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— Que merda é essa, Cláudia?! — Victoria perguntou, com os olhos cheios de lágrimas

Cláudia se aproximou da amiga e deu um longo suspiro.

— Eu vi isso na tv agorinha... Vic, você sabe que isso é coisa da Mirella — Cláudia tentou consolar, em vão

Victoria começou a revirar a bolsa e pegou as chaves que estavam na mesa

— onde você vai? — Cláudia perguntou

— eu vou demorar, não sei se volto pra casa hoje — Victoria disse saindo

— Vic, espera! — Cláudia pediu

— não vem atrás de mim! — Victoria falou, do corredor

Victoria foi até uma parada de táxis e pegou o primeiro que estava disponível

— pro aeroporto, por favor — ela pediu e o carro deu partida

Três horas depois...

Rio de Janeiro - RJ 📍

A banda almoçou e, com exceção de Samuel, todos voltaram para o quarto e se arrumaram para fazer a passagem de som

— E aí, tucano, não vai tomar... — Dinho brincou, mas foi interrompido por um soco na cara, ele passou a mão no ferimento e avançou em Samuel, mas foi contido por Sérgio — Que. Porra é essa, Samuel?

— Eu que te pergunto, filho da puta — Samuel disse, mostrando o jornal — que porra é essa aqui?

O coração de Dinho disparou quando ele viu a foto de seu beijo com Mirella sentada estampada no jornal

— Dinho, você tem uma explicação plausível pra isso, não tem? — Júlio perguntou

— você contou pra Vic, Dinho? — Sérgio perguntou

— espera aí, você sabia disso? — Samuel perguntou, visivelmente decepcionado com o irmão — ele tá traindo a nossa prima e você não fez nada?

— eu não tô traindo a Victoria, Samuel — Dinho falou — a Mirella armou isso aqui pra me ferrar

Dinho coçou a cabeça, nervoso e saiu correndo pra fora do quarto

— onde você tá indo, Dinho? — Bento perguntou, correndo atrás do amigo

— eu preciso voltar pra casa — Dinho falou

— tá maluco? A gente precisa fazer a passagem de som agora! — Júlio falou

— que se foda a passagem de som, eu preciso falar com a minha mulher — Dinho gritou

— Acho que você não vai precisar voltar pra casa — Sérgio disse, apontando com a cabeça para o sofá da recepção

Dinho se virou, e lá estava Victoria sentada no sofá, encarando o noivo. Seus olhos não negavam, estavam inchados e vermelhos, não parou de chorar desde que entrou naquele táxi.

— A gente vai ficar esperando aqui embaixo — Júlio disse, tentando abraçar Victoria, mas foi contido pela mesma

Dinho e Victoria subiram para o quarto e ela se sentou na cama, abraçando um travesseiro

— Vic, você precisa acreditar em mim, isso foi uma armação da Mirella — Dinho falou, sentando ao lado de Victoria

— Eu sei que foi uma armação da Mirella! — Victoria disse e se levantou, jogando o travesseiro pro lado — Eu sei que ela é capaz de tudo pra destruir a gente. Mas sabe o que me dói? É saber que você teve a coragem de me olhar nos olhos e não me falar nada!

— mas eu ia te contar — Dinho falou

— quando? Hein? E se essa história não vazasse pra mídia? Você ia esconder pro resto da vida? — Victoria gritou

— eu tava com medo, porra! Você não tem nem um mês de gravidez ainda, eu fiquei com medo de acontecer alguma coisa com o nosso filho! Eu queria esperar até que a gravidez entrasse numa fase segura! — Dinho se justificou

— E olha só o que o seu medo me trouxe! O seu medo tá fazendo eu ser humilhada pro Brasil inteiro! O seu medo pode prejudicar o meu trabalho! — Victoria gritou — o seu medo tá acabando com o nosso relacionamento — Victoria disse, murchando a voz

— não, qualquer coisa menos isso, por favor! — Dinho suplicou

— eu tô confusa, Alecsander — Victoria disse, sentando na cama novamente

— vamos enfrentar isso juntos, meu amor? — Dinho pediu, sentando ao lado de Victoria — eu não posso mais viver sem o seu perfume, sem a sua risada, sem os seus abraços, seus beijos

Dinho roubou um beijo de Victoria e os dois se deitaram na cama, enquanto continuavam com os lábios colados, mas num estalo, Victoria o empurrou e se levantou

— Não, Dinho! No que cê tá pensando?! Acha que só me beijar vai consertar a cagada que você fez? — ela gritou novamente — Você deu a minha cara a tapa. Você me humilhou de uma maneira muito baixa — Victoria disse, começando a chorar em seguida — tudo poderia ser diferente se você tivesse confiado em mim e me contado. A gente poderia ter fingido um término no mesmo dia e reatado depois, mas não, você preferiu agir do seu jeito

— me perdoa meu amor, eu tô te implorando! — Dinho se ajoelhou, abraçando a cintura de Victoria — eu não consigo mais viver sem você

— eu te perdoo, Dinho — Victoria disse e Dinho se levantou rapidamente, dando um beijo nela — Mas...

— sem mas — Dinho pediu e Victoria tirou a mão dele de seu rosto

Victoria deu alguns passos pra trás, e desamarrou o fitilho dourado de seu dedo

— Não é só por um beijo, Alecsander. É a minha saúde mental. Eu queria um relacionamento tranquilo, mas eu nunca vou ter isso estando do seu lado. Eu tô cansada disso, eu só quero a minha paz de volta, espero que me entenda — Victoria disse, colocando o fitilho nas mãos de Dinho

— Mas e a nossa terapia, e o nosso filho? — Dinho pediu

— cancela a terapia e... Ainda vamos fazer parte da vida um do outro, independente de ter um filho ou não, porque eu me recuso a ficar longe do seu sobrinho — Victoria disse, dando um pequeno sorriso em seguida

Victoria enxugou as lágrimas e se aproximou de Dinho, dando um beijo nele

— tchau, Dinho. Segue a sua jornada. Boa sorte pra nós dois — Victoria disse, saindo em seguida

— Não, Vic, volta, por favor! Volta! — Dinho gritou

Ao ver que ela não iria voltar, ele apenas deitou na cama e deixou as lágrimas encharcarem o travesseiro

FIM DO CAPÍTULO 96

Acho que foi o capítulo mais difícil pra escrever até agora 🥲

Enfim, até segunda, galera






Eu te amodeio, meu pitchulo (mamonas assassinas)Onde histórias criam vida. Descubra agora