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Seu amor sempre me aqueceu, sempre me fez ter borboletas no estômago e sempre me fez querer mais e mais.

Nesses dias frios de inverno a neve cai, flocos após flocos enfeitam o céu e se desfazem ao chegar ao chão. O branco deixa a vista infinita e o tempo parece parar sempre que estamos nessa estação, os pássaros se escondem para se aquecerem e as pessoas se recolhem em suas casas.

Depois que conheci você, eu nunca mais senti frio.

Porque você sempre me aqueceu.

E não importa quantas vezes eu tivesse que passar o que passei, e não importa quantas vezes você se esquecesse de mim… Eu ainda voltaria, e acredite ou não, te amaria cada vez mais.

Eu derreteria toda vez que você tocasse em mim.

E no momento em que percebi estar congelada e tremendo de frio, mais uma vez você me aqueceu. Me aqueceu de esperanças, porque no momento em que abri meus olhos e me lembrei onde estava, notei que já não havia mais túmulo em meio a tanta névoa.

Com pressa e ainda desacreditada de que tudo isso não passasse de um sonho, levanto rapidamente do chão gélido e corro até o carro de Hyunjin que deveria estar estacionado aqui, mas não havia nada.

Seria isso outra intervenção do passado no futuro?

Tudo o que me restava era meu celular no bolso detrás da calça, puxo-o notando a foto de papel de parede minha com Jisung, a mesma que nunca tirei do celular desde aquele dia horrível. Com as mãos trêmulas clico no primeiro nome dos meus contatos e envio uma mensagem para a minha prima pedindo que me buscasse.

Não teria coragem de verificar se existia um contato com o nome dele no meu telefone, porque se realmente não tivesse, eu desabaria aqui sozinha instantaneamente.

O vento gelado soprou forte e eu me encolhi ainda mais enquanto tentava me aquecer de alguma forma. Lembrei mais uma vez como eu costumava odiar o inverno que levou a pessoa que mais amo, tirando-o de mim de forma tão dolorosa e cruel. Me agarro na esperança de que tudo deu certo, de que não foi tudo um delírio da minha cabeça; era difícil se manter sã depois das coisas que aconteceram.

Mas o céu cinzento começou a se iluminar no momento em que vi uma pessoa vindo até mim, uma pessoa que não era minha prima apesar de eu ter mandado mensagem para ela.

Meu coração acelera e as lágrimas já começam a se formar, Han Jisung andava em minha direção tão lindo, tão real, tão… vívido. Minha única reação é ir rapidamente até ele, abraçando-o fortemente enquanto as lágrimas desciam loucamente.

— Eu te amo.

O desejo mais profundo de meu coração foi atendido e o vazio foi preenchido, dando espaço novamente apenas para ele. Han me cobre com uma manta que sequer tinha visto que carregava e ainda com minha cabeça enterrada em seu peito, escuto-o dizer:

— Acho que tô tendo um deja vú. - suas mãos quentes seguraram meu rosto fazendo-me o encarar diretamente, os olhos tão brilhantes e tão bonitos faziam meu coração disparar. — Pensei que já tivesse passado da fase de chorar sempre que me vê.

Han ri baixo e deixa um beijo rápido em meus lábios.

— Eu também te amo. - ele segura as pontas da manta e a arruma para que me cobrisse bem, Jisung passa o braço pelo meu ombro enquanto me guia para fora do lugar. — Por que veio pra cá sozinha nesse frio? É um lugar meio… ah, não sei.

— Não sei. - murmuro mentindo, não faria sentido contar a verdade. Estava tão feliz, mas ao mesmo tempo não parava de chorar. — Achei que a Ryujin viesse.

— É isso que não entendo. - Han abre a porta do passageiro para mim e eu adentro vendo-o passar pelo outro lado do motorista. — Por que não me ligou?

— Não sei.

Fiquei com medo de não ter seu contato salvo, fiquei com medo de que não atendesse. Fiquei com medo só de pensar que você poderia não estar aqui.

— Bom, tá todo mundo esperando a gente no apartamento. - me surpreendo quando ele puxa meu cinto de segurança o travando. — Por isso vim no lugar da Ryujin, ela me avisou.

Aceno com a cabeça e Jisung seca meu rosto com suas mãos antes de dar partida no carro. Durante todo trajeto não me atrevo a encarar outra coisa se não ele, era como se o homem fosse sumir no momento em que saísse do meu campo de visão.

Tê-lo comigo me fez ser a pessoa mais feliz do mundo.

— Chegamos.

Franzo o cenho ao sair do carro e notar que não conhecia esse lugar. O prédio residencial era muito bonito e por mais que tivesse várias perguntas em minha mente, resolvo guardá-las para depois. Dentro do elevador ainda sentia o quentinho de suas mãos sobre as minhas e, ao chegarmos num determinado andar, saímos indo até uma porta.

— Só um minuto, Heeji. - Jisung diz quando seu celular toca. — Vou atender, pode colocar a senha.

Colocar a senha? Encaro a fechadura eletrônica sem ter nenhuma ideia de como poderia saber, passo a mão ativando o cursor e coloco minha mente para pensar. Eu sequer sabia onde estávamos, como vou saber de uma senha?

— Ainda não entrou? - Jisung retorna guardando o celular no bolso da calça.

— Não sei a senha. - sorrio pequeno e o mesmo estreita os olhos. — Digo, esqueci.

Agora seu rosto chocado me deixa um pouco aflita, por que tenho a impressão de ter feito algo errado?

— Aigoo. - Jisung suspira e aperta meu nariz com cuidado, como se eu fosse uma criança. — Como pode esquecer nosso aniversário de namoro?

Abro a boca perplexa com sua resposta e antes que ele fizesse algo, aciono o sensor da porta novamente e digito os números. O barulho da porta indica que estava certa e encaro o outro de soslaio.

— Essa foi por pouco. - ele sorri de lado me fazendo sorrir também. — Se tivesse realmente esquecido isso dona Heeji…

— Eu nunca esqueceria.

Eu jamais esqueceria nenhum detalhe seu, nunca esqueceria como seus olhos brilham intensamente e como seu cabelo voava quando o vento batia. Não esqueceria seu jeito cativante e suas palavras bem humoradas; o quão bem me trata e como sempre faz o possível e o impossível para me ver bem.

— Vamos? - ele pergunta e eu assinto segurando sua mão.

Jisung empurra a porta abrindo-a e quando passo para dentro vejo cinco pessoas espalhadas pela sala de estar, pela primeira vez em muito tempo estávamos todos juntos novamente.

— Finalmente chegaram! - Ryujin vem até nós. — Por que me ligou pra te buscar?

— Achei que você atenderia mais rápido. - dou qualquer desculpa depois de pigarrear.

— Eu?! - ela ri baixo. — Jisung te atende sempre no primeiro toque… essa desculpa aí não cola.

Dou de ombros e passo meu olhar por todos eles, Seungmin, Hyunjin, Felix… e Eunchae.

— Eunchae. - a chamo com a voz embargada e solto a mão de Han junto com a manta que antes me aquecia, indo até ela e abraçando-a. — Que bom que você tá aqui com a gente.

— Heeji. - sinto-a me abraçar de volta. Eu estava tão feliz, todos estavam bem e juntos. — Tudo bem?

Balanço a cabeça quando novamente choro na frente de todos.

Ótimo Heeji, agora é chorona tanto no passado quanto no presente.

××××××××××

Só +2

❤️ Até o próximo capítulo ❤️

Volcano | Han Jisung |Onde histórias criam vida. Descubra agora