Capítulo 11

93 19 0
                                    


Pete

Que ele esteja bem. Que ele esteja bem… Por favor, Deus, não deixe nada de ruim acontecer com ele.Tento abafar o som dos tiros, mas é inútil. A cada disparo, meu coração parece a ponto de sair pela boca.

Então silêncio.

Oh, merda.

Olho ao redor e não há absolutamente nada que eu possa usar como arma, exceto se o desodorante como spray de pimenta for uma opção.

Passos.Fico alerta.

— Pete, pode abrir.

Puta merda.Abro a porta em tempo recorde e nem penso a respeito, apenas corro em direção aos seus braços.

— Você está bem….

Sinto seu rosto roçar nos meus cabelos.
É real.Ele está bem… está aqui.

— Obrigada, Deus — sussurro, deixando todo o alívio me inundar.

Isto, é claro, até eu ver todo o sangue.Já ia dizer para corrermos para um hospital, porque por mais temporadas de Grey’s Anatomy que eu tenha visto, sou um zero absoluto com agulhas e sangue.Felizmente, ele disse que a maioria do sangue não é dele. O que significa que, de alguma forma, ele está sangrando.

Respire, Pete.

Ele parece estar bem e, com isso, empurro esta preocupação para algum canto da minha mente.
Vegas parece com pressa.E eu sigo o que este homem disser, na vírgula.Ele é o profissional, meu trabalho é não atrapalhar e tentar ficar vivo.Aceito a sua mão, tentando não desmoronar.Eu sabia que não ia ser bonito, mas nada me preparou para a visão dos corpos espalhados pelo andar de baixo. Bile sobe à minha boca, quando desvio do cadáver no início da escada. Sangue escorre, manchando o tapete.

É um dos homens do carro.Um dos tatuados.Eu não estava louco.

— É o cara do sedã — disparo.

— Tem certeza, lindo?

— Absoluta.

Vegas  tira uma foto com o celular.

— Vamos sair pelos fundos. Meu carro está na rua lateral.

Apenas aceno, tentando ignorar a ânsia e a visão de tudo que demorei anos para construir destruído.Não há outra palavra para descrever.
Destruição.As janelas, paredes, estante, meu sofá, tudo…

Ele percebe minha tensão e aperta minha mão.
Estamos vivos e é o que importa.Fecho os olhos ao passarmos pela lavanderia e quando estamos no quintal, não consigo mais aguentar. Corro até o arbusto e vomito. Meu estômago contrai, expulsando o pouco que tinha.

— Vai ficar tudo bem, Pete — diz, me segurando.

Não quero nem pensar na humilhação, apenas aceno que sim e me forço a continuar.O som das sirenes aumenta, conforme caminhamos pelas ruas.A chuva cai forte, nos deixando ensopados no pequeno trajeto até seu carro.

Vegas põe o carro em movimento e só quando saímos do bairro e pegamos a interestadual, relaxo sobre o banco. Aperto minhas mãos com força, desejando que parem de tremer. Seu olhar capta e vejo quando ele mexe no ar e então coloca sua mão sobre a minha.

É bom… sentir seu toque, seu calor…

Fecho os olhos, desejando que as circunstâncias fossem outras. Que não estivéssemos nos escondendo de novo, mas a realidade é essa.
O som inconfundível de uma ligação telefônica soa no carro e fico atenta.

— Caralho, V. — A voz inconfundível de Allan soa nos alto-falantes. — Espero que tenha uma desculpa boa pra ligar às…

— Fomos atacados — interrompe seco. — Van. Três albaneses. As mesmas tattoos da minha casa. Vieram por… — Olha na minha direção antes de completar a frase: — Ele.

Strong : VegasPete (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora