Capítulo 52

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Dallas/ Sn

Saí da casa do Jimin furiosa. Não quer ser pai? Se não quisesse, tinha que ter usado preservativo naquela hora. Ficar implorando para gozar dentro de mim, mas não lembrava que podia fazer um bebê. Nessa situação, vou até a casa da Bia.

Bato na porta chorando. Aquele dia estava nublado e parecia que iria chover a qualquer momento.

— Amiga, o que foi?
— Acho que estou grávida — falo com os olhos chorando. me puxou para dentro, me abraçando forte.

— Calma, vamos resolver isso juntas — disse ela, tentando me acalmar.

Sentei-me no sofá, tentando controlar o choro. Bia sentou ao meu lado, segurando minhas mãos.

— Fiz o teste de gravidez, deu positivo. Jimin viu e falou que não quer ser pai — disse, com a voz trêmula.

Bia ficou em silêncio por um momento, absorvendo a informação. Em seguida, puxou-me para um abraço apertado.

Bia suspirou, pensando por um momento.

— Primeiro, precisamos confirmar se você está mesmo grávida. Vou buscar mas teste de gravidez na farmácia. Fica aqui e tenta se acalmar, tá bem?

Assenti, agradecida pela sua ajuda. Enquanto Bia saía, fiquei olhando pela janela, vendo as primeiras gotas de chuva começarem a cair. Senti uma mistura de medo e incerteza sobre o futuro.

Quando Bia voltou, trazia quatro teste de gravidez e um pacote de lenços.

— Aqui está. Vai lá fazer o teste — disse ela, entregando-me o teste.

Fui ao banheiro com as mãos trêmulas. Alguns minutos depois, voltei para a sala, segurando o testes. Olhei para Bia, com o coração disparado.

— E então? — perguntou ela, ansiosa.

Olhei para o testes e depois para ela.

Os quatro testes de gravidez tinham dado positivo.

— Se ele não quer ser o pai dessa criança, tudo bem. Esse bebê vai ter uma madrinha que vai fazer esse papel — disse Bia, com um sorriso determinado.

— Você é a melhor, Bia. Não sei o que faria sem você — respondi, sentindo um calor reconfortante no coração.

Bia apertou minhas mãos e sorriu.

— Vamos superar isso juntas. Agora, vamos fazer um chá e tentar relaxar um pouco. Precisamos cuidar de você e desse bebê, e isso começa por manter a calma — sugeriu ela, levantando-se para ir à cozinha.

— Não quero ficar aqui, Bia. O Jimin não quer esse bebê.

— Calma. Quer passar uns dias na casa da minha mãe, na fazenda? Vamos, eu estava pensando em ir hoje à noite. Vai ser tempo para você se acalmar e o Jimin também.

— E a Ana vai?

— Não, ela está em viagem de negócios para o pai dela.

— Não sei...

— Vamos, vai ser como quando éramos crianças, indo para lá nas férias.

— Tá bom, vou avisar o Jack.

— Vocês fizeram as pazes?

— Sim, a piranha meteu o pé na bunda dele. Ele veio com o rabo entre as pernas pedir perdão.

— E você perdoou?

— Mais ou menos. Falei para ele reconquistar minha confiança. Só vou falar que estou indo viajar, mas não vou dizer para onde vou. Ele pode contar para o Jimin.

O Jimin não parava de ligar. Do jeito que eu estou, não quero falar com ele.

— Então, vamos logo! — falei animada para a Bia. — Você pode me emprestar algumas roupas?

Bia sorriu e me puxou pelo braço em direção ao seu quarto. Quando abrimos o armário, a sua coleção de roupas coloridas e estilosas me deixou sem saber por onde começar.

— Pegue o que quiser! — disse Bia, com um gesto amplo.

Bia me emprestou algumas roupas para ficar na fazenda dos pais dela. Arrumei tudo e liguei para o Jack, avisando-o. Fomos em direção ao carro.

— Bia, eu vou dirigir. Você é péssima para dirigir — disse, pegando as chaves.

Ela riu e entregou as chaves sem hesitar.

— Ok, motorista. Só não vá muito rápido — respondeu com um sorriso.

No caminho, começou um temporal muito forte e não parava de chover. A fazenda estava longe demais. Ia ser um problema.

Chovia há pelo menos uma hora, e o motor do carro não parava de ranger. Também pudera, o carro da Bia parecia um dinossauro de tão antigo. Acho que até tínhamos a mesma idade. O carro precisava de uma aposentadoria.

Pelo menos o rádio ainda funcionava. As gotas batiam contra a janela com força, como se tentassem quebrar os vidros ao nosso redor. Um raio cortou o céu escuro da noite. Aumentei a velocidade dos limpadores de para-brisa, que lutavam contra a chuva como se suas vidas dependessem disso e... sinceramente? A deles não dependia, mas a minha sim.

Árvores verdes e altas, somadas à grama molhada e às estradas de terra, tornavam a direção ainda mais desafiadora. A cada curva, o carro parecia escorregar um pouco, e eu segurava firme o volante, tentando manter o controle.

— Bia, você tem certeza de que esse carro vai aguentar até a fazenda? — perguntei, tentando disfarçar minha preocupação.

— Espero que sim — ela respondeu, olhando pela janela. — Estamos quase lá. Só mais um pouco.

De repente, o carro derrapou na pista. Meu coração disparou enquanto lutava para controlar o volante. O carro deslizou na estrada molhada, girando perigosamente. Gritei para a Bia:

— Segura firme!

O carro deslizou mais uma vez, mas desta vez não consegui recuperá-lo. Ele saiu da estrada, batendo contra o guardrail e descendo um barranco. Tudo aconteceu em câmera lenta. O barulho do metal se retorcendo, a sensação de queda, e finalmente, um impacto violento.

O amigo proibido Donde viven las historias. Descúbrelo ahora