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Ela com certeza não era uma pessoa comum.

A partir do momento em que conheci Song Heeji entendi que não poderia esperar dela o que espero dos outros. Tudo nela era diferente, seja uma palavra, uma risada, um conforto… e muito choro.

Por algum motivo Heeji parecia sempre cair em lágrimas, bom, pelo menos quando estava comigo. Devo confessar que no início achei a garota muito estranha, afinal, quem se joga nos braços de um desconhecido chorando horrores e pra completar, diz que o ama? De certo, Song Heeji não era uma pessoa comum.

Seus olhares atentos a mim e desviados logo ao ser pega em flagrante tinham tanto sentimento que me deixava confuso ao ponto de querer colocá-la contra a parede e perguntar o que havia de errado comigo.

Ou com ela.

— Sério, desculpa por isso.

Foi o que Hyunjin me falou pela décima vez depois de sua prima ter me abraçado no meio da escola. Ele parecia ter um senso forte de responsabilidade quando o assunto era Ryujin e Heeji.

— Sem problemas.

Eu havia respondido isso para não deixá-lo preocupado, apesar de ter sido algo que me abalou o resto do dia.

Por algum motivo ela atraía meu olhar e eu não podia controlar isso, antes que Heeji me encarasse novamente finjo que nem a notei durante a aula de culinária, até vê-la esticando a mão na direção da água fervendo.

Sério, o que se passa na mente dessa garota?!

Eu não ia intervir no dia a dia dela, Hyunjin me aconselhou a não dar trela pois Heeji poderia entender errado, mas não podia simplesmente deixá-la se machucar.

— Pera, tá me dizendo que minha prima ia enfiar a mão na água quente?!

Confirmei com a cabeça enquanto bebia um refrigerante em nossa sala durante um intervalo entre as aulas, ponderei muito se deveria ou não contar, porém seria errado esconder isso dele.

— Não brigue com ela - aconselhei percebendo sua cara fechada. —, te contei isso pra você ficar de olho nela já que são primos… mas tenho certeza que ela não fará de novo.

— Aish. - Hwang reclamou mas concordou comigo, o que me deixou aliviado. — Queria saber por que Heeji ia fazer essa loucura.

— Talvez estivesse possuída. - franzi o cenho ao ouvir Felix que se pronunciou. — Sabe, um fantasma agourento sussurrou no ouvido dela e mandou se machucar.

— Yáh! - o outro exclamou inconformado e Seungmin dá uma risada. — Minha prima não tá possuída!

Sorry. - Felix se desculpou em seu idioma nativo.

— E acabei fazendo ela chorar. - falei de uma vez com medo de sua reação.

— Você o quê?! - aproveitei e sai rapidamente da sala, sem querer levar uma bronca dele.

Eu poderia acreditar fielmente nessa teoria do Lee, até porque, o que poderia explicar as coisas que Song tem feito em relação a mim? É como se a menina me conhecesse há anos sem nunca termos conversado antes.

Quer dizer, como ela saberia sobre eu ser alérgico a pimenta e como poderia saber sobre as profissões dos meus avós? Aquela desculpa de que soube pelo Hyunjin não colou, nunca havia falado sobre isso com ninguém.

Mas por algum motivo Song Heeji sabia.

— E não é só isso - Felix se apoiou no tronco da árvore enquanto me explicava seu encontro com a garota na enfermaria após eu ter perguntado. —, ela afirmou com convicção que os caras que faziam bullying comigo iam ser expulsos.

Volcano | Han Jisung |Onde histórias criam vida. Descubra agora