Capítulo 7
Depois disso fui para casa, me preparei e fui à cademia, pois, afinal de contas, o nosso físico precisa ser cuidado, assim como cuidamos do resto.
Na volta da academia, a minha querida esposa já se encontrava em casa, após colocarmos os assustos em dia, me deitei, porém, o caso dos jovens sempre à tona na mente. Para tentar me desvincular do caso e nestes casos é normal ficarmos querendo achar uma solução para o problema e principalmente um problema raro deste, mas, ficar buscando a solução o tempo todo, não é o certo e nem produtivo, além de cansar a mente, bloqueia a resposta ou o caminho para à resposta.
Para sair desta, comecei a me lembrar novamente da época que o projeto VCV foi implantado.
Naquele mesmo dia que damos o chute inicial, que finalmente começamos os cuidados com oss nossos pacientes, fechamos o dia com muita animação, com muito gás para continuarmos o projeto.
O senhor Waldecy e sua esposa, saíram naquele dia além da aparência física ter dado outro aspecto, por ter visivelmente saído mais felizes e inclusive com uma proposta de emprego.
O Waldir foi medicado, assim como o Alídio foi, o que os deixou bem mais calmos.
Naquele dia quando cheguei em casa, eu estava muito cansado, mas, com um sentimento de dever cumprido.
Pensei na Fátima, será que ela não vai mais me ligar? Após um banho que deu uma restaurada em meu cansaço, ouço o telefone tocar.
- Não é possível! Pensei... Eu acabei de me lembrar da Fátima e de repente ela me liga?
Atendi... Com o coração que parecia que ia saltar pela boca:
- Alô!
Por um instante, eu tremia, pois, a pessoa demorou um ou dois segundos para responder e isso me deixou sem base.
Alô, é o Raimundo?
Era a voz maravilhosa da Fátima do outro lado da linha...
Minha voz não saiu, ficou embargada...
Ela insistiu:
- Raimundo?
Finalmente minha voz saiu.
- Oi...Tudo bem? Sou eu mesmo. Quem está falando?
Apesar de eu estar ciente de quem era do outro lado da linha...
- É a Fátima, como você tem passado?
- Oi Fátima, satisfação em te ouvir novamente. Que saudades de você.
A Fátima fez um som de sorriso e disse:
- Eu também estava com saudades de ouvir a sua voz, hoje foi muito corrido no meu trabalho.
Ela é sempre gentil e amorosa mesmo pelo telefone, me aparenta ser muito meiga e um doce de pessoa. Também sinto que é calma e firme no que diz.
Respondi:
- É minha querida, a vida não está sendo fácil mesmo, precisamos ter muita coragem, fé e trabalho árduo para podermos vencer cada dia. O meu trabalho também está bem puxado, mas, estou muito animado com tudo que está acontecendo e principalmente te conhecendo, mesmo que seja por telefone, isto tem me dado muito ânimo para continuar minha luta.
Ela disse, com uma voz mais confortada:
- Sabe, depois que começamos a nos conhecer pelo telefone, eu me senti bem mais empolgada para a vida, mas, não é por falta de pessoas para conversar, pois lá no meu trabalho, os rapazes sempre estão querendo sair comigo, mas, sabe, eu não me sinto à vontade com eles, não sei se é porque eu os conheço, o fato é que eu não aceito nenhuma de suas propostas.
- Que bom, fico feliz por isso.
Brinquei e disse:
- Entendo, lá no meu trabalho também tem uma garota assim, que os rapazes sempre querendo sair com ela e nada dela aceitar. Ela tem lá as suas razões, provavelmente. Mas as pessoas tem que respeitar as decisões das outras.
Ela concordou dizendo:
- É verdade mesmo, se todos pensassem assim como você, com certeza o mundo seria melhor, um lugar mais saudável de se viver.
Aí eu quis saber um pouco mais da vida dela:
- Minha querida Fátima, posso te fazer uma pergunta?
- Claro que pode, pergunta.
- Você já namorou antes?
- Nossa! Foi na veia mesmo. Tudo bem, sim já tive um namoro muito rápido, mas eu era muito adolescente e não durou mais que uma semana, não sei se é porque eu sou uma pessoa muito difícil de me relacionar amorosamente com outra pessoa, mas, saiba que eu estou gostando muito de conversar com você e para mim está sendo muito bom. E você já namorou alguém?
Ela devolveu a pergunta e eu respondi rapidamente:
- Para falar a verdade, não cheguei a namorar, fiquei sim com algumas garotas, mas, com a morte do meu pai e a luta que eu estava passando com o meu irmão, ficou difícil realmente namorar alguém e depois veio a faculdade, daí e eu não tive tempo nem para mim, era necessário me dedicar a faculdade.
Ela pensou um pouco calada e em seguida me disse:
- É complicado mesmo, mas, nada é por um acaso, às vezes pensamos que as coisas poderiam ser de uma outra forma, mas, eu aprendi uma coisa, o que tem que ser, com certeza será, independentemente de nós ou nossas escolhas. As coisas quando tem que ser, tudo o que escolhermos vai nos levar àquilo o que tem que ser, é fato, não adianta fugir.
Eu só tive que concordar, pois, eu também penso deste jeito.
- Fátima, você tem total razão e penso assim também, tenho vários exemplos de vida desta forma que você falou.
Disse isso e continuei:
- O fato de estarmos conversando hoje, realmente é algo parecido e espero que nenhum de nós forçamos a barra, pois, o que tem que ser será, certo?
- Concordo plenamente com você. Bem, eu preciso desligar, outro dia a gente pode conversar um pouco mais.
Nos despedimos e esperando que não demorasse muito o nosso reencontro, pois, eu confesso que nem tinha desligado o telefone e já estava com saudades.
O tempo é o maior inimigo dos amantes, a pessoa fica torcendo para chegar o momento de estar com a pessoa amada e quando finalmente chega o momento, ele passa voando, tão rápido que nem vemos ele passar.
- Nossa, mas, do que eu estou pensando? Eu nem conheci está garota e já estou falando de amor? Calma Edmundo. Pensei alto.
Parei de pensar na pessoa da Fátima, veio em minha mente a Lucélia, que é uma garota muito especial, da qual todos os garotos querem sair com ela, mas, ela se recusa a sair com eles.
Para dizer bem a verdade, eu estou gostando muito da Fátima, mas, também tenho um forte sentimento pela Lucélia. Acho que amanhã vou falar com ela somente para ver o que ela acha de sairmos qualquer dia destes.
Logo fui para cama, fiquei a pensar em Fátima, falando comigo ao telefone e ao mesmo tempo pensei em Lucélia, como pode as duas conquistarem o meu coração, sem ao mesmo terem saído para tomarmos um suco se quer? Relaxei e consegui pegar no sono.
Cheguei cedo no hospital, mais cedo que o de costume, fui direto para a minha sala, coloquei algumas coisas em dia, pois, tenho tido muito trabalho e se eu não fizer alguma coisa neste sentido, as coisas vão ficando impossíveis de se resolverem.
Saí para tomar um café no refeitório e por coincidência, me encontrei com a senhorita Lucélia e disse:
- Oi bom dia!
- Bom dia dr. Braga!
Cumprimentei com beijo em seu rosto e pude sentir um perfume das deusas, daqueles tipo que nos paralisa, deixando- nos sem fala.
Busquei me recompor o mais rápido passível e assim que consegui, falei:
- Que perfume maravilhoso!
Ela sorriu e a jogando o cabelo para trás, respodeu:
- Obrigada. É da O Boticário.
- Delícia. Você aceita tomar um café comigo hoje.
Ela parecia que estava mais feliz do que o normal e portanto, disse sorrindo novamente:
- Sabe de uma coisa? Aceito sim.
Eu fiquei até sem ação, na verdade, eu a convidei, mas, não tinha nenhuma esperança dela aceitar o meu singelo convite.
- Opa! Vamos lá então!
Saímos rumo ao refeitório e no caminho eu quis saber:
- É aí? Como estão as coisas? O que tem feito de bom?
Ela sorriu e disse vagamente:
- Bem, eu tenho estado bem animada no projeto do qual estamos engajados e...
Eu a interrompi, acrescentando:
- Há um novo namorado na área? Acertei?
Ela me olhou com olhar de quem parece que está apaixonada e respondeu:
- É. Mais ou menos.
Fiquei curioso.
- Como assim? Ou é ou não é namorado.
- Você tem razão. Mas sabe, eu estou conhecendo uma pessoa, ou melhor, um rapaz que me parece uma pessoa muito legal e mexeu muito comigo. Toda vez que conversamos, depois eu me sinto muito bem, fico pensando muito nele, imagino nós dois casados e com filhos...
Lucélia, foi falando isso olhando para o além, como se estivesse mesmo imaginando aquela cena, foi bonito de se ver e triste ao mesmo tempo, pois, isso para mim era e um sinal que eu estava definitivamente fora, sem chances de ter uma oportunidade com a garota mais linda de todo o quadro do Hospital. Apesar disso, não perdi as minhas esperanças não, vou continuar a me aproximar dela cada vez mais, quem sabe não é apenas uma paixãozinha que logo se acaba e aí quando isso acontecer eu estarei alí por perto e quem sabe surge a tão esparada oportunidade de ser o namorado dela, a maravilhosa Lucélia?
- Que bom minha querida, faço votos que dê tudo certo para vocês e qualquer coisa pode contar comigo, estarei sempre aqui para o que der e vier.
Disse isso e me coloquei à disposição para algo que por ventura possa acontecer vir acontecer.
Conversamos mais um pouco, enquanto tomávamos o nosso café matinal. Todas as vezes que os meus olhos iam em sua direção, eram agraciados com sua beleza indescritível de uma mulher bela e sensual inigualável.
Saímos dalí e cada um de nós fomos às suas respectivas salas...
Dona Dircinha já tinha passado em meu consultório e deixado a minha agenda de visitas do dia aos quartos.
Peguei a agenda e imediatamente me veio a mente...
- Dona Dircinha é muito competente no que faz e a sua filha herdou isso dela... Mas, infelizmente não é para o meu bico...
Saí e fui cumprir a agenda do dia.
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O Início de Uma Nova Vida
RomantikSinopse Você já percebeu que quando tudo parece que vai bem, algo acontece? Pois então, aqui você verá algo tão inesperado e esperado ao mesmo tempo, que você se surpreenderá com cada situação e se identificará com os casos aqui expostos. Baseado e...