51

97 5 2
                                    

— como assim? — perguntei, desfazendo meu sorriso

— não me leva a mal, xuxuzinho, seu vestido é bonito, mas no chão do meu quarto fica melhor — Dinho falou, me fazendo revirar os olhos

— você me assustou, caralho — Falei

— o que tá rolando por aq... Uh Lalá, que Deusa grega — Cláudia disse

— por um segundo eu achei que ele ia me chamar de feia — falei

— ele não te achava feia nem quando vocês se “odiavam”, por que acharia agora? — Aninha disse

— é verdade, agora a chance de eu cair nessas piadocas são bem menores — falei

— e então, madames, terminaram? — Dinho perguntou e concordamos

— Vou me trocar então — falei

— posso ir junto? — Dinho falou e eu apontei o dedo pra ele

Sábado, 14 de janeiro de 1994

Aninha, Cláudia e eu fomos para a igreja. Os meninos já estavam lá, mas não poderiam ficar até o final da cerimônia, pois teriam que estar na chácara antes dos noivos

— Amorzinho, quem vai levar a gente? — perguntei

— Meu pai — Dinho respondeu — Você com esse vestido tá me lembrando alguém...

— quem? — perguntei

— tá me lembrando o amor da minha vida — Dinho falou e eu sorri, dando um selinho em seus lábios

Entramos na igreja e sentamos no último banco.

Quando Janaína entrou, eu senti minhas pupilas dilatarem, ela estava tão linda, Dinho percebeu e apertou a minha mão

— um dia vai ser a gente — ele cochichou no meu ouvido e eu abaixei minha cabeça, sorrindo

Assim que os noivos trocaram as alianças a banda saiu discretamente da igreja.

Aninha, Cláudia e eu ficamos de mãos dadas até o fim da cerimônia

— tá chorando, Clau? — perguntei

— Foi só um cisco que caiu no meu olho — ela respondeu

— tá emocionada, coitada — Aninha disse, sorrindo

— tava se imaginando lá com o Sérgio, é? — Perguntei

— você também se imaginou com o Dinho que eu sei — Aninha disse

— e você com o Bento, ué — falei e nós três rimos baixo

Depois da cerimônia, entramos no carro do Seu Hildo e fomos até a chácara

Chegando lá, tinham duas meninas, uma delas com uma prancheta

— Vocês são? — a da prancheta perguntou

— Namoradas dos músicos — Aninha falou

— Ah, sim, tem uma mesa reservada pra Vocês, me acompanhem — a outra disse e nós a seguimos

Eu te amodeio, meu pitchulo (mamonas assassinas)Onde histórias criam vida. Descubra agora