Bebel
Domingo 28/04
Minha garganta tava seca pra caralho, faz uns dias que eu não sei oque é beber água, também não lembro de ter visto a luz do dia. Não faço a mínima ideia de onde eu estou, também não sei quem me pegou e muito menos o motivos disso né
No dia, quem invadiu o morro foi a polícia, como sempre estava tentando combater o tráfico pra pacífica o morro, mas óbvio que não deu certo, a tropa tava grande e fortemente armado, só faltou um blindado pra nós. Lembro que dois homens todo de preto me pegaram na covardia.
Deram um tiro na minha perna e outro no meu braço, depois que eu caí no chão, eles me pegaram e jogaram dentro de um carro, não lembro se era da polícia ou não, lembro que fiquei por muito tempo dentro desse carro. Eu não ouvia vozes, nem nada
Consigo sentir minhas mãos acorrentadas e meus pés também, tem uma mordaça na minha boca e venda nos meus olhos, eu nunca sei se está de dia ou de noite, faz um tempo que eu não como, não bebo água e muito menos ouço algum barulho.
Por incrível que pareça, não estou sentindo meu corpo desidratado, mas deve ser coisa da minha cabeça mesmo, mas em compensação, eu sinto dores no meu corpo inteiro. Tô morrendo de saudade da minha mulher, da minha família, de casa. Nunca fiquei tanto tempo sumido assim, imagino a preocupação deles, quero nem imaginar como a Ana deve ta.
Mexo meu corpo tentando mudar de posição, as correntes pesam no meu pulso, escuto um barulho de porta abrindo bem perto de mim, viro a cabeça "olhando" pro direção mas não escuto mais nada, suspiro fundo sentindo algo picar meu braço.
Abro os olhos vendo uma menininha me olhar curiosa, rodo os olhos pelo meu corpo vendo várias marcas, cicatrizes e coisas do tipo, ela passa o olho em todo o meu corpo e nega sorrindo, coço a cabeça sentindo minha garganta seca. Analiso o quarto que estávamos, parecia abandonado, no chão tinhas correntes e um pouco de sangue
Xx:Tio, você ficou muito feio em- ela me olha de cima a baixo novamente, faz uma carinha de nojo e me estende um copo de água - sua namorada ficou preocupada sabia? Você não pode sumir assim
- Tu acha que eu sumi porque quis?- levo o copo de água até a boca, bebendo todo o liquido que estava dentro, encaro ela que enche mais o copo e me entrega - nem sei direito oque aconteceu comigo, mas não foi porque eu quis não pô
Xx:Ela chorou todos os dias, achou que você tinha morrido- nega com a cabeça, me olhando enquanto mexe no cabelo que é bem liso e balança o corpo de um lado para o outro- acho que eu tenho que ir, tio, meu pai ta preocupado
- Marca aí, rapidinho. Como que eu saio daqui? Preciso ir vê minha mulher né?- Ela coloca a mao na barriga enquanto gargalha alto, ergo a sobrancelha olhando serio para ela, nao fiz piada nenhum po- qual foi?
Xx:Você tem que esperar ela vim te buscar, vai demorar mais trinta noites, até lá, você tem que se manter forte por ela e pelo filho de vocês, sabia que ela ta grávida? É um menino lindo - fala sorrindo enquanto mexe no vestido-
- Trinta noites? Um mês né?- ela da ombros olhando para o vestido, passo a mao no rosto sem paciência e encaro novamente ela que me olha dessa vez- como tu sabe disso tudo? Tu conhece eu e minha família?
Xx:Conheço né, conheço desde quando vocês estavam na barriga da mãe de vocês, falando na sua mãe, ela ta bem orgulhosa do azedinho dela- ela fala sorrindo e eu ergo a sobrancelha olhando para ela, como essa pirralha sabe dessa porra-
Minha mãe me chamava assim desde quando eu era moleque. Encaro a menininha que vira de costas e vai andando no quarto que estava claro, mas foi escurecendo, a luz foi embora junto com a criança.Abro os olhos enxergando tudo preto, sentindo minha cabeça doer fortemente, sinto arrancaram a mordaça da minha boca e a venda dos meus olhos, pisco várias vezes ainda me acostumando com a luz forte que estava dentro do quarto.
Vejo um homem alto, todo tampado, mostrando só os olhos na minha frente, ele parecia ta cheio de ódio, dava pra sentir sua respiração ofegante. Ele pisava firme no chão, em passos normais.
-Coe... coe mano -minha voz sai bem baixa, quase sem som nenhum, ele ignora meu chamado e se afasta pegando uma madeira enorme, observo cada passo seu, já sabendo oque me espera. Da ultimas vezes eu apanhava desacordado - qual foi?
Xx:Tu vai paga por tudo que tu fez o mano passar, seu filho da puta-ele vem na minha direção com a madeira, tento puxar minha perna, mas infelizmente ela nem sai do lugar, grito de dor- verme do caralho
Eu só consegui gritar no momento, ele não parou, bateu no meu corpo inteiro com a mandeira que era enorme, se pá foram horas nessa tortura do caralho, eu sou muito de boa com dor, mas porra, isso tava insuportável. Apanhar sabendo oque fez uma coisa, agora tá aqui sofrendo sem saber o motivo é foda né
Xx:Isso aí não é nem um terço de tudo o que você merece, mas o padrão mandou deixar vivo por enquanto. Sua morte vai ser lenta e dolorosa, já pode ir pedindo perdão pelos pecados, quem sabe Deus não te perdoa e você vai pro céu - fala rindo e continua a bater com a madeira por todo meu corpo-
Acho que tomar um tiro dói menos que tudo isso. Depois que ele parou de me bater, ele jogou um balde de água quente, fazendo as feridas arderem pra caralho, parecia que meu corpo estava pegando fogo. Ele fazia tudo isso com um sorriso no rosto, parecia uma criança brincando. Tento respirar fundo sentindo as lágrimas rolarem pelo meu rosto, a dor parecia rasgar minha pele e eu só tava querendo desmaiar logo, assim não sinto essa dor.
Se isso tudo aqui é só a amostra grátis do inferno, que eu vou passar por todos os meus pecados, porra, eu tô fudido pra caralho papo reto. Grito de dor vendo ele rir saindo do quarto, tento mexer a perna mas é irrelevante, fecho os olhos sentindo todo o meu corpo arder e queimar

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Fanfic"𝘌𝘮 𝘶𝘮 𝘦𝘯𝘤𝘰𝘯𝘵𝘳𝘰 𝘪𝘯𝘦𝘴𝘱𝘦𝘳𝘢𝘥𝘰, 𝘶𝘮 𝘤𝘢𝘴𝘢𝘭 𝘲𝘶𝘦 𝘮𝘦𝘳𝘨𝘶𝘭𝘩𝘢𝘮 𝘦𝘮 𝘶𝘮 𝘢𝘮𝘰𝘳 𝘢𝘳𝘥𝘦𝘯𝘵𝘦 𝘦 𝘪𝘯𝘵𝘦𝘯𝘴𝘰, 𝘦𝘯𝘧𝘳𝘦𝘯𝘵𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘫𝘶𝘯𝘵𝘰𝘴 𝘢𝘴 𝘵𝘦𝘮𝘱𝘦𝘴𝘵𝘢𝘥𝘦𝘴 𝘥𝘢 𝘷𝘪𝘥𝘢. 𝘌𝘯𝘵𝘳𝘦 𝘳𝘪𝘴𝘰𝘴, 𝘭...