Capítulo 24

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Olá, tudo bem?
Se quiserem o próximo, comentem!!!
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LAUREN 

Faz quatro dias desde que Camila partiu, e estou lentamente perdendo a cabeça. Os homens que estão trabalhando como sua equipe de segurança estão checando no final de cada turno, me atualizando sobre ela. Não significa nada além de me deixar saber que ela está bem. Eu a quero aqui, droga. 

No início, pensei que ela iria para os pais, passaria a noite e voltaria pela manhã. Mas quando os caras me avisaram que ela voltou para sua casa, eu sabia que ela não voltaria no dia seguinte. Eu esperava que ela ligasse, talvez em um ou dois dias. Ela não ligou. Eu não quero ligar para ela até saber que ela está pronta para falar. 

Eu fodi tudo. Eu soube disso no momento em que a vi parada na porta do porão, com uma expressão de horror e choque no rosto, mas não esperava que ela fosse embora. 

Não aguento mais esperar, então pego o telefone da minha mesa e ligo para ela. Ela corta a chamada após o segundo toque sem atender. Ligo novamente, mas tudo que recebo de volta é uma resposta cortada.

— Nós terminamos, Lauren.

Ela não pode fazer isso. Eu não vou permitir. Pego minhas muletas e sigo para a porta. 

— Para a casa de Camila. — eu vocifero para Kostya e entro no carro. 

Quando chegamos ao prédio de Camila, pego o telefone e mando uma mensagem para ela. 

Eu estou do lado de fora. 

Eu olho para o telefone na minha mão, esperando que ele toque. Não. Em vez disso, uma mensagem chega. 

ACABAMOS. 

SAIA. 

Que porra eu devo fazer com isso? Devo subir, arrombar a porta dela e fazê-la me ouvir? E o que eu diria? Não há como recuperar o que foi feito. 

Eu fico no carro em frente ao prédio dela. Bem tarde da noite, finalmente digo a Kostya para me levar para casa. É muito cedo. Vou dar-lhe mais alguns dias para se acalmar. Então vamos falar. 

* * *

Dois dias depois, chega um pacote. É uma grande coisa retangular embrulhada em papel pardo, e tem meu nome escrito com a caligrafia bagunçada de Camila. Coloco-o na minha mesa, traço as letras que ela escreveu com o dedo e começo a rasgar o papel. 

É uma pintura. 

Uma mulher nua está ajoelhada no meio de um campo de escombros e cinzas, as costas arqueadas para trás, os braços levemente erguidos em direção ao céu tempestuoso acima. Seu cabelo castanho está flutuando ao vento, parte dele cobrindo seu rosto. Uma longa lança preta está alojada no meio de seu peito, e uma espessa camada de tinta vermelha está escorrendo da ferida para baixo em seu corpo nu. Na outra ponta da lança, um abutre solitário está empoleirado, como se esperasse. 

O autorretrato que ela me prometeu. 

Eu me levanto e olho para o gramado além da janela até o sol se pôr, então volto para a mesa. Colocando os cotovelos na superfície de madeira, enterro as mãos no cabelo e olho para a pintura, notando os pequenos detalhes que perdi da primeira vez.

A maneira como as veias no pescoço da mulher estão se destacando como se ela estivesse forçando. Lágrimas vermelhas caindo por suas bochechas. Rachaduras pretas na pele de seu peito onde a lança a perfurou, mais grossas ao redor da ferida e ficando mais finas à medida que irradiam, como se seu próprio corpo começasse a se desfazer. 

Ela não está voltando.

A Deal with the Máfia - Lauren Intersexual Onde histórias criam vida. Descubra agora