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Bebel

Sexta feira 10/05

Tô cansado de ficar nesse hospital,  eu fico o dia inteiro sem fazer nada, não posso levantar,  não vejo ninguém. A Ana ainda não veio me vê e eu até entendo, a enfermeira falou que estou em minas gerais, então é meio complicado a ela conseguir vir agora.

Olho para o meu braço cansado de ficar deitado,  fora que eu já estou morrendo de fome. Puxo o acesso do braço vendo ele começar a sangrar e um bagulho apitar, levanto devagar da cama e caminho até a porta, antes de eu abrir, a enfermeira abre e me olha assustada.

Xx:Senhor, você não pode fazer isso, olha para o seu braço- aponta com os olhos arregalados e eu encaro firme ela, papo reto, tô cansado desse lugar, parece um hospício- senta na cama que eu vou colocar novamente o seu soro.

- Po, você só tá fazendo seu trabalho e eu tô ligado, mas eu não aguento mais ficar nessa porra,  meu corpo tá doendo, minha cabeça tá doendo, dói pra respirar e vocês não fazem porra nenhuma pra aliviar isso, fora que eu não tenho contato com ninguém da minha família, não tô comendo direito e não vejo pessoa- Falo em um tom alto fazendo ela arregala os olhos e ajeitar a postura-

Xx:O senhor pode ficar calmo por favor? Sente-se aí que eu vou colocar o acesso no seu braço e aplicar um remédio para as dores, não fizemos isso antes porque você tem alergia a alguns remédios- ela fala com a voz calma me deixando mais puto ainda, sento devagar na cama e ela vem na minha direção-

Fecho a cara e estendo o braço para a enfermeira que limpa meu braço,  que agora tinha um pequeno buraco vazando sangue, ela faz um curativo com umas gases e algodão que estava aqui no quarto. Depois vai para o meu braço direito e novamente me coloca pra tomar soro na veia, só que dessa vez ela coloca umas gostas de um líquido estranho.

- Desculpa aí, eu sei que você só tá fazendo seu trabalho, mas porra, eu tô ficando maluco aqui. Teria como tu arrumar um telefone e um chip pra mim não? Depois eu te pago, pago quanto você quiser - Levanto a cabeça olhando para ela que olhava o soro- em doutora

Xx:Poder fazer isso eu não posso, mas você é um menino bom, vou vê oque posso fazer - diz pegando um creme branco, observo cada movimento dela, espalhando a pomada por todo o meu braço- lembra que você tem que ficar de repouso? Então não fica levantando não.

- Se tu trouxer meu bagulho, eu prometo ficar mequizada,  nem levanto mais - encaro ela que nega com a cabeça sorrindo de lado enquanto passa a pomada pelas minhas queimaduras, papo reto, esse filho da puta me queimou todinho, deixou meu corpo horrivel-

Xx:Vou fazer o possível, mas de qualquer jeito sei corpo precisa de repulso, olha só as feridas que você tem- aponto para o meu corpo e eu balanço a cabeça só para ela parar de falar, já sei de tudo isso mesmo- daqui a pouco vão trazer seu almoço

Balanço a cabeça e ela termina de espalhar a pomada por todo o meu corpo, já que ele estava todo queimado, fora os machucados. Assim que ela saiu, eu voltei a ficar olhando para o teto, até reparar que tinha um caderno e caneta em cima da poltrona aqui do quarto. Dei meu jeito, quase tirei o acesso do braço, mas peguei a porra do caderno e caneta.

Fiquei ali marolando, escrevi vários bagulho, me senti menozin denovo. Quando eu era criança,  adorava ficar desenhando, até fiz curso de desenho na escola, mas nunca quis seguir como profissão. Depois de um pequeno tempo, já tinha enjoado de desenhar, aí graças a deus a mina trouxe minha comida e de quebra um celular tava na caixa tá, junto tinha um chip e um carregador.

Agradeci e fui comer minha comida, que infelizmente era sopa sem sal, enquanto configurava o celular com a Internet do hospital. Primeira coisa que fiz foi adicionar o número da minha Aninha ne, não aguento mais ficar sem falar com essa mulher.

No primeiro toque meu coração acelerou, parecia que eu ia morrer pprt, respiro fundo ouvindo o terceiro toque e ela logo atende,  engoli seco ouvindo ela falar.

ligação on:

Ana: Alô,  quem tá falando?- sorrio de lado ouvindo a voz dela, fecho os olhos feliz pra caralho- alô?

- Oi, amor - minha voz sai baixa, quase falando, a vontade de chorar também toma conta do meu corpo, mas eu seguro- O bebel voltou, Aninha

Ana: Você ainda tem coragem de me ligar? Depois de sumir com essa puta, me deixando preocupada,  eu achei que você tinha morrido, seu filha da puta, mas não, você tá de fez com essa piranha

- do que você tá falando cara? Tô no hospital e você me dando mulher?- Falo sem entender nada, mas consigo sentir o ódio dela daqui- qual foi, amor, tu acha mesmo que eu ia vazia?

Ana: De coração, Dário, me esquece, eu fiz de tudo pra ficar com você, me entreguei por completo, mas pelo visto você só queria me comer né? Já que sumiu depois de conseguir- fico sem entender e ela desliga a ligação-

Encaro o celular sem reação, de onde essa garota tirou que eu tô com mulher cara, tô aqui todo fudido, sentido dor pra caralho em todas as partes do meu corpo. Porra, tava aqui feliz pra caralho ligando pra ela, pra do nada ela meter que eu tô com outra? vai tomar no cu.

Aposto que ela escutou fofoquinha no morro e acreditou nessas porra, povo não pode ver que bandido sumiu que já fica de inversão, mete morte, amante e várias outras parada pra fuder com a vida do cara.


Próximo capítulo será postado na próxima sexta, caso a meta seja cumprida. E por favor, sem comentários de "mais" " posta mais" porque isso não incentiva em nada, gosto quando vocês interagem com os personagens.

Eu realmente não estou querendo desistir dessa história, quero muito dar um final legal para a aninha e o Bebel. Mas pra isso eu espero a colaboração de todas, posso contar com vocês, meninas?

Um beijo da autora 2.0 💋

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