Strong : VegasPete (Finalizada)

Capítulo 4

Vegas

— Hey,A — atendo ao meu celular no primeiro toque.

— Hey, V, tudo certo com sua pick-up. Os caras pegaram para você e deixaram no pátio.

— Porra, valeu, cara.

— Não por isso, irmão. Vocês estão bem?

— Tudo em ordem, conseguimos chegar até o Frank e lá consegui um carro.

— O velho Frank, sei.

— Não vou pedir para o M, pois ele está com muito em sua mão no momento. Consegue rodar uma placa para mim, ou falo com o Sven?

— Deixa comigo, as coisas aqui estão me deixando com sono. Ainda bem que essa merda termina amanhã.

Max está fazendo a proteção de um empresário norueguês, num evento em Bruxelas, parece que o tal executivo, nos últimos meses, virou um ativista ambiental ferrenho e tem muitos inimigos.

— Se cuida, A. Você sabe que para a merda acontecer, basta um segundo.

— Porra, isso é verdade, mas, e aí, me conta, o homem, é gostoso pessoalmente?

— Vai se foder — retruco, ouvindo sua gargalhada.

— Me passa logo os dados desta placa, certeza de que o veículo é roubado, mas não custa tentar.

— Sim, pai — debocho e quero rir, mas não vou dar este gosto ao sacana.

— Me dê cinco minutos e está feito.

Desligo e observo as imagens à minha frente.Tudo normal.Nada que chame o mínimo de atenção.Não sei quem está atrás dele, mas se a perseguição de hoje é um indício, a diversão está apenas começando. Não sei quanto a eles, mas estou pronto para a festa.Pete podia não saber onde estava se metendo quando aceitou ser testemunha, mas eu sim, quando aceitei esta missão.É apenas mais uma, dentre tantas que já aceitei, mas na TSC levamos todas muito a sério. É a vida das pessoas.

Pete não está mais sozinho.No que depender de mim, o medo nos seus incríveis olhos tem dias contados.O barulho atrás de mim indica que ele já saiu do banho, me viro e, porra, o homem é lindo. Mesmo todo escondido num moletom que deve ser, no mínimo, uns três números maior que o dele.

— Espero não ter demorado muito — diz e vejo o rubor nas suas bochechas .

— Não se preocupe — devolvo e ele dá um leve sorriso.

Porra, se o homem não fica ainda mais deslumbrante quando sorri.

— Você está com frio? Os quartos têm calefação, o botão está um pouco duro, mas funciona.

— Oh, não — começa e fica ainda mais vermelho. — Estou com calor, na verdade.

Estou a ponto de questionar o porquê da roupa de frio, quando constato o óbvio.

— Você não tem outra roupa, certo?
Apenas gesticula que sim, constrangido.

— Porra. — Frustração me atinge como um soco no estômago. — Desculpe.Eu deveria ter lembrado. Ele estava agarrado à sacola de plástico. Seus únicos pertences.Quão fodido é isso?