Capítulo 54

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Jimin

Passei a tarde inteira tentando ligar para Docinho, mas sem sucesso. A angústia de não conseguir falar com ela me corroía por dentro. Jack ficou aqui comigo, tentando me distrair. Jogamos vídeo game juntos, e por um momento, quase esqueci que estávamos brigados.

Enquanto estávamos imersos no jogo, o telefone de Jack tocou. Ele atendeu, e eu percebi que era Docinho.

— Oi, Docinho. — disse ele, com um tom calmo. — O quê? Viajar com a Bia?

Eu parei imediatamente, meu coração disparando.

— O que ela disse? — perguntei, tentando não parecer tão ansiosa.

Jack olhou para mim, ainda ao telefone.

— Docinho disse que vai viajar com a Bia. Não deu muitos detalhes, mas parece importante. — explicou ele, desligando em seguida.

—Como assim ela vai viajar com meu bebê na barriga? — exclamei, o pânico começando a tomar conta de mim. — Ela tem que ficar calma. Sei que contribui para ela ficar brava. Sei que o que falei foi sem pensar, estava assustado. E sei que ela também está assustada.

Jack tentou me consolar, mas eu não conseguia parar de pensar no perigo que a viagem poderia representar para docinho e o bebê. Decidi que precisava fazer algo para mostrar a ela o quanto me importo e que estamos juntos nessa.

Lembrei do cachorro que ela tinha gostado tanto. Saí de casa decidido a comprá-lo. Enquanto dirigia, pensei em como esse gesto poderia ajudar a fortalecer nosso vínculo e a mostrar a ela que esse bebê só aumenta o amor que sinto por ela. Agora, mais do que nunca, queremos ser uma família.

Chegando ao pet shop, vi o filhote de cachorro que docinho tinha mencionado na rua. Ele era pequeno, de olhos brilhantes e uma energia contagiante. Comprei o cachorro e alguns suprimentos, sentindo uma nova esperança crescer dentro de mim.

Voltei para casa com o cachorro nos braços, sentindo uma mistura de ansiedade e esperança. Jack ainda estava lá, preparando o jantar na cozinha. O cheiro de comida começava a preencher o ar, mas a angústia no meu peito era forte demais para me permitir aproveitar.

— Vai colocar veneno na comida? — brinquei, tentando aliviar a tensão, mas minha voz entregava o mal pressentimento que eu tinha.

Jack olhou para mim, percebendo minha preocupação.

— Claro que não. — respondeu ele, tentando sorrir. — Mas o que houve? Você parece ainda mais preocupado.

Suspirei, colocando o cachorro no chão e observando-o explorar a sala com curiosidade.

— Não sei, Jack. Tenho um mau pressentimento. Docinho viajar agora, com o bebê... isso me deixa nervoso. Eu me arrependo do que eu disse a ela... só piorou as coisas. — desabafei, sentindo o peso das palavras.

Jack parou o que estava fazendo e veio até mim, colocando a mão no meu ombro.

— Vai ficar tudo bem. Às vezes as coisas parecem piores do que realmente são. E esse cachorro vai ser uma ótima surpresa para ela. Mostra que você se importa, que está pensando nela e no bebê. — disse ele, tentando me tranquilizar.

Olhei para o pequeno filhote, que agora estava tentando subir no sofá, e me senti um pouco mais esperançoso. Precisava acreditar que esse gesto ajudaria a mostrar a docinho que estávamos juntos nessa, que nosso amor e nossa família eram mais fortes do que qualquer medo.

— Você tem razão. — falei, tentando sorrir. — Só espero que ela veja isso também.

Jack voltou para a cozinha, continuando a preparar o jantar, enquanto eu me sentava no chão, brincando com o filhote e tentando encontrar um pouco de paz em meio ao caos que minha mente insistia em criar.

Não consegui dormir, passei a noite me revirando na cama, pensando nela e naquele mal pressentimento que não me deixava. Quando o sol começou a nascer, ainda era bem cedinho, ouvi um barulho vindo da cozinha. Levantei-me e fui verificar.

Era Jack. Ele ainda estava aqui. Ao me aproximar, percebi que ele estava no telefone, nervoso, e, de repente, começou a chorar. Meu coração disparou.

— O que foi? — perguntei, a preocupação evidente na minha voz.

Ele olhou para mim com os olhos cheios de lágrimas e respondeu, enquanto pegava as chaves do carro.

— A sn sofreu um acidente.

Minhas pernas quase cederam. O pânico tomou conta de mim, e senti um frio intenso percorrer meu corpo. Sem pensar duas vezes, corri para pegar minhas coisas, mal conseguindo processar as palavras de Jack.

— Vamos, precisamos ir para lá agora! — disse ele, com a voz trêmula.

Saímos apressadamente, a mente cheia de medo e o coração apertado. Tudo o que eu queria era chegar ao hospital e ver meu amor, saber que ela e nosso bebê estavam bem.

O amigo proibido Where stories live. Discover now