Prólogo

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Às vezes sinto ciúmes da Mabel, eu não consigo entender do porque ela é tão querida pelos outros mais que eu, o que ela tem que eu não tenho? a não ser a pele e os cabelos brancos, e os olhos azuis?

Ela é minha irmã gêmea, mas não consigo entender do porque somos tão diferentes uma da outra. Para todos ela é um anjinho, e eu sou considerada simplesmente a capetinha da família... talvez seja por isso, para tentar chamar a atenção de todos e me sentir menos mal por ser excluída.

Pulo da árvore e caio em cima do Leviatã, que em um salto começa a se debater.

Leviatã— Capetinha, sai de cima de mim... sua pirralha! —ele tenta me tirar de cima porém me seguro firme enquanto gargalho.

— Tenta se você é um Deus! —gargalho mais ainda ao sentir ele me sacudir.

Caio no chão tonta ainda rindo, vejo ele me olhar sério. Meu pai se aproxima irritado comigo como sempre.

— De novo tio!

Leviatã— Pestinha! —gargalho ao sentir ele fazer cócegas em mim, o que faz ele não conter o riso também.

Hyrus— Melissa, o que eu falei sobre isso?? você pode se machucar!!

Sem dar ouvidos apenas pulo nas costas do tio Leviatã novamente e sinto ele se chacoalhar tentando me derrubar.

Hyrus— MELISSA!

Leviatã apenas para e olha para o meu pai, só respiro fundo e desço das suas costas.

Hyrus— Para dentro agora!

Corro para dentro do castelo e vejo Mabel conversando com o Alex e o tio Arael na sala, impressionante que enquanto ela tem toda a atenção eu apenas levo reclamações.

Mabel— Mel, o tio Arael falou que...

Me teleporto até a casa da minha avó, bato na porta e vejo ela abrir e me olhar com um sorriso no rosto.

Lia— Meu amor, o que faz aqui a uma hora dessas? —apenas lhe abraço e entro na casa.

— O de sempre, eles só querem a atenção da Mabel... —me sento no sofá e vejo que a mesa está toda arrumada, cheia de ervas e potes com líquidos estranhos— Está esperando alguém?

Lia— O rei do purgatório! —a olho um pouco curiosa, desde nova eu sempre quis saber como é o purgatório, me disseram que é cheio de tortura e demônios lindos.

— Posso ficar aqui? —ela me olha um pouco preocupada.

Lia— Acho melhor não, você é só uma criança e a energia dele é grande demais. Acho melhor você voltar para casa pequena!

Só me teleporto para a árvore em frente a minha casa e fico a pensar, por que ninguém nunca quer passar um tempo comigo? Arael só quer saber da Mabel, meu pai e a mamãe só quer a atenção dela, minha avó quase nunca tem tempo. Os únicos que ainda ficam comigo são o tio Leviatã e o Alex, que falando nele...

Vejo Alex se despedir dos meus pais e se aprontar para ir embora, apenas pulo da árvore e me seguro em suas costas, quando dou por mim estou no seu castelo e ele está me olhando enquanto rir.

Alex— Seu pai não vai gostar nadinha, minha linda! —ele me tira de suas costas e me põe no chão, apenas me sento em seu sofá e fico a observar o lugar. Ele senta ao meu lado e fica a acariciar meus cabelos.

Sempre amei seu toque assim, é bom ter ele por perto.

— Meu pai está ocupado demais cuidando da minha irmã! —falo séria, ele respira fundo e deita no sofá pondo sua cabeça em meu colo, fico a fazer cafuné em seus cabelos.

Alex— Ainda com essa ideia maluca Mel? não pode sentir esse tipo de coisa da sua irmã...

— É a verdade, todos sempre dão mais atenção a ela por ela ser uma Deusa elementar... grande coisa, eu não escolhi nascer um simples demônio! —falo sentindo lágrimas molharem minhas bochechas.

Alex— Tanto você quanto ela não decidiram o destino, só basta aceitar. Olhe para mim... —faço o que ele pede e sinto suas mãos acariciarem meu rosto— Não pense nisso ok? todos nós amamos vocês duas do mesmo jeito, não tem diferença!

— Meu pai mal briga com a Mabel, a mamãe só quer a ajuda dela... ela é a santinha da casa... parece até que é filha de um anjo!! —ele me olha com um olhar de repreensão.

Alex— Sabe porque? por que você é uma mocinha traquina, uma capetinha linda... —diz fazendo cócegas na minha barriga, me fazendo rir— A Bel é mais calma, não tem muito o que fazer.

— Eu sou um demônio, e demônios são traquinos e gostam de causar... ela age como se fosse uma santa, isso é ridículo!

Alex— Não posso julgar, mas você tem que aprender a obedecer seus pais Melissa, ou pode acabar sendo mais repreendida por eles, aí depois não venha reclamar ou dizer que não avisei.

— Tanto faz, quero ir visitar o purgatório! —vejo ele se levantar rapidamente e me olhar sério— O que foi?

Alex— Me ouça bem, tire essa ideia idiota de querer ir visitar o purgatório, lá é perigoso demais e não é lugar para crianças!

— É só uma visita, você poderia me levar Alex... por favorzinhoooo...

Alex— Não Melissa!! —apenas bufo frustada cruzando os braços, ele suspira e força um sorrisinho de lado, logo me pegando no colo— Vamos para casa, ou seu pai não vai gostar nadinha de saber que você fugiu de casa!

— Tanto faz... não foi a primeira vez mesmo!

Meu Amor é um Demônio Onde histórias criam vida. Descubra agora