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— nossa, fiquei até surpreso agora, porque faz tanto tempo que eu te mandei a fita — Rick falou

— agradeça a esse pivete aqui. Ele bateu o pé e exigiu que eu assinasse com a banda — João respondeu

Naquele momento, Vanessa entrou com uma bandeja de café e começou a servir aos presentes

— Bom, sendo assim, a Vanessa vai ligar e pedir pra eles virem imediatamente — Rick disse

— não faça isso, por favor. Na verdade, quero assistir a uma apresentação ao vivo. Sabe se eles tocam em algum lugar? — João perguntou

— Vanessa, liga pro Dinho e descobre se a banda tá se apresentando em algum lugar — Rick pediu

— Na sexta eles vão tocar lá na boate lua nua. — Vanessa respondeu, ignorando os olhares de Rafael

— ótimo, vou levar um caça talentos comigo. Rezem para os meninos se saírem bem — João disse, pegando sua xícara de café

Assim que João e Rafael saíram, Rick pegou na cintura de Vanessa e colou seus corpos

— eu reparei os olhares do moleque pra você — Rick disse, no ouvido de Vanessa

— tá com ciúme, Ricardo Bonadio? — Vanessa perguntou

— lógico que eu tô — Rick disse — por que você não me dá uma chance, hein?

Rick perguntou, roubando um beijo de Vanessa em seguida

— porque eu sei que mais tarde vai ter outra na sua cama, e amanhã outra, e outra, e outra. Minha mãe não me criou pra ser só mais uma no meio da multidão , eu sou única, por isso que você não me vê dando trela pro primeiro que aparece — Vanessa disse — agora, Senhor Rick, me dá licença porque com certeza deve ter algum artista esperando pra ser recebido

Vanessa se desvencilhou de Rick e voltou para seu posto

— eu ainda caso com essa mulher — Rick disse para si mesmo, limpando sua boca em seguida

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Sexta-feira, 07 de abril de 1995

20:15

Victoria


Eu estava cortando algumas laranjas pra fazer um suco no meu trabalho e senti um arrepio estranho, como se eu tivesse que ir pra outro lugar, mas ignorei essa sensação. Continuei cortando as laranjas, e dessa vez, senti meu coração bater forte, quando isso aconteceu, acabei não olhando o que estava fazendo e cortei meu dedo

— inferno! — gritei, chamando a atenção dos meus colegas de trabalho

— ela tá ficando branca — Karina disse, me amparando

— não abaixa o dedo que é pior — meu chefe falou, pegando um rolo de papel higiênico

— alguém precisa levar ela pro hospital — Karina disse

— liga pro meu namorado — falei, ofegando de dor — 6671-3675

— Alô, é o telefone do namorado da Victoria? Ela acabou machucando o dedo aqui e ninguém pode levar ela pro hospital agora, alguém pode vir aqui? Certo, obrigado — meu chefe disse e encerrou a ligação.

Alguns minutos depois, Dinho chegou e pegou minha bolsa

— consegue andar ou quer que eu te leve no colo? — Dinho perguntou

— consigo — falei

— resposta errada — Dinho respondeu e me pegou em seus braços, me colocando no banco da frente

Fomos ao hospital e levei alguns pontos no meu dedo, peguei um atestado e Dinho me levou pra casa.

— o que aconteceu, filha? — Minha avó perguntou, olhando a faixa no meu dedo

— um pequeno acidente no trabalho — falei

— Quer descansar ou quer sair? A gente vai no lua nua hoje — Dinho perguntou

— quero ir com vocês — falei

— A gente não vai demorar, minha cascavel preferida — Dinho falou, para minha avó

— eu só fico preocupada da minha neta sair e você empacar no meio do caminho, jumento — minha avó disse

— eu vou me vestir. Tentem não se matar — falei e fui para o meu quarto

a noite estava um pouco fria, então coloquei uma calça wide e uma blusa de alcinha preta. Levei um casaco e mantive o meu rabo de cavalo. Lavei meu rosto, Passei um gloss e calcei uma Anabela.

— vamos? — perguntei

— tá tão perfeita que nem parece perdeu um dedo — Dinho falou, pegando na minha mão ferida, com delicadeza — Ai, credo, vamos

Chegando no lua nua, Cláudia se assustou quando viu minha mão

— o que aconteceu, Vic? — Cláudia perguntou

— longa história — falei — depois eu explico melhor

— amorzinho, vai pedindo gelo pra colocar nesse dedo — Dinho falou, beijando minha mão

— eu tô bem, fica tranquilo — falei

— só vou ficar tranquilo quando não tiver mais nenhum ponto aí — Dinho falou, me dando um selinho em seguida

— ô, manezão, tá esperando o que pra subir logo? — Sérgio, no palco, gritou para Dinho — tenho que ir

— se alguma baranga der em cima do Dinho, eu mesma cuido, pode ficar tranquila — Cláudia disse, nos fazendo sorrir

Assim que a banda começou a se apresentar, reparei em um trio de homens sentados em uma mesa próxima ao palco, a cada piada, os mais velhos cochichavam entre si, enquanto o mais novo assistia a apresentação, vidrado.

Quando Dinho cantou Robocop gay, ele sentou no colo de um desses homens, fazendo os outros dois rirem.

Quando os meninos terminaram de se apresentar, eles vieram até a nossa mesa e eu me levantei para beijar Dinho

— eu te amo tanto — falei

— eu amo mais — Dinho respondeu

— Então vocês são os mamonas assassinas? — Uma voz grave perguntou e nos viramos em sua direção

— Somos nós mesmos — Júlio respondeu

— E o senhor é?... — Samuel perguntou

— e então, Arnaldo, o que acha? — João perguntou

— Acho que você deve assinar imediatamente — Arnaldo respondeu

— Meus parabéns, mamonas assassinas. Eu sou o João Augusto, diretor da EMI Records, esse é o Arnaldo Saccomani, meu amigo e produtor musical, e esse é o meu filho, Rafael, que ouviu a música de vocês e exigiu que fossem contratados. E então? Prontos para assinar um contrato e gravarem seu primeiro álbum? — João perguntou e nos entreolhamos surpresos

FIM DO CAPÍTULO 57

Eu te amodeio, meu pitchulo (mamonas assassinas)Onde histórias criam vida. Descubra agora