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Tinha acabado de enviar a mensagem para tia quando outra chegou, não da mãe ou da tia Jenna, mas de um número desconhecido.

Desconhecido que se identificou, poderia ter ficado surpresa da mesma ter conseguido meu número, mas conhecendo os integrantes da família Addams, alguém na residência passou para a garota rabugenta. E esse alguém com certeza foi Morticia.

Não seria mal-educada em não a responder, se Lilith me enviou uma mensagem, isso significava que partes do seu orgulho teve que ficar de lado para ela fazer isso.

A casa vazia tinha um ar um tanto melancólico, tinha se acostumado em ficar solene nos finais de semana. Não se importava de Cheryl ir viajar para ajudar a tia, sempre preferiu que ela fizesse isso, porque tia Enid ficou sozinha por oito meses.

Mas as coisas estavam diferentes, o íntimo sabia que tudo estava ficando mais sério. Não foi intencional, mas teve quase certeza que escutou a palavra Serial Killer em uma conversa entre tia Enid e tia Wednesday.

Só esperava que as orelhas tenham entendido errado e que aquilo fosse apenas algo que minha cabeça tenha pregado. Porque não queria acreditar que a tia estava novamente na linha de frente com um psicopata.

Mesmo que seus olhos estivessem bem expressivos para o receio quando ela me obrigou a trazer Lilith e Williams para nossa cidade natal.

Foi pensando em certas situações envolvendo a menina e o padrasto que o peito se apertou, ninguém merecia passar por uma situação como aquela. Foi pensando nela que viu que Lilith era apenas uma adolescente que viveu sendo incompreendida.

Algo que eu mesma acabei vivendo há um ano, até que a salvação bateu a porta. Tia Enid tinha sido minha salvação, assim como era a de Lilith.

Aquela casa vazia me fez suspirar, a faculdade estava em recesso por um mês. Então nem tinha como ir até a mesma para estudar os cérebros, mesmo que a ideia de invadir fosse tentadora.

Os dedos começaram a digitar de maneira automática, não percebeu o que tinha escrito até enviar para a garota.

"Aconteceu algum problema por aí, Pugsley te encheu o saco?"

A preocupação com aquilo estava em uma parte obscura do meu ser, não queria Lilith desconfortável e sendo afrontada por Pugsley.

O rapaz parecia que tinha sido abduzido pela falta de vergonha na cara desde o casamento. Só de pensar naquela noite e no que a tia passou, se sentia mal.

Queria tanto ter poupado ela daquele vexame, daqueles olhares. Foram incômodos até mesmo para quem não estava ligado diretamente com a situação.

Jurou que não ia deixar Lilith passar por aquilo, quem quer que viesse com olhares superiores ou arrogantes para sua pessoa, colocaria no lugar.

"Seu primo chutou ele quando o mesmo ficou me olhando, acho que ele entendeu o recado."

Sorriu, Williams era só uma criança, mas já tinha o lado protetor de um lobo.

Viu a mesma digitando, digitando, digitando e no final parando. E aquilo me atiçou a curiosidade, o sensor que veio na cabeça foi nitidamente para meu questionamento.

"Está se sentindo sozinha por aí?"

Apenas visualizado, mas nenhuma resposta. Esperou por alguns minutos e quando viu que não teria nada, se levantou do sofá e foi até a cozinha.

Sorriu para a foto que estava na porta da geladeira, primeiro encontro oficial entre mim e Cheryl na noite das lanternas.

A ruiva havia tirado nossa foto enquanto tomávamos um copo de chocolate quente na cafeteria em que a mesma me levou após a briga da faculdade.

My Big Sister - Spin-offOnde histórias criam vida. Descubra agora