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09:30

Estávamos radiantes com a oportunidade, mas ainda sim, inseguros quanto a nova identidade da banda. Enquanto Sérgio dirigia, eu pensava em tudo que me ocorreu nas últimas 24 horas, na noite passada, eu era utopia, agora eu sou um Mamona?!

— Peraí, peraí. Ontem o Dinho falou que queria sair da banda. Não quer mais? — Samuel, que estava sentado ao meu lado, perguntou

— Eu tava blefando, tucano — Falei, levando um tapa na nuca em seguida

— Como assim? — Sérgio perguntou

— Eu só queria ver qual seria a reação da Mirella — falei

— E ela? — Bento perguntou

— Ficou muito feliz e disse que iria me transformar num astro solo — Respondi

— Ela meio que te apoiou, né? Isso não é uma coisa boa? — Samuel perguntou

— Não né, porra, eu quero alguém que me apoie, mas que saiba dizer quando eu tô fazendo merda. Sair da utopia seria uma decisão ruim, sem contar que ela deu a entender que vocês não são tão importantes, e são. — Expliquei

— Ah que fofo, me dá um beijinho — Samuel disse, fazendo bico

— Sai, Pinóquio! — Falei, rindo

— Mas e aí, em que pé vocês estão? — Júlio perguntou

— Não estamos, eu terminei com ela — disse, e tive a impressão de ver o Júlio sorrir

— Pô, cara, Sinto muito por vocês — Júlio disse

— Tá tudo bem, foi a decisão correta a se tomar — Falei

— Bora lá pra casa terminar as músicas? a gente passa na Vic e compra uns pães e mortadela — Sérgio convidou

— pode deixar que eu mesmo vou lá na padaria — Eu falei

— Pega leve, cê tá solteiro não tem nem 10 horas — Bento disse e eu fiz uma careta

— Não é isso, Goku do Paraguai — disse e levei um beliscão de Bento na costela — é que aquela lazarenta tá me devendo uma ainda, ela acha que eu esqueci a palhaçada dela na casa do Falcão — Falei

— Te atropelo com esse carro ainda hoje, viadinho — Sérgio disse

10:15

Victoria

— Eu não entendo, uma hora ele pergunta sobre a banda e agradece o apoio pra depois dizer que vai sair?!  — resmunguei para Matheus, que estava do meu lado no balcão

— Sabe o que eu realmente não entendo? — Matheus questionou — o porquê você se importa tanto com esse cara se ele nem gosta de você. Lembra do dia em que eu te pedi em namoro? O quanto você chorou porque ele te fez mal? Esquece esse cara, Amor, para de sofrer por ele! — Matheus me aconselhou e colocou a mão nas minhas costas e foi descendo

— o que você tá fazendo? — questionei, confusa

— Calma — ele disse e riu

— no trabalho não — eu falei

— tá bom — ele disse, revirou os olhos e tirou a mão de mim — A sua avó fica o dia todo em casa?

— Fica, por quê? — perguntei, mas no fundo, sabia a resposta

— Queria ficar sozinho com você um tempinho — ele disse

— Matheus, a gente namora há uma semana, vamos com calma — Expliquei

Eu te amodeio, meu pitchulo (mamonas assassinas)Onde histórias criam vida. Descubra agora