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Flashback on

Quinta feira, 11 de fevereiro de 1982

17:20

Narrador

— você é muito burro, Samuel — Victoria disse, olhando a prova do primo

— burro nada — Samuel retrucou

— olha isso, Dindinha, o Samuel colocou na prova que quem descobriu o Brasil foi o Silvio Santos — Victoria respondeu

— Vamos pra casa, meninos? — Nena perguntou, murcha

— ué, por que a mamãe não veio me buscar hoje? — Victoria perguntou e Nena segurou o choro

Enquanto Nena seguia seu trajeto em silêncio, Samuel e Victoria iam brincando e se implicando, como sempre.

Chegando na casa de Nena, o trio ouviu choros, acompanhados de gritos, e Nena desabou ali mesmo.

Samuel e Victoria, preocupados, pegaram a chave das mãos de Nena e abriram o portão.

Quando entraram, Sueli, Ito e Aurora estavam na sala, aos prantos. Nena, segurando a mão de Samuel, chegou e abraçou a sogra.

Confusos, Samuel e Victoria foram para o quarto de Sérgio, que também estava confuso

— o que tá acontecendo, Sérgio? — Victoria perguntou, assustada

— eu também não sei — Sérgio disse

Victoria foi até a sala e chamou pela madrinha

— Dinda, o que tá acontecendo? Cadê a mamãe? — Victoria perguntou e Nena se abaixou na altura da pequena

— A sua mãe, ela... Ela foi morar no céu, meu amor — Nena respondeu

— ela morreu? — Victoria perguntou, em choque

Sem esboçar qualquer tipo de reação, Victoria se sentou no sofá e ficou paralisada por alguns minutos.

Sueli trouxe água com açúcar para Aurora e Victoria, e, quando ofereceu à pequena, ela deu um tapa no copo, o fazendo quebrar no chão

— Eu não quero água, eu quero a minha mãe! — Victoria gritou e começou a chorar — eu quero ver a mamãe!

Aurora rapidamente correu até a neta e a abraçou

— Me leva pra ver a mamãe, vovó. Vocês tão mentindo, a mamãe tá bem, eu quero ver ela! — Victoria disse, aos prantos

Flashback off

Quarta feira, 02 de novembro de 1994

08:00

Victoria

Após tomar um banho quente, fiz um coque em meu cabelo e coloquei uma regata branca, vesti uma calça preta e calcei meu tênis.

Chegando na cozinha coloquei um pouco de café em meu copo, e ao me sentar, senti algumas dores nas costas . No dia anterior, fui até o cemitério lavar o túmulo da minha mãe. Foi a primeira visita desde que voltei pra Guarulhos

— Bom dia, minha filha — minha avó cumprimentou, sentando ao meu lado

— Bom dia, vó — respondi

— como você tá? — ela perguntou

— Tô bem, vó — falei

— você não precisa ser forte o tempo todo — minha avó rebateu

Eu te amodeio, meu pitchulo (mamonas assassinas)Onde histórias criam vida. Descubra agora