Intensidade

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Ana clara

Quinta feira 14/04

Viro os olhos vendo meu pai abrir a porta do quarto todo sério, ele estava lindo com um termo cinza, coisa mais linda do mundo. Sorrio de lado e ele senta na cabaça colocando a mão na minha teste, provavelmente vendo se eu ainda estou com febre ou não.

Dois dias sem notícias nenhuma do Dario, ninguém sabe me dizer se aconteceu ou não alguma coisa com ele, eu resolvi ficar aqui no papai até o Dário aparecer, não quero voltar pro morro e saber que ele não estar lá.

Eu conversei com a Luana e ela disse que não tem notícias dele, da última vez ele sumiu mas não demorou tanto assim para aparecer. Eu mandei várias mensagens e nenhuma entregou, liguei várias e várias vezes e deu caixa postal, eu realmente estou preocupada com ele.

Augusto:levanta e vai toma café, eu tô saindo agora  mas volto pra almoçar -Sento na cama sentindo o cheiro forte de homem invadi todo o meu quarto-

- pra onde você vai tão cedo?- sento na cama e passo a mão no rosto limpando, passo a mão embaixo do travesseiro sentindo meu celular ali-

Augusto:São nove horas e eu estou para uma reunião - confirmo com a cabeça meio desconfiada - Tô falando sério, quando eu menti pra você?

- Nunca, mas sei lá, é estranho você ta saindo tão lindo a essa hora- ele nega com a cabeça rindo e da um beijinho na minha testa - boa reunião, eu te amo

Augusto:Papai também te ama, amor - sorrio vendo ele bater a porta ao sair do quarto,  desbloqueio meu celular e entro no twitter procurando notícias sobre o Dário -

Tudo oque eu sei foi pelo twitter, lá postam exatamente TUDO sobre os bandidos, não sei como eles não se incomodam com isso. Todo dia sai alguma coisa diferente sobre eles, sobre quem traiu quem, quem apanhou. Bloqueio o celular e levanto  indo para o banheiro, escovo meus dentes e lavo meu rosto, fazendo minha rotina de skin Care.

Entro na cozinha vendo a sol sentada mexendo no celular, dou um beijo no rosto dela e me estico pegando uma torrada, abro o requeijão passando na torrada. Tomo meu café conversando com a sol e quando termino, lavo a louça do café.

Sento no sofá e ligo a televisão vendo o jornal da manhã, tava passando sobre as mortes no canta galo, mataram um policial e duas crianças, fora os moradores, mas essa parte eles não mostraram. Faço biquinho morrendo de saudades do meu pardo, pego meu celular e olho a tela de bloqueio, uma foto nossa na cachoeira, foi bem no início de tudo.

Desbloqueio meu celular e entro na conversa com a Luana,  me chamou para almoçar com ela, também disse que não queria ficar sozinha, já que o fogueteiro estava fora do morro, eu aceitei o convite e perguntei sobre o Bebel, mas ela não sabia de nada.

Sol: Você tá tão branca, tem que sair na rua, Ana clara, pega um sol- faço biquinho encarando ela que nega com a cabeça - se tivesse morrido, você já saberia, a fofoca sempre corre rápido quando é morte

- eu sei, mas é agoniante não ter notícias dele, eu só queria saber que ele estava bem - ela confirma com a cabeça e senta do meu lado- eu gosto muito dele, sol, acho que não aguentaria perder ele tão fácil.

Sol:Eu sei, aninha, mas você tem que lembrar que isso foi uma escolha dele lá no passado, isso é apenas as consequências- diz beijando minha cabeça - fica tranquila que vai ficar tudo bem