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Augusto Albuquerque

Passo a mão no rosto vendo a Marcella andar de um lado pro outro dentro do quarto. Cruzo os braços olhando pra ela que chorava borrando toda a maquiagem que estava em seu rosto.Ela surtou por nada, falou muitas coisas horríveis para a Ana clara e não aguentou me ouvir, agora ta nessa, se vitimizando, igual sempre fez. Eu sou casado com ela desde os vinte e cinco anos, e nesse tempo todo foi assim.

Marcella:Você da liberdade de mais para ela, augusto, como não percebe isso - cruza os braços na minha frente e eu a encaro puto- essa garota só tem dezessete anos, não trabalha e vive jogada naquela favela.

-E isso é da sua conta? Ela ta indo com o seu dinheiro, Marcella? Porra, deixa a garota viver a vida dela- Falo não querendo me estressar mais-

Marcella:Eu só não quero que a minha filha vire uma vagabunda que fica dando pra bandido, você sabe o quanto pode ser ruim para a sua carreira se verem ela naquele muquifo.

- Foda-se a minha carreira, Marcela, se a minha filha está feliz frequentando a comunidade eu não vou proibir - falo passando a mão no rosto- porra, deixa que dá vida da Ana clara cuido eu.

Marcella;Para de falar como se ela não fosse minha filha - grita apontando o dedo para mim, e eu levanto ficando na frente-Quem gerou aquela garota foi eu, quem pariu foi eu, então eu tenho total direito

- Grandes coisas gerar e parir, foi você quem deu educação? Deu amor? Deu apoio quando ela precisou? Deu colo quando ela chorou? Eu fiz tudo isso e me orgulho. Então não vem querer mandar ou desmandar na vida da Ana clara.

Marcella:Você fala como se eu tivesse sumido a vida inteira dela e só tivesse voltado agora. Eu sempre tentei me aproximar dela, mas a mesma nunca quis saber de mim

- Para de se vitimizar - falo alto - seu corpo estava ali, você não, nunca fez questão em nada na vida da garota e quer mesmo que ela beije seus pés? Não fude, Marcella.

Passo a mão na cabeça vendo ela se afastar chorando e sair do quarto batendo a porta, sento na cama esfregando a mão no rosto sentindo minha cabeça cheia de coisas. É problemas no trabalho, problema em casa, eu não tenho paz nunca, puta que pariu.

Levanto e abro o guarda roupa pegando uma blusa qualquer,  enfio a carteira no bolso e saio do quarto indo direto pra sala, vendo a aninha sentada no sofá com uma panela de brigadeiro.

- Ta tudo bem, ta? Não liga pra ela não, eu tô de boa com você frequentando o morro e se relacionando com ele lá, se você ta feliz eu também to- falo olhando para ela que confirma com a cabeça - eu te amo, aninha

Ana clara:Eu também te amo, papai - levanta me abraçando- meu pensamento nunca foi destruir sua carreira ou algo do tipo, e se eu tiver que me afastar do Bebel para que não aconteça nada com a sua reputação, eu me afasto sem problemas

- Claro que não, continua até onde você achar que ta certo, ta bom? Eu realmente não me importo, espero um dia conhecer ele, saber mais sobre ele e coisas do tipo

Ana clara:Eu gosto bastente dele e ele parece sentir o mesmo, mas não tenho total certeza, não quero apresentar ele sem ter nada sério, entende?

- Tudo no seu tempo, amor, não vou apressar você- sorri beijando a testa dela- eu tive uma emergência no hospital e preciso ir resolver, se for sair, por favor me avisa, ta?

Ana clara:Ta bom, mas eu acho que vou ficar por aqui mesmo, tô tenho lugares para ir - confirmo com a cabeça pegando a chave do meu carro -

Me despeço da aninha e saio de casa, entro no elevador descendo para o estacionamento, entro no carro ligando o mesmo e pego meu celular entrando no whatsapp indo mandar mensagem para a Sthefany.

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