Ryujin e eu assistíamos os dois garotos jogando, a concentração total na televisão sem quase piscar para não perder nenhum movimento. Há algum tempo parei de jogar, achei bem mais interessante ficar vendo Han ao invés de perder tempo assistindo isso.
Depois de comermos e conversarmos sobre coisas idiotas resolvemos ir embora — e para minha felicidade — Han estava me levando para casa.
— Não acredito que quase brigaram por causa de um jogo.
— Seu primo rouba muito. - ele reclama e eu seguro uma risada.
— É, ele é bem competitivo. - concordo balançando a cabeça. — Vai direto pra casa?
— Sim, depois de te deixar na sua.
Abaixo a cabeça escondendo um sorriso. É como na época em que namoramos, eu realmente apreciava esses momentos ao lado dele.
— Ficou sabendo do acampamento? - volto a encará-lo. — Vai ser daqui dois meses.
— Como sabe? Não falaram nada sobre a data na nossa sala.
— O representante da minha classe é do comitê escolar, eles que organizam tudo isso.
Então o acampamento estava finalmente chegando? Sinto as borboletas voando loucamente dentro de mim, o dia em que começamos a namorar estava mais perto do que eu imaginava. Cubro minha boca com as mãos, balançando o ombro como uma adolescente idiota.
— Tudo bem? - escuto a risada de Jisung e pigarreio. — Ficou feliz do nada, tem algum motivo?
— Você é meu motivo.
Fiquei decepcionada por não ter tido uma única resposta vinda dele. Como pode simplesmente ignorar o que acabei de dizer como se não fosse nada? Han Jisung, quantas vezes mais vai me deixar chateada? Fico pensando todas as vezes que deixei claro o que sinto por ele, é claro que continuaria não importa quantas vezes mais tenha que fazer isso; mas confesso que é meio decepcionante esse silêncio.
A decepção passa no mesmo segundo quando Han segura minha mão, entrelaçando nossos dedos. O encaro surpresa e ele sorri pra mim dizendo:
— Você sempre me deixa sem palavras, Heeji.
— E isso é bom ou ruim?
— Agora é bom.
— Como assim agora?
— Já te falei, né? Você era meio maluquinha.
— Yáh! - reclamo tentando não rir. — Eu tenho meus motivos.
— Sim, seus motivos sou eu.
— Não posso discordar. - dou de ombros e avisto minha casa já perto. — Mas pelo menos agora você não me acha mais maluca.
— Quem disse que não?
— É sério isso?! - pergunto boquiaberta e o mesmo gargalha. — Ei, Jisung, responde!
— Aigoo, tem certeza que quer saber? - para de andar e fico de frente para ele, ainda aguardando sua resposta. — Não é de um jeito ruim.
— Então me acha louca mesmo?!
— Nunca disse louca. — Han espreme os lábios provavelmente pensando no que dizer e eu mordo minha bochecha, ansiosa com o que escutaria. — O que você pensaria se alguém que nunca viu na vida aparecesse na sua frente e te abraçasse dizendo que te ama?
É, eu já havia pensado muito nisso. Minha única explicação é que imaginava estar num sonho realista o suficiente até para sentir seu cheiro bom, naquela época não tinha a mínima noção de que isso que estamos vivendo agora é real, e com toda certeza não poderia responder isso ao garoto. Suspiro me dando por vencida e digo com um pequeno sorriso:
— Tem razão, isso não é normal. Mas quer saber? Não me arrependo nenhum pouco.
— Eu realmente queria saber o porquê de você ter feito aquilo comigo - Han segura minha outra mão me trazendo mais próxima dele. —, queria saber o porquê de derramar tantas lágrimas sempre que me vê.
— Eu… - engulo seco com meu coração apertado, apenas lembrar o motivo disso tudo me deixa muito mal. — Não posso te explicar.
— Então tem mesmo uma resposta pra você ter agido assim. - arregalo os olhos e paro de encará-lo, sentindo minhas mãos tremerem levemente. — Por acaso… te faço lembrar de outra pessoa que tenha amado antes?
— Não! - exclamo inconformada, nunca existiria ninguém como ele. — Você é a única pessoa que eu sempre amei.
Jisung paralisou. Solto suas mãos devido ao nervosismo e dou alguns passos para trás, me afastando dele.
Sério, Heeji. Quantas vezes mais quer deixá-lo confuso e assustá-lo com suas confissões amorosas?! Você prometeu não ultrapassar os limites, prometeu agir como um ser humano normal agiria e definitivamente prometeu ir com calma. Mas a primeira coisa que faz é dizer que o ama?! Assim, tão de repente?!
Promovida de maluca para insana com sucesso!
Respiro fundo processando o que tinha acabado de acontecer e abro minha boca pronta para me desculpar mais uma vez, porém antes que pudesse fazer qualquer coisa, Han se aproxima de mim colocando suas mão em minha bochecha, me puxando para um beijo.
Dessa vez um beijo de verdade.
A surpresa passou rapidamente e no mesmo instante coloco minhas mão sobre seu peito, segurando sua blusa e correspondendo ao momento que eu mais esperava ter. A sensação de senti-lo e de tê-lo só para mim, há quanto tempo não tinha esses momentos tão felizes e apaixonados? Eu realmente sentia como se fosse nosso primeiro beijo, como se nunca tivéssemos estado tão próximos um do outro antes… como se eu nunca tivesse sido dele e ele meu.
Todas as sensações boas do mundo que só Jisung me faz sentir.
— Heeji… - ele sussurra após nos afastarmos um pouco, eu ainda permaneço de olhos fechados tentando guardar em minha memória esse momento para sempre. — Como pode mexer tanto assim comigo? Como pode me fazer pensar em você o tempo todo mesmo quando quase não te conhecia ainda?
— Eu…
Murmuro sem saber o que responder e balanço a cabeça, Han encosta sua testa na minha e me abraça em seguida.
— Acho que nunca vou ter uma resposta pras minhas perguntas - sinto-o acariciando meu cabelo e suspiro com seu carinho sorrindo fechado. —, mas não importa… porque tudo o que preciso é de você.
O aperto ainda mais contra mim, ouvir as palavras gentis e amorosas da única pessoa que amei novamente me deixa feliz, tão feliz ao ponto de escorrer uma lágrima da qual me certifico de limpar rapidamente para que o outro não notasse.
— Queria ficar mais tempo aqui, mas já é tarde e você precisa entrar em casa.
Concordo apesar de estar relutante, queria poder ficar com ele eternamente apenas sentindo sua presença comigo. Finalmente me despeço com Jisung deixando um beijo em minha testa e adentro a casa, trancando a porta e dando alguns pulinhos de alegria. Aperto minhas bochechas que estavam quentes e provavelmente muito vermelhas, eu podia ouvir meu coração batendo loucamente e o sorriso idiota em meu rosto, mas eu não ligava para o quão boba poderia estar parecendo. Eu apenas conseguia surtar com o que estava acontecendo entre nós dois, as coisas estavam se encaminhando muito bem e isso me deixava extremamente feliz.
— Quem era aquele, mocinha? - dou um pulo ao ouvir uma voz masculina e me viro, vendo meus pais sentados na sala. — É melhor se explicar.
— Aquele…? - me faço de boba tirando o tênis e colocando uma pantufa, caminhando até os dois que me encaravam como se eu tivesse aprontado.
— Aquele garoto que te deixou bem aqui na frente de casa — meu pai cruza os braços e minha mãe ri baixo. —, nem tente me enganar.
— Tem certeza que quer saber, pai? - pergunto sorrindo fechado e ele confirma. — É meu futuro namorado!
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❤️ Até o próximo capítulo ❤️
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Volcano | Han Jisung |
FanfictionNão são todas as pessoas que têm a chance de viver um amor inesquecível, aquele amor que dói e que te faz suspirar; que te mostra um outro lado da vida e que te deixa de pernas bambas. Mas isso aconteceu para Song Heeji. E doeu. Doeu mais que tudo...