No dia seguinte, estava passando pelo largo corredor do Hospital, com o meu jaleco ao vento, com as mãos cheias de papéis, muito atarefado e ao mesmo tempo muito animado com o projeto, com o coração e a mente cheios de entusiasmos, várias ideias e pronto para dar logo o início ao projeto VCV, ouvi uma voz saindo da sala seis, que era a sala do diretor Ozires, o meu diretor, dizendo:
- Ei dr. Braga! Pode vir aqui um pouco?
Ao ouvir isto, dei meia volta e com a mesma velocidade fui ao encontro do diretor, ao dentrar em sua sala, me deparei com uma equipe já montada e de prontidão para darmos continuidade ao projeto, entrei timidamente e dei um olá para todos.
O diretor disse ao me puxar para perto de si:
- Pessoal, sei que todos já o conhecem como o dr. Braga, agora lhes apresento o chefe da equipe do projeto VCV, "Viva Construindo Vidas" com muito orgulho, palmas para ele!!
Todos bateram palmas...
Ao dizer isto, o diretor me abraçou e continuou falando enquanto me segurava:
- O dr. Braga é um tanto quanto apropriado para estar nesta função tão importante, sei do seu amor a este trabalho e de sua dedicação, por isso com muito orgulho, queremos ouvir nesta manhã o primeiro chefe do projeto VCV.
Eu limpei a garganta e olhei para cada um que estava na sala e enquanto eu olhava, eu lhes falava:
- Meus amigos, quero aqui agradecer a participação de cada um de vocês, sei que são pessoas dedicadas e amorosas; quero fazê- los bem vindos a esta equipe, da qual irá levar vidas às pessoas, tanto para os pacientes quanto para seus respectivos familiares, sei que não será nada fácil e lhes prometo que muitas vezes sofreremos juntos e talvez choraremos juntos, mas, ao final não haverá dinheiro que pague a nossa felicidade, talvez o amor que vocês dedicarem nunca será retribuído, mas saibam que, ao colocarem as suas cabeças ao travesseiro, sentirão as pessoas mais realizadas de todo mundo, pois o que fizermos para os nossos pacientes, será como se Deus estivesse fazendo, portanto, que façamos o nosso trabalho com amor, dedicação, sem preconceito e acima de tudo, como se Deus estivesse em nosso lugar.
Eu olhei para o diretor Ozires, o abracei e disse:
- Podem contar comigo e com o nosso querido diretor e amigo, dr.Ozires.
Após o meu discurso, todos bateram palmas outra vez e nos abraçamos, como sinal de união e apoio mútuo.
Depois dos abraços eu continuei a falar, dizendo:
- Pessoal, puxem as mangas das suas camisas e mãos à obra. Descansem bem neste final de semana, pois, segunda feira agora os nossos primeiros pacientes e suas famílias, estarão aqui para os tratamentos iniciais.
Terapeuta dra. Lucélia, levantou o braço e disse:
- Me tira uma dúvida que me ocorreu agora. E o Waldir, estará vindo de imediato?
Eu respondi rapidamente, olhando para ela:
- Acredito que sim, porém, vamos ter que prepará- lo para aqui estar na próxima segunda feira. Já providenciei uma enfermeira com habilidades no corte de cabelos, ela estará indo lá, juntamente comigo para resolvermos está parte...
A Lucélia fez um sinal, erguendo o polegar direito, me enviando um largo e lindo sorriso, dando a entender que ela havia entendido e eu respondido a sua pergunta.
Após ter retribuído o sorriso para a linda Lucélia, disse animadamente:
- Sem mais... Obrigado a todos e estão dispensados.
Cada um foi para as suas atividades e obrigações e eu fui para a minha sala, sala três, bem feliz pela equipe que conseguimos montar.
Ao chegar à minha sala, estava a enfermeira que vai nos ajudar no trato que precisamos dar ao Waldir, ela estava a me esperar, por algum tempo pacientemente.
Abri a porta e ela se levantou e disse meio sem jeito:
- Olá, me desculpe...Eu me chamo dona Dircinha!
Ela estendeu a mão educadamente, como uma verdadeira dama, ao se levantar...
Eu me aproximei e disse, olhando em seus olhos e pegando em sua mão direita:
- Bom dia, prazer em conhecê- la, me chamo Braga, Edmundo Braga. Por favor sente- se.
Ela se sentou e eu também me sentei, dizendo:
- Dona Dircinha, estou muito feliz pela ajuda da senhora nesta parte do nosso trabalho, segundo o diretor dr. Ozires, a senhora é muito competente no que se propõe a fazer, é de pessoas assim que precisamos para se integrar em nossa equipe...
A dona Dircinha, com cenho calmo e sereno, ao me ouvir, disse com toda a simpatia:
- Dr.Braga, muito obrigada pelas suas palavras, sinto muito honrada e lisonjeada. O que o senhor espera da minha pessoa neste trabalho?
Entrelacei os meus dedos das mãos e com o queixo apoiados nas mesmas, respondi:
- A senhora tem uma missão muito importante, será tirar um homem da escuridão total e trazer para vida, mas, saiba que não estará sozinha, quero que a senhora ganhe a confiança dele o mais rápido possível, pois, assim o trabalho será mais rápido e mais fácil. A mãe e eu estaremos presentes para dar o maior apoio. Está disposta a nos ajudar?
Ela com voz animadora, disse com os olhos bem abertos:
- Claro, vai ser um grande prazer! E olha dr. Braga, tenho uma experiência vasta neste assunto, pode contar comigo.
Pude observar que os olhos de dona Dircinha se encheram de lágrimas, tamanha era a sua vontade de ajudar- nos.
Eu me levante e fui até onde dona Dircinha estava sentada e ela se levantou e eu a dei um abraço fraternal e também com os olhos cheios de lágrimas, disse enxugando as suas lágrimas:
- Dona Dircinha, sei que senhora se sairá muito bem nesta missão, senti o grande amor que a senhora tem por este trabalho. Muito obrigado, amanhã sairemos daqui às sete e trinta da manhã, tudo bem?
Ela simplesmente concordou com a cabeça e saiu enxugando mais algumas lágrimas e fechou a porta atrás de si.
Assim que ela saiu, dei um soco no ar, comemorando a entrada de mais uma pessoa especial que entrou para nossa equipe do VCV.
Logo que sentei em minha cadeira, fiquei olhando para o nada, somente pensando em como as coisas são; que quando nos dedicamos a ajudar as pessoas menos favorecidas, o universo se encarrega de dar uma mão, colocando pessoas prontas para agregar forças para que tudo favoreça e para que encontramos a medida certa e as coisas acontecem de acordo com a vontade daquele que nos criou, nosso Deus Pai...
Chega um momento em nossas vidas, que devemos colocar como meta, o trabalho abnegado e filantrópico, principal prioridade, com o fim de ajudar cada vez mais as pessoas que estão a nossa volta, precisando de apenas uma luz, nem que seja uma luz no fundo do túnel, para elas seguirem em frente.
O "Viva Construindo Vidas", está aqui para ajudar pacientes e familiares a encontrar a luz para a vida que tanto almejam.
Sexta feira, sete horas e trinta minutos, estávamos prontos para irmos à casa do Waldir, a dona Dircinha estava pronta e a Lucélia veio até a minha sala, dizendo:
- Dr. Braga, bom dia. Eu gostaria de acompanhar a visita de vocês na casa do paciente, eu posso ir junto também?
Ao dizer isso, ela deu aquele largo sorriso irresistível dela...
- Claro que pode sim, vai ser um prazer ter você conosco, a propósito, podemos sair agora? Dona Dircinha já se encontra aí.
- Estou pronta, vamos lá.
Esta foi a resposta da Lucélia.
Lucélia é uma jovem muito linda, cabelos lisos e escuros; ela tem os olhos verdes escuros, de um corpo fenomenal, com sorriso delicado e lindo, todos os homens no hospital tentam namorar com ela, mas, parece que ninguém consegue chegar em seu coração, que aliás, tem pureza e sensibilidade que ainda não vi em mulher alguma. Simplesmente uma deusa de mulher.
- Chegamos!
Disse eu ao descermos perto da Vila Santa Cruz 2.
- Hum! É aqui?
Quis saber a Lucélia, com cara de espanto.
Eu sorri e disse:
- Não! Não é aqui...apenas vamos parar o carro aqui e vamos seguir a pé, lá não entra carro.
A Lucélia, levou as duas mãos abertas para cima, como se estivesse se desculpando...Cada um com a sua mochila, nos dedicamos a andar, rumo à casa do Waldir.
Ao chegarmos próximo, aquele rapaz de poucas palavras, nos disse:
- É aí? Vocês estão indo à casa de quem?
Ele perguntou isso se dirigindo a dona Dircinha, como é uma pessoa para frente e desinibida, logo disse olhando para o rapaz:
- Estamos indo à casa do Waldir e sua família, algum problema?
Quando ele ia levantar a voz, eu me apresentei, dizendo:
- Oi, eu sou o dr. Braga, viemos para ajudar o Waldir, você se lembra de mim?
Ele me olhou e se acalmou e só abriu espaço para entrarmos e ficou nos seguindo de longe.
A Lucélia disse, com palavras entre os dentes:
- Porque ele está nos seguindo?
Sorri de novo e disse:
- Fica calma, somos amigos e ele está apenas nos protegendo.
Continuamos a caminhar e chegamos ao número 363, onde o Waldir mora com seus pais.
Quando chegamos ao número paramos e eu disse com o tome de voz mais baixo:
- Aconteça o que acontecer, é importante que não nos espantamos...Mas, que possamos demonstrar muito amor, carinho e respeito...
As meninas concordaram com as cabeças e ao mesmo tempo levantando os polegares.
Eu então, comecei a bater palmas próximo do portão, cheguei a bater quatro vezes, até que o senhor Waldecy apareceu por cima do portão e disse:
- Oi bom dia!
- Bom dia, senhor Waldecy! Viemos começar o tratamento com o nosso querido Waldir.
Essas foram as minhas primeiras palavras com o pai do Mengão.
Ele já tinha me reconhecido e enquanto eu estava dizendo estas palavras, ele estava descendo e abrindo o portão de lata barulhento para nós entrarmos.
Nos cumprimentamos ali mesmo e o senhor Waldecy, disse animado com a nossa visita:
- Que ótimo, entrem por favor...
Subi com muita dificuldade, fui o primeiro e dei a mão para as meninas para que elas pudessem subir com um pouco mais de facilidade e para nossa surpresa ao passarmos pela gaiola onde eu havia visto o Waldir pela última vez, ele não se encontrava mais lá e indaguei:
- Senhor Waldecy, cadê o Waldir?
Ele apontou o corredor dizendo:
- Vocês o verão...
Caminhamos um pouco mais de três metros e chegamos até a porta da sala, olhamos para dentro e pasmem, o Waldir com roupas normais, tomado banho e unhas aparadas, apenas estava com os cabelos e barba grandes e lá de dentro, ouvimos uma voz feminina nos dizendo:
- Entrem, estávamos esperando vocês...
Era a dona Rosalina, toda sorridente e com os olhos cheios de lágrimas.
- Com licença, prazer em revê - la.
Eu a cumprimentei e me direcionei ao Waldir, que estava com o seus olhos azuis arregalados olhando para mim...me aproximei tocando em seu braço esquerdo.
- Oi meu amigo, fico muito feliz em te ver novamente, você está mais bonito ainda com estas roupas...Ele sorriu timidamente, olhando para a sua mãe, como quem queria dizer, que foi a mãe quem o arrumou.
Após as meninas terem se apresentado e todos nós sentados, eu tomei a palavra e disse:
- Hoje estamos aqui para darmos o início do tratamento, quero agradecer ao senhor e senhora que estão demonstrando vontade de melhorias, é isso mesmo, vamos precisar muito do apoio de vocês para que tudo dê certo. Sendo que, sem o apoio de vocês, nada será feito. Parabéns por ter já adiantado o Waldir, né? Ele está muito bonito...Hoje vamos cortar o cabelo e fazer a barba dele, a enfermeira Dircinha ficou encarregada de fazer isso...
O Mengão, estava me olhando assustado e eu disse olhando diretamente para ele:
- Pode ficar tranquilo, vamos ficar todos juntos aqui e não vai doer nada e você vai ficar mais bonito ainda, tudo bem?
Eu disse isso e o direcionei ao banquinho que estava disponível naquele momento na varanda da casa e sentei ele lá e a enfermeira Dircinha começou os trabalhos...
Enquanto Dircinha executava os trabalhos, ela conversava com Waldir, afim de distrair e cumprir a sua missão, que aliás, ela trabalha muito bem...
Após uma hora, surge um homem transformado, era o Waldir, mas, parecia uma outra pessoa, incrivelmente bem barbeado e com os cabelos cortados, com pele bem branca, por motivo de não pegar sol, com os olhos azuis. Naquele momento pude observar que teríamos uma grande chance de cuidar do Waldir e ajudá - lo a sair desta escuridão mental, a qual eu tinha me referido na primeira visita.
O Waldir é um diamante valioso, que só precisa ser lapidado e assim tornar-se brilhante, capaz de nunca mais ficar na escuridão e levar seus familiares à luz, que tanto almejam.
Quando o Waldir chegou na sala, todos nós ficamos de bocas abertas, tamanha era a transformação, após o impacto, todos nós batemos palma para ele e para a dona Dircinha também, por ter feito este trabalho com tanta destreza, agilidade e capricho.
O Waldir ficou todo sem graça, mas, no fundo ele está gostando disso tudo.
Deu para perceber que todos estavam felizes, animados e eu de novo falei para finalizar nossa missão do nosso dia ali:
- Dona Dircinha, a Lucélia e eu estamos muito felizes por aqui estarmos com vocês, muito obrigado pela recepção da família e segunda feira vai vir um carro para pegar vocês aqui às sete e meia, para levá - los ao hospital e lá seguir o procedimento, tudo bem para vocês?
A dona Rosalina e o senhor Waldecy concordaram prontamente e ali nos despedimos, minha equipe e eu fomos embora para o Hospital. A dr. Lucélia estava o tempo todo fazendo o relatório de tudo o que estava acontecendo aqui em nossa visita na casa da família do nosso paciente Waldir.
Definitivamente, não existe nada melhor no mundo, do que ajudar as pessoas que estão necessitando da nossa ajuda e sou o homem mais feliz por poder ajudar e sou muito grato ao conselho do meu pai em seu leito de morte.
Depois de um dia de trabalho, fui para a minha casa como de costume, após um banho bem relaxante, eu liguei para uma garota que um amigo lá da faculdade, Marcão, havia me dado o seu número, que se chama Fátima, mas, que por um motivo ou outro, eu ainda não havia ligado e eu nem a conhecia, porém, como eu estava sozinho e meu amigo me garantiu que ela também estava sozinha e que ele falaria com ela lá, tipo preparando o a mente dela, resolvi ligar e ver no que ia dar:
- Alô!
Eu ouvi a sua voz, ela realmente existe...Confesso que fiquei um pouco nervoso:
- Alô, Fátima?
- Isso...isso mesmo! Quem está falando e no que eu posso ser útil?
Achei por melhor não falar o meu nome verdadeiro, uma forma de resguardar a minha identidade:
- Eu...me chamo Raimundo e outro dia um amigo que nós temos em comum, o Marcão, deu este número e disse que iria falar com você, ele disse alguma coisa com você sobre mim?
Ela ficou um tempo sem dizer uma palavra e então falou:
- Ei, que negócio é esse do Marcão dar o meu número residencial para você e não me dizer nada? Faz o seguinte, me liga daqui uns dez minutos, pois, eu vou falar com o Marcão, pode ser?
Eu não tinha muita opção, a não ser dizer:
- Tudo bem, já eu te ligo.
Ela desligou e e eu fiquei imaginado que não é à toa que ela está sozinha, me pareceu bastante rude, não sei não, acho que eu não vou ligar mais...
Esse era o meu pensamento e de fato não liguei em dez minutos, pois, havia desistido de ligar, mas, depois de uns vinte minutos o Marcão me ligou, dizendo:
- Oi amigo, tudo bem? É o Marcão.
- Oi Marcão, tudo bem sim. Cara, eu liguei para a Fátima, mas, me parece que ela ficou brava e disse que iria ligar pra você.
- Então, é por isso que eu estou te ligando, você falou seu nome real ou deu outro nome? Ela me disse que um outro cara tinha ligado para ela, um tal de Raimundo, foi você? Eu ainda não tinha falado com ela, aí foi por isso que ela ficou brava, mas, como eu tinha dito para você, ela é super gata e muito dócil, um amor de pessoa.
- É isso mesmo Marcão, eu troquei o meu nome, para me resguardar, você entende, né? Ela pediu para eu ligar em dez minutos e eu não liguei, achei ela um pouco rude.
O Marcão deu uma gargalhada um pouco demorada...e falou:
- Nada haver com rudeza, acho que foi uma forma de se auto defender, ela super gente boa. Você ainda quer falar com ela? E você quer que eu mantenha esse nome mesmo?
Eu fiquei a pensar um pouco, eu estava sentado na minha cadeira que inclina bem para trás, logo disse:
- Está bem, eu volto a ligar para ela...
O Marcão, disse animado:
- Tudo bem, eu vou falar com ela e confirmar o seu nome de Raimundo e pode ligar daqui uns dez minutos, está bem?
Eu concordei e voltei as costas na minha cadeira, dando tchau para o Marcão.
Após dez minutos, como eu havia combinado com o Marcão, voltei a ligar e no primeiro toque ela atendeu:
- Oi, Raimundo, tudo bem?
Agora ela estava com uma voz mais macia, estava suave, elegante e aparentemente interessada...
- Oi tudo bem, o Marcão falou de mim para você?
Foi o que eu quis saber dela.
- Sim, o Marcão me disse sobre você, me desculpe ter agido daquela forma com você, sabe como é que é, né? Não podemos dar bombeira por aí.
- Eu entendo, você está certíssima, o mundo em que estamos vivendo não podemos confiar em todos por aí. Mas, e aí, você é solteira ou têm algum compromisso com alguém?
Ela sorriu e foi logo falando:
- Bem, eu sou solteira e não tenho compromisso com ninguém no sentido de namorar ou casar. E você, é compromissado e está só querendo uma aventura? Olha, vou te avisar uma coisa, eu não sou dessas por aí que ficam com todo mundo, que trocam de namorados como se trocam de roupas. Se você está querendo se aproximar de mim com este tipo de intenção, pode tirar o seu cavalinho de chuva que comigo não é assim...
...puxa que garota direta...fiquei a imaginar. Parecia até com a dra. Lucélia, que é sempre direta...
- Gosto de pessoas diretas como você, pois afinal de contas, nós homens somos um pouco difícil de entender às vezes, mas, obrigado por ser direta. Bem, eu também sou solteiro e não tenho compromisso com ninguém. Não estou aqui para perder tempo, porque a vida passa muito rápido e se ficarmos de brincadeira, a vida passará e não viveremos. Eu quero sim, conhecer alguém bem legal para que possamos ser amigos e quem sabe algo mais...
Ela ficou quieta por um tempo e logo ouvi ela falando:
- Legal, você parece ser um cara direto e objetivo, sabe o que quer também. Quantos anos você tem?
- Eu tenho vinte e seis, logo vou completar vinte sete, sou muito velho para você? Quantos anos você tem?
- Não! Claro que não, eu tenho vinte e cinco anos, a sua idade é perfeita. Você sabe que o homem tem que ser um pouco mais velho que a mulher mesmo, né?
Enquanto ela dizia estas palavras, eu estava pensando...faz sentido, pois, o homem demora para amadurecer, comparado com as mulheres que os homens estão muito aquém delas.
- Raimundo?...
- Puxa! Me desculpe, eu estava aqui pensando no que você estava falando, você tem razão mesmo...
Ela sorriu do outro lado da linha e disse:
- Nossa! Você existe mesmo? Um homem concordando com uma mulher dizendo algo dos homens?
Aí foi minha vez de sorrir, pois, afinal de contas, não tem nada de mais uma pessoa concordar com a outra, se a outra estiver certa...existe um respondi:
- Eu concordei, por que sei que você tem total razão e gostei do seu jeito espontâneo de ser. Eu vou poder te ligar mais vezes?
- Claro que vai poder sim.
- Nossa! Que bom...você está em casa a que horas nos outros dias?
Ela parece que realmente está disposta a fazer amizade comigo...
- Bem, eu normalmente chego em casa as vinte horas, mas às vezes mais tarde um pouco.
- Está bem, ligarei mais ou menos por este horário, pode ser?
- Pode sim.
- Então, combinado. Boa noite Fátima e até a próxima.
Nos despedimos e e eu desliguei o telefone.Voltei à minha posição na cadeira, encostando, entrelaçando os meus dedos e colocando- os atrás da minha cabeça.
Fiquei a pensar...Que gostoso foi perdigar com esta garota, apesar de não conhecê - la pessoalmente, foi muito bom mesmo.
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O Início de Uma Nova Vida
RomanceSinopse Você já percebeu que quando tudo parece que vai bem, algo acontece? Pois então, aqui você verá algo tão inesperado e esperado ao mesmo tempo, que você se surpreenderá com cada situação e se identificará com os casos aqui expostos. Baseado e...