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Folheava o livro que estava nas mãos, olhando a diagramação e espaçamento das linhas. Tinha gostado da história, uma adolescente que queria resolver um caso enquanto estava no ensino médio, parecia algo legal.
Encarou a garota de olhos verdes, que por algum motivo, ficava rubra toda vez que eu a olhava. Quis perguntar se tinha alguma coisa a incomodando sobre minha pessoa, mas ficou com receio de ser ignorante, porque toda vez que alguém me olhava muito, a boca perdia as rédeas do que era ser gentil.
— É o primeiro da trilogia, é um livro viciante. Meio lento no começo, mas se você insiste, vale super a pena.
Assentiu e continuou com o olhar focado nas páginas, percebeu pelo canto dos olhos a funcionária se mexendo de um lado para o outro, ansiosa com algo.
— Você quer ir ao banheiro? — A pergunta foi automática, pois estava levemente incomodada com sua hiperatividade.
— O quê?
— Você — Calculou as palavras e a intensidade delas — Por um acaso quer ir ao banheiro?
— Ah, não — Ela deu um sorriso nervoso e coçou a nuca em um ato mais nervoso ainda — Por que a pergunta?.
— Seus pés não param.
Ela encarou os próprios pés e parou com os movimentos enquanto reprimia os lábios, e se antes ela estava vermelha, tinha ficado muito mais.
Seus olhos percorreram a livraria, e ela tentou se manter quieta, mas a hiperatividade foi para suas mãos, ou melhor, para seus dedos cruzados que pareciam dançar uma música que tocava na sua cabeça.
Tentou não se importar e voltou a olhar os livros indicados, ou melhor, a trilogia que ela havia indicado. Estava tentada em comprar ao menos um mimo de aniversário por livre e espontânea vontade.
— Você não é daqui, não é?
E o mísero momento de silêncio entre nós foi quebrado, sua voz era doce, gentil. Algo que quem trabalha com o público precisava ter, um modo de persuasão para fazer o cliente ficar e levar mais do que o cartão bancário permitia.
— Não.
— E de onde é? — Parou e se questionou o porquê aquela garota estava insistindo em puxar assunto.
— Não muito distante.
— Interior?
— Tenho cara de caipira por um acaso?
A olhou no mesmo segundo, fazendo seus olhos saltarem sutilmente e ela negar desesperada. E não ia negar, achou graça do seu desespero.
— Não, não, não é isso — Manteve o olhar sério e levemente semicerrado — É que você tem um pouco de sotaque.
— Como um caipira?
— Não, aí meu Deus — Não aguentou, deu risada— Droga, você está tirando com minha cara?
— Não consegui evitar — Ela estava aliviada por ser uma brincadeira, resolveu sanar sua dúvida — Respondendo sua pergunta, sou de Montclair.
— Cidade vizinha?
— É o que parece.
Se interessou por alguns enfeites que havia na loja, quadros e canecas de bandas de Rock e personagens de HQs. E ela me seguiu, pelo jeito não tinha outros clientes que necessitavam de ajuda.
— Qual sua idade?
— Vou fazer dezessete.
Ela murmurou em concordância, brincando com os dedos, talvez aquele fosse seu ato de conforto.
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My Big Sister - Spin-off
FanfictionMy Big Sister vai narrar tudo sobre a relação de Chloe e Lilith após ambas deixarem a cidade de Montclair. A pedido de alguns leitores vamos ver como se sucedeu à dinâmica das duas longe de Wednesday e Enid.