06| ⌛️

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Sorrio boba enquanto passo pelo portão da escola, felizmente consegui chegar na hora, então nada de castigo para mim hoje. Realmente me sinto uma adolescente enquanto estou aqui, é um tanto quanto estranho, mas eu gosto da sensação.

Passo pelo beco que divide os dois prédios da escola, vendo uma fumaça e sentindo o cheiro ruim de cigarro. Tenho certeza de quem estava ali, no mesmo lugar que sempre costumava ficar para fumar escondido. 

— Sabia! - exclamo dando um susto na garota, que deixa o cigarro quase acabado cair no chão. — Isso pode te matar um dia.

— É, um susto também pode. - Ryujin revira os olhos e pisa no cigarro, o apagando. — Achei que fosse um professor.

— Como se tivesse medo deles. - me encosto na mesma parede em que ela estava e a mesma suspira irritada. — Você fica feia de cabelo comprido.

Digo me recordando de como o cabelo curto a deixava mais bonita, o dia em que ela cortou sozinha num banheiro qualquer em alguma festa. Lembro também que tinha uma coloração azulada, combinava bem.

— Quer levar um chute? - rio achando graça de sua ameaça. — Hm? Realmente quer?

— Não, eu passo dessa vez. - brinco e me viro, ficando de frente para ela, que acende outro cigarro. — Ei - a chamo quando estava prestes a dar a primeira tragada. —, pode queimar meu braço com isso?

Um semblante insano e confuso, é assim que Ryujin me olha. Minha prima ri dando os ombros e responde:

— Se é o que quer. 

Em questão se segundos ela coloca a parte acesa do cigarro na palma da minha mão, murmuro com a dor e a ardência e chacoalho a mão, tentando fazer passar.

— Me chame sempre que quiser se machucar, priminha.

Ryujin sorri de lado e joga o cigarro no chão, me deixando sozinha no beco. Encaro minha mão, era um pequeno avermelhado com algumas partes cinza, saio de lá indo diretamente ao banheiro e passando uma água; o sinal toca indicando que tinha que ir para sala, então resolvo me mexer logo, não queria ficar mais uma vez de castigo.

[...]

Bocejo enquanto escuto Eunchae falar pela milésima vez sobre os trabalhos que aumentaram e as notas da turma que tendem a diminuir se continuarmos no ritmo que estamos, realmente não me interesso por nada disso, apenas gostaria de ir logo ao intervalo.

O sinal toca novamente e os alunos começam a se levantar mesmo que a garota ainda falasse, ainda que perdida ela exclama antes que a sala esvaziasse:

— Não esqueçam de entregar seus cadernos no final da aula!

Sorrio fechado vendo-a suspirar derrotada, ela retribui meio cabisbaixa. Ao sair da sala de aula volto a lembrar que gostava de passear com a Eunchae, não chegamos a ser amigas, mas éramos uma boa companhia uma para a outra. Talvez eu devesse me aproximar mais dela nessa "vida".

Olho novamente minha mão, a ardência já não incomodava mais tanto, o que me faz pensar que eu realmente estava no passado. Mas quanto mais eu penso nisso, mais louca acredito que estou.

O relógio no meu pulso ainda estava do mesmo jeito e lembro como ele girava loucamente como se estivesse voltando ao passado. Talvez foi nesse momento em que teoricamente fui para a cama de um hospital, afinal, estava muito frio e nevando tanto que quase não se podia ver o asfalto.

Seguro minha bandeja já com a comida enquanto escaneio o refeitório inteiro, encontrando-o no mesmo lugar de sempre com seus amigos. Acho que é melhor eu não entrar em seu espaço pessoal como antes, mesmo que ele tenha dito que queria me ajudar se estivesse passando por algum problema… Porém, isso não significa que Han me deu permissão para agir do jeito que tinha agido antes.

Volcano | Han Jisung |Onde histórias criam vida. Descubra agora