Como chegamos a isso? O calendário em minha mão me indicava que haviam se passado dois meses desde a última vez que voltei no tempo, eu nunca havia vindo com tanta diferença de meses e isso me assustou… já estávamos no final do verão.
A primeira coisa que notei foi uma mala já feita no meu quarto, me forçando a pensar no porquê dela estar cheia de roupas. Saio do cômodo indo até a sala de estar e vejo meu pai assistindo televisão, me aproximo dele e pergunto:
— Por que tem uma mala feita no meu quarto?
Como eu imaginava o homem me encara sem entender, ele coloca o aparelho no mudo e apoia o braço no encosto do sofá.
— Você arrumou ela há dois dias, Heeji.
— Pra quê?
— Tava tão animada pra amanhã e agora não lembra mais?
— O que tem amanhã?
— Aigoo. - meu pai ri inconformado. — O acampamento, Song Heeji.
Arregalo os olhos com essa informação. Não somente se passaram dois meses como também vim parar justamente um dia antes da viagem pro acampamento?! Ergo meu braço encarando o relógio quebrado, como se isso fosse desvendar todos os mistérios por trás dele.
— Onde arranjou esse relógio?
— Eu comprei. - respondo meu pai.
— Com que dinheiro mocinha?
Droga, é claro que você não tem nenhum won nessa idade Heeji!
— Fui juntando o dinheiro que ganho no meu aniversário. - jogo qualquer desculpa que o fizesse acreditar. — Tenho que subir pai, amanhã acordo cedo. Você que vai me levar pra escola?
— Eu mesmo. Ah, leve protetor solar, o verão tá forte esse ano.
Sorrio fechado e me curvo saindo da sala, dirigindo-me diretamente ao meu quarto. Me jogo na cama e fito o teto como se ele tivesse as respostas para as minhas perguntas.
Tento lembrar de cada mínimo detalhe de quanto fomos ao acampamento, bom, no passado original. Meu estômago revira e um sorriso idiota aparece em meus lábios ao lembrar que ele me pediu oficialmente em namoro naquele dia.
Talvez… talvez agora que eu mudei o passado ele não me peça em namoro.
Só de imaginar isso já me deixa cabisbaixa, mas era compreensível, afinal, eu agi como uma stalker maluca atrás dele. Mas não deixo de me sentir triste com esse pequeno detalhe que poderia mudar o melhor dia da minha vida.
E se eu mexi tanto em nossa história que agora sou incapaz de receber o que tínhamos antes? E se Jisung não começou a gostar de mim até esse momento e não tem pretensão de me pedir em namoro? Eu simplesmente não poderia acreditar na ideia de que, apesar de estar ao lado dele, não estaríamos juntos como um casal.
Mas se eu deixar meu egoísmo de lado…
Eu ficaria extremamente feliz se puder salvá-lo, mesmo que isso significasse não estarmos juntos um do outro.
[...]
Coloco minha mala no bagageiro do ônibus com a ajuda do meu pai e me despeço dele, entrando no veículo em seguida. Checo a mensagem no celular conferindo se estava no ônibus certo já que as turmas estavam misturadas e vejo Ryujin e Eunchae sentadas juntas, cerro os olhos ao notar que haviam me deixado ficar sozinha.
Me aproximo delas dizendo:
— Resolveram ficar contra mim, é?
— Ela não sabe como somos boas amigas. - Eunchae reclama para a outra que concorda.
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Volcano | Han Jisung |
FanfictionNão são todas as pessoas que têm a chance de viver um amor inesquecível, aquele amor que dói e que te faz suspirar; que te mostra um outro lado da vida e que te deixa de pernas bambas. Mas isso aconteceu para Song Heeji. E doeu. Doeu mais que tudo...