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Bebel

Sábado 20/01

Hoje o dia amanheceu numa chuva do caralho, eu tava de plantão lá na boca, fiquei contando dinheiro, paguei o arrego, separei o dinheiro dos meno da contenção do Filipe, dos vapores e também dos gerentes.

Recebi o dinheiro da carga que a gente vende prós outros morros e pelo oque estava ouvindo, a carga é boa, tá dando muito lucro pra eles. Só agradeço, a gente vende num preço bem mais alto do que compramos.

Graças a Deus hoje eu tô de marolinha, trabalhei a semana inteira direito, mereço um dia de folga né, ficar só curtindo minha casinha, sem me estressar com nada. Sai da boca, e fui direto pra casa da Sthefany, não sei se já comentei, mas eu não gosto de ficar em casa sozinho, por isso estou sempre na casa dos outros.

E não estou nem aí que eles não gostam, eu fico lá mesmo assim. Cheguei lá na Sthefany e já saí entrando mesmo, se não eu ia morrer na chuva e ela não ia me atender, tirei o chinelo vendo ela deitada no sofá com a Sofia.

Sthefany: Não bate mais na porta não? Que coisa feia, euem -  fiz careta olhando pra ela e sorri olhando a Sofia - Achei que tu não ia vir hoje, Sofia acordou te chamando.

Sofia: Sim, titio, eu tô muito sodade, dessa tamanho - abre os braços me fazendo rir e abraçar ela, cheirando o pescoço dela.

- Muita saudade do tio? - falo cheirando o pescoço dela que confirma com a cabeça me fazendo rir - Eu também tava, meu amor!

Sofia: Muita, muita muita? - balança a cabeça e ela sorri beijando meu queixo, sinto sua mãozinha - Nindo da Sofia, meu amorzinho.

- Você é a princesa do tio, meu amorzinho - passo o nariz no nariz dela que sorri me olhando, olho seus olhinhos brilhando e pego ela no colo - Eu te amo tanto, Soso!

Sofia: Eu te amo, titio! - diz apertando meu rosto me fazendo sorrir olhando para ela - Sabia que eu ganhei a casinha da Barbie?

- Ganhou mermo? Cadê pega lá e mostra pro titio - coloco ela no chão e sento no sofá olhando pra Sthefany que fez careta me olhando - Que foi, pão careca ?

Sthefany: Sofia, essa menina tá demais, Dário, não aguento não - faz biquinho encostando a cabeça no meu ombro - Com o neguinho aqui seria tão mais fácil.

- Tô ligado que você sente falta dele, mas é o ciclo da vida pô - suspiro fazendo carinho no rosto dela - Mas eu tô aqui pô, tem sua mãe também, a mãe do neguinho.

Sthefany: Você só aparece aqui uma vez na vida e outra na morte, minha mãe não voltou da Bahia, a mãe do neguinho é a mesma coisa que nada, resumindo: eu estou sozinha sempre!

- Eu tento ao máximo vim aqui pô, mas nem sempre dá ta ligado? Você sabe que eu trampo até altas horas - ela balança a cabeça - Mas eu vou tentar pega a menozinha mais vezes.

Sthefany: Pode levar hoje, só quero conseguir deixar essa casa arrumada por mais tempo, lavar meu cabelo, hidratar, cuidar de mim mesma, sabe? - balanço a cabeça olhando pra ela.

- Vou levar ela agora e mais tarde eu deixo ela lá na Cida, aí tu vai pro baile comigo, da aquela marolada, beijar na boca né? Tá na seca aí - levanto rindo e ela faz cara feia.

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