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As coisas não estavam fáceis para ninguém, Victoria só saía de casa para suas aulas de direção, pois prometeu levar Grace nas consultas médicas. Ela comia pouquíssimo, e Cláudia precisava colocar uma cadeira no banheiro para a amiga tomar banho. A cada dia que passava, suas olheiras ficavam mais fundas. Ela pouco se importava com a criança que estava em sua barriga, suas esperanças diminuíram, e em sua cabeça, vozes falavam que, em breve, essa criança não existiria mais.

Contra a sua vontade, Dani e Cláudia decidiram não cancelar as encomendas feitas para o casamento, elas apenas adiaram, pediram para manter tudo até outubro.

Victoria ouviu a campainha tocando e Cláudia atendeu, agradecendo por algo em seguida, ela foi até o quarto e colocou uma encomenda em cima da cama.

— é pra você — Cláudia disse e saiu

Victoria tentou ignorar, mas a curiosidade falou mais alto. Ela abriu a encomenda e sentiu suas pernas enfraquecerem ao pegar seu vestido de noiva.

Ela resolveu experimentar o vestido, Cláudia e Dani escutaram os soluços e foram ao quarto, elas não aguentaram e começaram a chorar ao ver a amiga vestida de noiva. As três, sem dizer nada, apenas se abraçaram.

Paralelamente, Dinho também se afundava em tristeza. Os cigarros, que Victoria sempre pedia para ele abandonar, se tornaram seus melhores amigos e a sua principal refeição: Dinho começou a fumar duas carteiras por dia

Cantar uma Arlinda mulher e lá vem o alemão se tornou um verdadeiro sacrifício, era difícil cantar as músicas que compôs para sua amada sem chorar, mas Dinho conseguia, apesar da voz embargada.

O anel de noivado que comprou para Victoria se tornou sua principal companhia. Quando estava sozinho, passava o tempo todo fumando e segurando a caixinha com a aliança, buscando qualquer tipo de conforto em seu coração

A relação com a Banda também não era das melhores , em frente às câmeras e no palco, Dinho e Samuel forçavam uma boa relação, mas nos bastidores, a coisa era diferente, Samuel só falava o básico com o vocalista, mesmo ele tentando forçar uma boa c...

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A relação com a Banda também não era das melhores , em frente às câmeras e no palco, Dinho e Samuel forçavam uma boa relação, mas nos bastidores, a coisa era diferente, Samuel só falava o básico com o vocalista, mesmo ele tentando forçar uma boa convivência com suas piadas.

Samuel também evitava Sérgio o máximo que podia, sua decepção era tão grande que mal conseguia encarar o irmão mais velho. Júlio e Bento tentavam ter uma boa relação, mas se tornaram reles intermediadores de contato, não havia muita coisa para fazer.

Sérgio, depois de ter terminado o relacionamento, sofria em segredo. Ele se sentia um monstro sem sentimentos: Magoou o irmão, fez sua prima se afastar e a ex namorada literalmente fugiu ao vê-lo se aproximando, a única coisa que mantinha sua cabeça ocupada era o piano que ficava na sala de estar de sua casa, quando estava em seu lar, apenas tocava copiosamente. As únicas coisas que acalentavam seu coração eram os beijos e abraços de sua mãe, que sempre observava o filho tocar e estava lá para aplaudir todas as vezes.

Cláudia também sofria pelo fim de seu relacionamento, afinal, foram quase seis anos convivendo com Sérgio. Por ser mais forte que a Amiga, decidiu deixar sua dor de lado, e enquanto consolava Victoria, Cláudia estava sendo consolada por Dani.

Ela não entendia o porquê do namoro acabar assim, já que estava tudo indo tão bem, agora eles poderiam se casar e ir morar sozinhos. Era tudo tão injusto, não fazia sentido ele ter que abrir mão de uma coisa pela outra.

Aos poucos, Cláudia foi se cansando de chorar e resolveu fazer algo de útil para tentar ocupar a mente. Ela achou alguns livros de vestibular na casa e começou a estudar. Seu sonho de infância era ser advogada, e um “por que não?” veio à sua mente.

Quando se cansou de ler, Cláudia tomou um banho e foi se deitar. Ela reparou que Victoria estava ofegante enquanto dormia. Preocupada, colocou as costas da mão na testa de Victoria para conferir sua temperatura. Assim que encostou na amiga, Victoria teve um espasmo, fazendo Cláudia se assustar

— Cláudia! Eu tô com cólica — Victoria disse, assustada

— fica calma, eu vou buscar água pra você — Cláudia disse e foi para a cozinha

Assim que entregou a água para Victoria, Cláudia correu para a lista telefônica e achou o contato de um taxista. Ela solicitou a corrida e pegou os documentos da amiga para levá-la ao hospital.

Enquanto esperava pelo táxi, Cláudia ligou para ralado

— ralado, o show tá acabando? — Cláudia perguntou

— Tá, sim, daqui a pouco os meninos embarcam, por que? — ralado perguntou

— pede pro Dinho ir direto pro Albert Einstein. Não posso dar mais detalhes porque o táxi tá chegando, mas pede pra ele ir, é urgente — Cláudia disse

— Cláudia! — Victoria gritou e Cláudia precisou desligar o telefone

Cláudia correu para o quarto e suspirou ao ver o sangue na cama.

Ela ajudou a amiga a se limpar rapidamente, até que ouviram buzinas na rua

— vamos? — Cláudia pediu

Entrando no táxi, Victoria desabou

— A culpa foi minha, Cláudia! Eu não me cuidei, não me alimentei direito — Victoria disse, chorando

— não foi sua, Vic, você sabe que isso é da sua família, é genética — Cláudia disse

— mas dessa vez eu tava sentindo que ia ser diferente — Victoria falou

— é porque agora você e o Dinho estão estabilizados, da primeira vez vocês não tinham como sustentar uma criança. — Cláudia disse

— A Melhor coisa que eu fiz foi terminar com o Dinho, ele merece alguém melhor que eu — Victoria respondeu, inconsolável

Segunda feira, 15 de janeiro de 1996

03:00

Dinho, aflito, chegou ao hospital

— oi, tudo bem? Minha mulher tá aqui no hospital, eu preciso ver ela — Dinho falou

— mulher, é? Não é isso que as revistas de fofoca estão dizendo — a recepcionista respondeu, ironicamente — o nome completo?

— Victoria dos Reis Amaral — Dinho falou

— Dinho? — Victoria disse, chegando na recepção com Cláudia

Dinho correu e abraçou Victoria, ele entendeu imediatamente o que havia acontecido

— Vic, eu... — Dinho falou, mas Victoria colocou dois dedos em seus lábios

— não fala nada, só fica comigo?

FIM DO CAPÍTULO 98

Eu te amodeio, meu pitchulo (mamonas assassinas)Onde histórias criam vida. Descubra agora