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A sonolência parecia crescer cada vez mais em meu corpo, me atraindo ainda mais para a escuridão agradável e a quentura ao redor. Mas o barulho do celular com uma nova mensagem e o cheiro de frango que preenchia a atmosfera me fez abrir os olhos.

Demorou para assimilar onde estava, assim como na madrugada, o corpo estava no meio dos dois primos. E assim como na madrugada, Williams estava aconchegado a mim enquanto minha cabeça repousava no ombro de Chloe.

Piscou forte e pegou o celular que estava jogado em cima dos edredons, não se lembrava de ter se coberto em nenhum momento, nem mesmo se recordava de Chloe fazendo aquilo.

Quando a luz branca da tela entrou em contato com os olhos, retraiu um pouco o rosto. O cochilo do começo da noite tinha sido bem longo.

Ia jogar novamente o celular na cama quando a notificação na tela chamou a atenção, fazendo qualquer movimento meu parar no meio do caminho e a mensagem ser aberta pelos meus dedos sem minha permissão.

Abaixo do meu "Oi" para a vendedora de livros, jazia sua nova mensagem.

"Por um acaso você estaria livre amanhã?"

Parou e pensou, não conhecia ninguém naquela cidade a não ser a loba insuportável capotada ao lado. Então a resposta era óbvia.

"Estou, por quê?"

Não queria acreditar que a mente estava cogitando que sua pessoa queria sair comigo, mas seus dizeres foram o veredito do que pensava.

"Quer ir comigo dar uma volta na praça?"

E não soube o que responder, deixando o traço do teclado piscando enquanto esperava uma letra para começar a digitar. Viu que ela ainda estava online quando desligou o celular e encarou o teto do quarto.

Primeiro recebia livros da sua pessoa e agora a mesma queria sair para andar em um praça. Se perguntou o que ela viu na minha pessoa para lhe instigar a fazer amizade. Danielle devia ser uma alma tão solitária quanto eu.

Encarou os lobos adormecidos e se questionou como ia sair da sinuca de bico que era estar no meio deles. Retirou com cautela o braço de Williams da cintura e estava prestes a passar por cima de Chloe quando ela acordou e me encarou com a sobrancelha franzida.

— Não era mais fácil ter me acordado? — Ela direcionou o olhar para meu corpo em cima do seu — Isso, sim, é uma atitude bem gay.

— Aí, volta a dormir cachorra — Conseguiu se por de pé em segurança.

— Acordou um amorzinho — Ela se sentou na cama e se espreguiçou — Como sempre.

Não lhe respondeu, apenas caçou um moletom em meio as novas peças de roupa e o vestiu. Os olhos da loba foram para as cobertas na cama, a cara de dúvida em seu rosto foi imediata.

— Você nos cobriu?

— Não, achei que tivesse sido você.

Ela negou e se colocou de pé, arrumando os cabelos usando os próprios dedos como escova. Seu corpo parou de repente e ela virou a cabeça prestando atenção no ambiente, diria que nos sons a volta.

— É a voz da Cheryl?

— O quê?

E suas mãos rodearam meu braço, me arrastando quarto afora e corredor adentro. Só foi escutar alguma coisa quando já estava no final da escadaria, um compilado de vozes que riam umas com as outras.

Vozes que pararam de falar quando adentramos no recinto e os donos delas nos encararam, só não conhecia um homem que estava na mesa, de resto todos os rostos eram familiares.

My Big Sister - Spin-offOnde histórias criam vida. Descubra agora