Terça - feira, 23 de agosto de 1994
Narrador
09:30 am
Rick olhava atentamente para sua agenda, sem perceber a presença da assistente ali
— Rick? — Vanessa chamou a atenção do chefe
— Oi, Vanny, você me assustou — Rick disse, sorrindo
— uma banda ligou, queriam conhecer o estúdio. Marquei pras 16. — Vanessa falou
— Obrigado, Vanessa — Rick disse e Vanessa ia saindo — Vanny?
— Sim, Rick? — Vanessa perguntou, se virando para Rick
— E os mamonas? Alguma novidade? — Rick perguntou
— Não, nenhuma — Vanessa disse, fazendo um muxoxo em seguida
— putz, eu realmente achei que dessa vez ia rolar. Será que fui eu quem fiz alguma coisa de errado? — Rick perguntou
— Você? Nada. Mas se te serve de conselho: fica mais atento a quem está ao seu redor — Vanessa disse e saiu, deixando Rick pensativo
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Victoria
Aproveitei minha folga para dar uma limpa em casa e, quando terminei, fui na padaria comprar um sonho.
Assim que saí da padaria, senti uma pontada no peito, como uma intuição, assim, resolvi pegar um caminho oposto ao da minha casa.
A sensação que eu tinha era estranha, como um déjà vu, eu olhava para frente e não conseguia ver nada além de coordenadas, era como se o destino quisesse que eu fosse pra algum lugar.
Parei em uma praça, e, quando olhei pra frente, entendi o que meu coração quis dizer: o destino me levou até a minha antiga casa.
Não tinha muitas memórias daquele lugar, mas as poucas que ficaram, eram maravilhosas, como por exemplo o bolo de cenoura com cobertura de brigadeiro e chocolate granulado que a minha mãe fez no meu aniversário de 8 anos, ou quando ela cantava trem das onze toda desafinada quando ia limpar a casa.
Fui desperta dos meus pensamentos quando o sol começou a queimar minhas costas. Voltei para casa e minha avó veio me receber
— Onde você estava? Eu fiquei preocupada, você disse que ia só na padaria! — Minha avó reclamou
— eu tava em frente a casa que eu morava com a minha mãe. Alguma coisa me levou até lá. — falei, me sentando no sofá
— e como você tem tanta certeza que era a sua casa? — minha avó perguntou
— vó, eu me mudei quando tinha 9 anos, não 9 meses — falei, sorrindo
— as vezes eu me esqueço desse detalhe. Sua mãe amava aquela casa. Ela trabalhou e juntou dinheiro desde os 13 anos pra comprar o espacinho dela. E aí veio o seu pai... — ela falou, mas a interrompi
— e nem esperou o corpo esfriar pra vender — falei, chateada —
— É... Você não tem curiosidade pra saber como ele está? — minha avó perguntou
— as vezes, eu fui muito infeliz em Minas Gerais. Mas, apesar de tudo, ele é o meu pai, e sinceramente, foi nobre da parte dele me deixar em paz. Tudo bem que eu precisei ameaçar fazer uma denúncia, mas acho que aos poucos, ele entendeu que eu cresci. — falei
— e o seu amigo Dinho, como está? — minha avó perguntou e eu sorri
— melhor. Finalmente saiu do quarto e se alimentou — falei, me levantando e indo até a cozinha
— então você conseguiu? — minha avó perguntou
— não é querendo me gabar — falei, dando um gole na minha garrafinha de água em seguida — mas com o meu jeitinho eu consegui convencer
— e o que vocês são? — minha avó perguntou
— sinceramente, eu não sei. Eu gosto do Dinho, de verdade. Mas ele tem um passado muito intenso com a Mirella. Eu não quero me jogar de cabeça nesse rio e descobrir que é raso — falei, guardando a garrafa na geladeira
— Minha filha, escuta o meu conselho: não fuja desse amor! Não importa o que aconteça, não importa o quanto vocês finjam, vocês sempre vão voltar um pro outro — minha avó falou
Encarei minha avó por alguns segundos, fui até ela e dei um beijo em sua testa e fui saindo, mas ela me chamou
— Onde você vai? — minha avó perguntou
— tomar um banho e passar numa loja de roupas. Tenho um conselho de uma senhorinha pra seguir mais tarde — falei, saindo
Fui até uma lojinha perto de casa onde eu tinha visto um vestido vermelho lindo, o decote dele é bem discreto, não é tão curto mas chama a atenção por onde passa.
Comprei o vestido e alguns Bobs pro meu cabelo.
Enrolei meu cabelo nos bobs até dar a hora de me arrumar pro comício, decidi aparecer bem linda lá pra agarrar o que é meu.
Quando chegou a hora de me arrumar, decidi não fazer uma maquiagem, afinal, ele gostou de mim do jeito que eu sou. Brincadeira, é porque eu sou uma péssima maquiadora mesmo.
Coloquei o vestido e ajustei pra lingerie não ficar marcada, e modéstia a parte, eu fiquei um espetáculo de mulher.
Tirei os bobs do cabelo e dei uma ajeitada nos cachos, passei um batom e um perfume, coloquei um salto baixo e pedi um táxi
Chegando lá, o comício já tinha começado e eu agradeci por isso, não queria que o Dinho me visse por enquanto, então me misturei entre aquelas pessoas e evitei fazer contato visual.
Quando o comício estava chegando ao fim, corri pro banheiro para me esconder, pode parecer bobeira, mas eu queria realmente chamar a atenção no lugar.
Quando o silêncio reinou, coloquei a cabeça para fora pra ver como estava o movimento e ali eu vi o Dinho abraçando outra mulher, mas não foi um simples abraço, ele abraçou e a pegou no colo, da mesma forma que ele fez no nosso primeiro beijo.
Sabe o que é mais engraçado? O fato de sempre acontecer alguma coisa toda vez que eu apareço nesse maldito comício.
Ali eu já não me importava mais se ele tinha me visto ou não, eu só queria ir embora pra minha casa.
E eu fui.
FIM DO CAPÍTULO 29
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Eu te amodeio, meu pitchulo (mamonas assassinas)
FanfictionQuando seu destino parecia traçado em Minas Gerais por causa do trabalho do pai, Victoria viu sua vida tomar um rumo inesperado ao completar 21 anos. Decidida a retornar para Guarulhos, sua cidade natal, Victoria enfrenta uma montanha de desafios e...