, tomada pelo medo, dou um passo para trás, fazendo-me escorregar um pouco no tapete, o que faz com que o teste caia no chão.
Me abaixo para pegá-lo, mas já é tarde demais. Jimin abaixa e apanha no chão.

—O que é isso?
Seus olhos se transformam que também entrou em choque assim que percebeu que era um teste de gravidez.

—Jimin, calma, por favor - peço.

Jimin fica estático, segurando o teste de gravidez nas mãos. Seus olhos vão do teste para mim e de volta para o teste, como se não conseguisse acreditar no que estava vendo.

—Docinho... - ele começa, mas sua voz falha. Ele limpa a garganta e tenta novamente. - Você está grávida?
Eu apenas aceno com a cabeça, incapaz de formar palavras. Sinto as lágrimas começarem a escorrer pelo meu rosto.

—Como isso aconteceu? - ele pergunta, ainda parecendo atordoado.

— Geralmente acontece quando se transa, e nós dois fazemos muito isso — falo em tom de ironia.

Jimin esboça um sorriso pequeno e nervoso, mas logo sua expressão se torna séria novamente.

— Isso não é hora para sarcasmo, Docinho — ele diz, a voz tensa. — Estamos falando de algo sério aqui.

Sinto meu coração afundar ao ver sua reação. Tento explicar, minha voz tremendo.

— Eu sei, Jimin. Eu só... não sei como lidar com isso. Estou assustada.

Ele passa a mão pelos cabelos, claramente lutando para manter a calma.

— Eu não posso ser pai, Docinho — Jimin diz, sua voz cheia de pânico.

Olho para ele incrédula.

— Se você não quisesse um filho, usasse camisinha, coisa que você nunca se preocupou em usar. Eu não fiz esse filho sozinha! — minha voz treme de raiva.

Movida pela fúria que cresce dentro de mim, começo a pegar minhas coisas.

— Onde você vai? — ele pergunta, parecendo alarmado.

— Vou embora! — grito, a voz carregada de emoção. — Sua reação já deixou muito claro. Vou fazer o exame de sangue e, se eu realmente estiver grávida, quero você longe de mim e do meu filho.

Jimin tenta se aproximar, mas dou um passo para trás, levantando a mão para afastá-lo.

— Docinho, espera... — ele começa, mas eu o interrompo.

— Não! Você teve sua chance de ser um adulto responsável. Agora, vou cuidar disso sozinha — digo, pegando minha bolsa e saindo do quarto, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

Saio da casa com o coração pesado, mas determinada a enfrentar o que viesse pela frente, mesmo que isso significasse fazê-lo sozinha.

O amigo proibido Donde viven las historias. Descúbrelo ahora