"Manterei o Mais Alto Respeito Pela Vida Humana"

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Dona Dircinha***

Esta família é muito especial e linda, eu os amo do fundo do meu coração.
Este passeio me fez lembrar, como se fosse ontem, quando meu marido, minha única filha a Lucélia, saíamos juntos para participar de alguma atividade juntos. Era uma alegria só, não nos cabia tanta felicidade em nós. Pena que ele se foi cedo demais. Mas, Deus é perfeito mesmo, me deixou uma filha maravilhosa, que é muito dedicada e amável, carinhosa e prestativa.
Não sei o que seria de mim, se eu não a tivesse... A carga seria, com certeza, muito difícil de carregar, mas, nosso Criador sabe o que faz e nunca nos desampara.
Quantas vezes fomos ao Sítio do Pica Pau Amarelo, em Taubaté, nos divertíamos muito lá, era momento inigualável e inesquecível.
Como diziam," temos que aproveitar todos os momentos, pois ele passa e passa rápido demais."
Depois de dormir bem esta noite, cheguei ao o Hospital, preparei a agenda do Dr.Braga, fui ao refeitório tomar um café com leite, afim de me preparar para mais um dia.
Estando eu ao refeitório, a Dra. Vânia se chegou até minha mesa e disse:
- Bom dia minha querida! Como passou de ontem para hoje?
Nos cumprimentamos, com beijinho no rosto e eu respondi:
- Bom dia, Dra. Vânia, eu passei bem. Ontem, o Dr. Braga me levou para passear com sua família. E foi maravilhoso, tomamos um caldinho delicioso em Aparecida, lá no Caldinho Tempero dos Anjos.
E você, fez o quê?
Eu quis saber e ela me respondeu, falando:
- Nossa! Saí daqui e fui direto até a minha casa, depois do banho relaxante me deitei e dormir e não acordei, até que o dia amanheceu e aqui estou.
Sorrimos e eu comentei:
- A vida não é nada fácil para ninguém mesmo. O tempo passa rápido demais, por isso, temos que aproveitar ao máximo, e aproveitar fazendo coisas positivas, pois, passou disso, é desperdício. O tempo é a maior dádiva do criador, depois do dom da vida. E é também o maior presente que podemos dar, pois, ele nunca mais voltará. E falando em vida, como está o progresso dos jovens?
A dra. Vânia Albuquerque começou a falar com um pouco de empolgação, dizendo:
- Bem, ontem eles não progrediram nada, nenhum avanço, hoje espero a resposta que preciso. Mas, estou com uma grande esperança de tudo se resolver o mais rápido possível.
Eu acariciei o seu braço e disse:
- Tudo o que é feito com dedicação, não tem como dar errado, sempre vamos colher bons frutos, mais cedo ou mais tarde, daquilo que fazemos com amor...
- Obrigada pelo apoio, dona Dircinha, a senhora é muito especial.
Nos despedimos, desejando boa sorte para todos nós neste dia de vida.
Como os jovens já estavam no hospital, cada uma foi para sua sala.
Essa dra.Vania tem um carisma muito gostoso, pelo jeito que ela trabalha, eu não tenho dúvidas que o sucesso virá mais cedo do que possamos imaginar.
Fiquei a pensar...













Dr. Braga***
Entrei pelos corredores do Hospital super rápido, pois eu estava um tanto atrasado, perdi a hora e acho que o relógio não despertou.
Mal dei alguns passos no comprido corredor, dona Dircinha se aproxima com as mãos cheias de folhas e diz:
- Bom dia, querido dr. Braga! Como passou? Perdeu a hora Doutor?
Ela disse estas palavras enquanto tentava seguir meus passos longos...ela foi me entregando algumas folhas e eu as analisava, uma por uma, respondi:
- Bom dia! O nosso passei ontem foi muito bom, mas, foi bastante cansativo, acho que eu estou um pouco fora fora de forma.
Sorrimos.
- O senhor tem alguma dúvida, dr. Braga?
Continuei a olhar e ao fim disse, parando no meio do corredor:
- Não, não tenho duvidas. Somente me responda uma coisa...Por favor, como estão o Eduardo e Mônika?
- Bem...
Ela começou a responder:
- ...Eu conversei com a dra. Vânia sobre os meninos e ela me falou que eles não tiveram nenhum progresso durante todo dia de ontem, apesar do esforço de todos. Mas, ela está com muita esperança de que hoje o quadro possa mudar e para melhor, pois, os meninos são muito esforçados, estão querendo logo melhorar.
Eu fiquei pensando um pouco e logo disse para a dona Dircinha, que parecia atolada no trabalho:
- Minha querida, muito obrigado pela suas informações, a senhora como sempre, precisa na prestação de serviços.
Ela sorriu e disse:
- Obrigada dr. Braga, estou apensar fazendo o meu serviço.
Sorrimos e seguimos os compromissos da agenda lotada.
Ao chegar em minha sala, me deparei com a presença de dona Sílvia, seu marido Renato e seus filhos, aguardando em minha sala.
- Olá bom dia a todos! O que eu posso ajudá- los?
A princípio fiquei muito preocupado com a família toda lá, mas, logo relaxei, quando comecei a ouvir a dona Sílvia falar assim:
- Bom dia dr. Braga! Não precisamos de ajuda, não. Estamos aqui, por que queríamos que o senhor fosse o primeiro a ver isso, pois, o senhor tem se desdobrando tanto para tentar resolver este caso, que quisemos dar esta alegria para o senhor.
Esta noite nós não dormimos nem um minuto se quer. Depois que saímos daqui ontem, fomos jantar e os nossos filhos continuaram a estudar a folha que a dra. Vânia passou para eles, para ver se eles seriam capazes de melhorar a dicção, assim que o dia amanheceu, eles conseguiram falar uma frase na ordem correta, foi a primeira e a muito comemorada. Muito mais que a primeira palavra que eles falaram quando ainda eram bebês.
A família estava em prantos, eu também estava muito emocionado, olhei para os jovens e eu disse:
- Qual foi a frase que vocês falaram?
Fiquei muito curioso, pois, o meu desejo destes meninos voltarerem a falar de forma correta, é muito grande...
A mãe Sílvia, chorando disse:
- Falam meus filhos para o doutor ouvir!
Deu para sentir o amor desta mãe para com os filhos, tão simplesmente neste pedido singelo, porém, de uma importância de valor inestimável de poder ouvir, parecendo dois anjos enviados da presença de nosso Criador, para pronunciar esta frase assim em forma de coro.
- "Viva Construindo Vidas".
Ao ouvir, aqueles anjos falando daquela forma...Eu me desabei por terra, perdendo por completa a minha força nas pernas, caí de joelhos e os abracei e chorei de soluçar, não conseguindo parar por mim mesmo.
Fiquei a lembrar o meu falecido pai, quando deu este conselho para mim, na época estava um clima muito pesado, o meu pai dando aquele conselho horrível para o meu irmão...Mas, hoje é muito diferente, dois anjos estão recitando o conselho, o conselho que veio mudar nossa vida por completo, tanto o conselho para mim como o conselho para o meu irmão Aluísio.
Meu pai em seu leito de morte, não poderia fazer muita coisa, mais ainda restava um último fôlego, capaz de iluminar as vidas de seus filhos, que iriam ficar sozinhos e desamparados no mundo desafiador e competitivo. Ele sabia disso, afinal, foram anos de garimpo, anos na busca pela sobrevivência, ele sabia exatamente o que estava falando e nós como filhos, sabíamos que ele tinha razão, tanto que não o duvidamos e decidimos seguir os seus conselhos.
Sou muito grato ao meu pai por cada gota de suor escorrida pela sua face enrugada, por cada palavra dita por um pai amoroso e exemplar.
Quisera eu ser, um pouco que o meu herói foi para meu irmão e eu. Quisera que todos os pais fossem modelo exemplo de trabalho, honestidade, amor e fidelidade.
Depois de me recobrar as forças, sentei tomando um copo de água e perguntei:
- O quê vocês sabem sobre esta frase?
O senhor Renato, se adiantou e falou:
- Dr. Braga, é que recentemente ouvimos pelo corredor do Hospital que no dia Vinte e Um de Agosto deste ano, o senhor vai ser homenageado pela Prefeitura de São José dos Campos-SP, por ter sido o idealizador do Projeto Viva Construindo Vidas, do qual ficamos muito felizes em saber disso, pois, somos de lá e amamos aquela cidade, depois ficamos sabendo por colegas do senhor, que este nome foi dado em homenagem ao seu pai, que havia te dado este conselho. Aí Eduardo e Mônika estudando com a dra. Vânia e sentindo que estavam melhorando, decidiram fazer esta homenagem, esperamos que o senhor tenha gostado.
Eu ainda estava em prantos, não esperava nunca alguém de forma tão simples, me fazer muito feliz, então, em eu respondi:
- Se eu gostei? Mas, é lógico que gostei, me deu até saudades do meu pai...Se ele estivesse vivo ele iria ficar muito feliz por tudo isso.
Em meio a tantas emoções, ouvimos:
- Tóc tóc tóc!
Eu me recompus, me disfarçando ao máximo e disse:
- Pode entrar!
Era a dona Dircinha. Observando a nossa situação, perguntou:
- Está tudo bem com vocês?
Todos nós sorrimos e eu respondi limpando o meu rosto:
- Está tudo certo, minha querida, obrigado.
A dona Dircinha, prosseguiu:
- Já que está tudo certo, precisamos levar Eduardo e Mônika para a sala da dra. Vânia, que está esperando.
-Está bem, dona Dircinha eles estão indo já.
Dona Dircinha agradeceu, se retirou e e eu disse para a família Vieira:
- Bem, quero aqui agradecer pela paciência e confiança em nosso trabalho, vou providenciar um convite para vocês estarem lá na Prefeitura de São José dos Campos-SP comigo, vai ser uma honra tê- los lá, vocês topam?
Eles agradeceram pelo convite e garantiram que vão estar lá no dia Vinte Vinte e Um de Agosto, às 16:30 h.
Seguimos o nosso roteiro do dia.
Fui para casa hoje bem cansado, porém, estava muito feliz.
Os gêmeos me fizeram lembrar do início do projeto, quando ainda eram os dois pacientes, o Alidio e o Waldir.
As coisas são assim mesmo, quando se tem uma equipe pronta e disposta a ajudar, não tem como não ter sucesso.
Lembro - me que o projeto estava ainda no começo, mas, estava bem, tudo andando conforme o cronograma, foi quando o dr . Ozires me chamou em sua sala, normalmente quando ele faz isso, é que o negócio é muito sério.
Dona Dircinha, deixou um recado para mim em minha mesa, dizendo o seguinte:
" Bom dia dr. Braga!
O Diretor dr. Ozires deseja falar contigo assim que ler este bilhete.
Obrigada e tenha um ótimo dia!
Dona Dircinha.
Assim que li, eu me desloquei para a sala dele e no corredor de longe puder observar, a minha deusa vindo, com o seu quadril jogando para esquerda e para direita, para mim parecia que estava em câmera lenta, com o cabelo ao vento, com o jaleco fechado, destacando ainda mais a silhueta feminina, de uma deusa mulher.
Ao nos encontrar, cumprimentamos com um beijo no rosto, fazendo com que o seu cheiro grudasse em mim, fiquei então a imaginar:
...Esse é o perfume das deusas, que delícia!
Logo caí na realidade e já estava perto da sala do diretor.
Bati na porta e entrei, dizendo:
- Bom dia diretor, pediu para me chamar?
Ele abriu os braços e disse:
- Bom dia! Sim pedi, por favor entre e me dê um abraço.
Ele é uma pessoa muito especial, carismática, firme em seus objetivos e um grande líder.
Ele me deu um abraço demorado e me disse:
- Dr. Braga, satisfação em conversar com você, como está a sua vida?
Eu me sentei e dei uma avaliada rapidamente e respondi:
- Bem, trabalhando muito, meu irmão com sua família estão bem e eu animado com o nosso projeto.
- Ótimo! Era exatamente sobre isso que eu queria falar com você. Sobre o projeto, como está o andar da carruagem, dr. Braga?
- Senhor diretor, nós estamos bem, aliás, muito bem. Os meninos, como dona Dircinha os chamam, estão progredindo, os pais sempre dando muito apoio e recentemente, conseguimos empregos para os pais do Waldir.
Tomei um fôlego e continuei:
- Eles têm tomado os remédios corretamente e não estão tendo nenhuma crise. Tem melhorado o relacionamento familiar, o convívio com outras pessoas está perfeito. O recreativo tem ajudado muito no bom relacionamentos inter pessoal, tanto em casa como no convívio com outras pessoas que não são da família.
- Muito bem dr. Braga, o projeto está na hora de dar uma alavancada.
Eu olhei meio assustado e fui logo dizendo:
- Como assim, dr. Ozires? O senhor acha que não está bom?
Ele sorriu, se acomodou no encosto da cadeira, colocando as mãos atrás da sua cabeça, disse calmamente:
- Claro que não é isso, muito pelo contrário, precisamos dar oportunidade para mais pessoas, pois, vocês têm feito um trabalho muito bom, diria até que, ótimo.
Meu diretor é ousado e tem em suas veias sangue de solidariedade correndo constantemente, se pudesse, com certeza ele ajudaria milhares de pessoas, mas, enquanto isso não é possível, ele busca ajudar ao máximo as pessoas que precisam de ajuda.
Eu o admiro muito e ele sabe disso, portanto, não poderei de forma alguma deixar de colaborar com qualquer ideia que ele venha ter, sei que sempre será para ajudar pessoas, então, me posicionei e disse:
-Dr. Ozires, o senhor sabe que pode e deve sempre contar comigo em todos programas e projetos, pois, tenho o mesmo desejo que o senhor para ajudar os nossos irmãos que muito necessitam da nossa ajuda.
O diretor abriu a gaveta e puxou um envelope amarelo, escrito:
" Projeto Viva Construindo Vidas segunda parte ".
Ele me mostrou, ainda com envelope em suas mãos e disse com um e sorriso no rosto:
- Aqui têm nomes especiais, que são pessoas que estão apenas esperando uma equipe que seja capaz de ajudar e salvá-las e sei que você e sua equipe são capazes de cuidar destas vidas tão especiais.
Ele me entregou o envelope e eu disse, olhando em seus olhos:
- Dr. Ozires, obrigado por me confiar pessoas tão especiais, vou procurar não decepcioná- lo.
Eu me levantei e o dr. Ozires também se levantou e me deu um abraço forte, dizendo:
- Muito obrigado, dr. Braga. Eu sabia que podia contar com vocês.
Eu balancei a cabeça afirmativamente e saí da sua sala, fui direto ver os nomes que continham neste envelope.
Antes de ver os nomes, fiquei a pensar em como ajudar as pessoas é um ato tão sublime e especial. Que aquele que não o faz, mesmo podendo fazer, não vai experimentar a maior alegria que um ser humano pode sentir, pois, a nossa felicidade, consiste em fazer algo para alguém e quando disso fugimos, como ratos do esgoto, negamos para nós mesmos a maior felicidade.
Depois deste momento de reflexão, abri o envelope e comecei a ler os nomes dos novos integrantes do Projeto.
Eram cinco nomes...cinco vidas...cinco famílias, que estavam necessitando da nossa ajuda.
Como médicos, precisamos olhar para os nossos pacientes, além de órgãos, tecidos, ossos, músculos, além do dinheiro que este ou aquele paciente podem nos oferecer e olharmos mais para a alma, sentimentos, um ser humano que está diante de nós, olhar não com dó ou acharmos que somos "deuses" e temos o poder de curar, mas, olharmos com amor, fraternidade e com o desejo de fazer o bem, com coração de agradecimento por termos tido a oportunidade e conhecimento da medicina e usá- la para sempre fazer o bem para os nossos irmãos que vêm diante de nós para encontrar a cura de seus males.
Olhei para o quadro que está a minha frente, com letras douradas, razoavelmente grande, ou seja, visível, sempre a minha disposição, que diz assim:
Juramento de Hipócrates.
Na Declaração de Genebra da Associação Médica Mundial de 1948 [1] está o juramento mais antigo que tem sido utilizado em vários países na solenidade de recepção aos novos médicos inscritos na respectiva Ordem ou Conselho de Medicina.
A versão clássica em língua portuguesa possui a seguinte redação:
"Eu, solenemente, juro consagrar minha vida a serviço da Humanidade.
Darei como reconhecimento a meus mestres, meu respeito e minha gratidão.
Praticarei a minha profissão com consciência e dignidade.
A saúde dos meus pacientes será a minha primeira preocupação.
Respeitarei os segredos a mim confiados.
Manterei, a todo custo, no máximo possível, a honra e a tradição da profissão médica.
Meus colegas serão meus irmãos.
Não permitirei que concepções religiosas, nacionais, raciais, partidárias ou sociais intervenham entre meu dever e meus pacientes.
Manterei o mais alto respeito pela vida humana, desde sua concepção.
Mesmo sob ameaça, não usarei meu conhecimento médico em princípios contrários às leis da natureza.
Amo a minha profissão de paixão, a qual entendo como uma missão de vida, um projeto para ajudar as pessoas necessitadas, agora estou muito mais feliz por saber que vamos agregar mais pessoas ao nosso projeto.
Peguei a primeira ficha e dei uma olhada.
Estava escrito:
Nome: Ana Carla Santos.
Idade: 20 anos.
Diagnóstico: Distúrbios mentais. Como falta de atenção, não tendo consciência de localização, tempo e dinheiro. Dificuldades para entender as coisas ao seu redor.
Medicação: Nem sempre medicada como deveria, não tendo apoio familiar, muito menos de amigos e vizinhos.
Boletim de Ocorrência policial: A jovem foi estuprada pelo próprio pai, que é um alcóolatra compulsivo, tendo a mãe necessidade de trabalhar para trazer o sustento para o lar, ausentando assim, forçadamente. O pai foi preso dois anos depois do ocorrido, solto recentemente.
A esposa está escondida juntamente com a filha em casa de amigos.
A esperança para uma vida melhor residi no projeto "Viva Construindo Vidas".
Assim estava escrito o relatório de Ana Carla Santos.

Parei um pouco para refletir na situação de Ana Carla, uma garota de vinte anos apenas, com doenças mentais e um pai alcóolatra.
A vida muitas vezes chega a ser injusta com algumas pessoas, por isso que precisamos abrir os braços para ajudar as pessoas menos favorecidas, quando nos dispomos a fazer de tudo para melhorar a vida de outros, vemos que estamos fazendo é muito importante para quem recebe a nossa mão.
Em seguida, peguei os outros relatórios e os analisei com muito carinho, sendo eles todos com pessoas com dificuldades iguais ou piores que os da Ana Carla.
Pedi uma reunião com a dra. Lucélia e com a dona Ana Maria.
No horário combinado, as duas se encontravam em minha sala, comecei a reunião dizendo:
- Bom dia, quero primeiramente agradecer a presença de cada uma de vocês. O dr. Ozires nos encarregou de aumentar o nosso efetivo de pacientes no projeto.
Ao ouvirem estas minhas palavras, pude notar que, os seus olhinhos brilharam, sinalizando assim que, estavam animadas para mais experiências de ajudar as pessoas.
Continuei:
- O quê vocês acham?
Com sorrisos nos lábios, a dra. Lucélia disse animada:
- Para mim será uma honra poder ajudar mais pessoas e poder fazer mais pelas pessoas é sempre uma oportunidade única em nossas vidas.
Dona Ana Maria, esperou a dra. Lucélia terminar e disse:
- Qual será a nossa parte, estou muito animada para dar início...
Eu então, respondi a pergunta:
- Bem, temos que começar hoje mesmo, os casos são mais delicados, porém, temos que agir rápido e com muita cautela. A dra. Lucélia ficará aqui dando- nos apoio ao Alídio e Waldir, a Ana Maria e eu vamos visitar e programar o engajamento destes pacientes ao projeto, tudo bem?
Elas concordaram e assim foi. Fizemos todo o procedimento necessário e em uma semana estavam todos já ativos no hospital.
Nesse meio tempo, eu havia acabado de chegar em casa, estava super cansado, recebi uma chamada em meu telefone, para falar a verdade, eu estava sem coragem para atender, mas, por insistir muito, decidi tomar coragem e fui atender, disse:
- Alô boa noite.
Pude perceber, uma voz suave e delicada, dizendo:
- Oii! Tudo bem com você?
Naquele momento, o meu cansaço desapareceu completamente e e eu respondi:
- Oi, tudo bem sim, muito melhor agora. Quanto tempo não nos falamos mais, pensei que você tinha se esquecida de mim.
Comentei o que veio a minha mente.
Ela responde assim:
- Oh meu querido, mil desculpas pela demora em falarmos, é que o tempo está muito corrido. Mas, agora em meio ao monte de coisas que tem acontecido, consegui um tempo para nós. Eu estava morrendo de vontade de conversar com você. Me diga aí, como estão as coisas com você?
Ela estava tão animada que dava para perceber em suas palavras, eu respondi:
- Minha querida, realmente a vida passa rápida demais, para mim também está muito corrido todos os afazeres, tenho me desdobrado cada vez mais em meu trabalho e em todas as atividades que me são impostas. Mas, saiba de uma coisa, que eu sempre estou pensando muito em você e gostaria muito de te conhecer pessoalmente, você acha que isso seria possível?
De repente, um silêncio total tomou conta da conversa e sentindo esta situação, fui logo dizendo:
- Olha, se você não quiser não tem problema nenhum.
Ela me cortou, antes mesmo que eu terminasse a minha fala e disse:
- Não é bem isso não. É que eu quero que seja um momento muito especial, eu tenho pensado muito sobre nós e eu também quero muito te conhecer pessoalmente. Fico a sonhar acordada com este dia, mas...
- Mas, o quê? Você é tímida, ou tem medo?
Ela pensou um pouco para continuar a falara e finalmente, falou:
- Não sou tímida e nem estou com medo, afinal, você me passa uma certa segurança e eu acho que é exatamente isso que me atraí em você, sua forma de falar, seu jeito calmo de ser. Olha, eu vou ver uma coisa bem legal para nós termos esta oportunidade para nos conhecer pessoalmente, pode ser?
Eu fiquei muito animado e disse rapidamente para ela:
- Sério? Você me promete? Já estou ansioso para este grande dia.
Ela fez um som de sorriso dizendo:
- Claro que eu prometo e pode esperar.
Conversarmos um pouco mais, logo desligamos e eu fiquei imaginando este momento mágico de conhecer a Fátima, a garota que tem mexido comigo nestas últimas semanas...

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