Capítulo 10

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Pete

Observo assustado a ventania do lado de fora. Nem uma alma na rua, apenas as árvores chacoalhando feito papel. Tomara que a energia não acabe.

Seria tudo que faltava…

Eu no escuro.

Volto para a cozinha, decidido a tomar meu suco de uva. O que tem na garrafa mal dá para encher o copo, o que me lembra que preciso ir ao mercado, algo que venho adiando.

— Puta merda! — grito sobressaltado com o estrondo no andar de cima.O copo cai da minha mão e se quebra em milhares de pedaços.

Que merda.

Foi o vento… deve ter fechado a porta do quarto.
Mas eu fechei as janelas…A constatação faz meu coração acelerar.Respire.Agarro uma faca na gaveta e, em silêncio, subo as escadas.

É apenas o vento… apenas o vento…

Todas as portas estão fechadas. Devagar, abro a porta do meu quarto e, como suspeitava, a janela está aberta. A cortina chicoteia com a força do vento.Olho ao redor e não vejo nada estranho, me aproximo com cautela.Céus, eu poderia jurar que fechei. Será que esqueci de colocar o trinco? Fecho tudo e garanto que, desta vez, o trinco esteja firme no lugar.Estou a ponto de me virar para sair do quarto, quando a campainha toca.

— Oh, Deus — grito dando outro pulo.
Misericórdia.

É só a campainha,Pete.Acho que preciso de um suco de maracujá, isso sim.Quem pode estar chamando esta hora? São dez horas da noite e o céu está prestes a desabar. Desço as escadas com a faca na mão.

Dane-se.Espio pela janela e não vejo muito na escuridão.

— Quem é? — grito, tentando disfarçar o pânico.
— Sou eu, Pete.
Essa voz… não pode ser.

Abro uma fresta, mantendo a corrente no local, meus olhos encontram os seus…

Vegas.

Meu coração traiçoeiro acelera e alívio me invade.É ele… o homem que habita meus sonhos.

— Você parece ter visto um fantasma.

— Não, é que… — me atrapalho com as palavras.

— Vai me deixar entrar? — dispara, o olhar fixo em mim.

Deus, como senti falta dele. Até mesmo do seu jeito sério de ser.Com a mão trêmula, tiro a trava e me afasto dando passagem.Tento esconder, mas seu olhar me varre com tamanha intensidade que fico sem ação e sei o exato momento em que ele percebe a faca na minha mão esquerda.Não diz nada, apenas fecha a porta atrás de si, tomando o cuidado de trancá-la e então sua íris está em mim.

— Por que você não me ligou? — questiona, certeiro.

Oi?

Certeza de que Jeff falou para ele.Merda. Não adianta mentir, ele sabe.

— Não quis te incomodar. — Dou de ombros e vou em direção à cozinha. — Você quer um bolo? Café? — desconverso.

— Olhe para mim, Pete — pede, a voz levemente rouca que eu lembrava.Viro-me e mordo os lábios, nervoso. Ele me encara esperando uma resposta que não tenho.

— O que você quer ouvir? — devolvo, tentando não desmoronar. — Que estou com medo? Sim, estou… Todos os dias, todas as horas, mas não estou mais sob a sua proteção ou da TSC,

Vegas… — Minha voz falha.

Vejo, em pânico, ele se aproximar e recuo batendo as costas contra a ilha na cozinha.Para a poucos centímetros de distância.Muito perto.Um inferno de muito perto.Apoio as mãos para trás, tentando manter algum espaço entre nós.

Strong : VegasPete (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora