Capítulo 14

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Pete

Dois dias de silêncio.

Nada de retorno do tal mafioso e estou quase roendo as unhas de ansiedade. Vegas também está na expectativa, só não é tão transparente como eu, mas eu sei.Foco minha atenção no molho à minha frente.Ontem, já queimei a comida, o que é raro, mas estou tão aéreo que não me surpreenderia se acontecesse novamente.

Escuto-o atendendo ao telefone e falando algo em russo.Puta merda.Desligo o fogão e vou ao seu encontro.

— Não me fode, D  — xinga, andando de um lado para o outro. — Ok, nos vemos.

— Isso foi rápido — disparo. — E então?

— Precisamos de roupas novas e cair na estrada.

— Como assim?

— Vamos encontrar Dimitri pessoalmente. — Ok, eu não esperava por isso.

Encontrar a máfia russa. Calma.Pete.

— Desculpe, acho que imaginei que ele apenas fosse te falar o que descobriu.

— Seria mais fácil… — devolve calmo, enquanto eu já estou à beira de um ataque de pânico.

— Você vai falar com Kinn e Allan? Eles vão com a gente?

— Vou avisá-los, sim, mas vamos sozinhos.

— Sozinhos?

— Não temos alternativa.

Respire, Pete, você não estará sozinho.

— Vamos numa casa noturna, num território dominado pela máfia. Estaremos bem.

— Ok — balbucio, tentando não pensar muito a respeito.

Aproxima-se e me puxa para os seus braços.

— Infelizmente, nossa estadia aqui acabou… — Com o indicador, acaricia meu rosto, a íris  me fitando com tanta intensidade que é difícil raciocinar.

Se na primeira vez que fomos embora, já senti tristeza, agora é ainda pior.O que experimentei neste lugar, ficará para sempre na minha memória.

Vegas me mostrou tanto…

Nunca me senti como me sinto em seus braços.
Um bolo se forma na minha garganta, tenho medo de falar e minha voz denunciar a emoção que me toma.

— Pronta para ir atrás dos bandidos, Pete?

— Ao seu lado, estou pronta pra tudo respondo, forçando um sorriso no rosto.Se ele percebeu a voz embargada, não diz nada, só me puxa ainda mais para junto de si e toma meus lábios nos seus.Organizamos as coisas, nos despedimos de Val e Marie e partimos logo após o almoço.

— Vamos comprar as roupas no centro?

— Não, é arriscado.

A ideia de que, mesmo numa cidade tão pequena como esta, possa ter gente envolvida com a máfia albanesa é assustadora.

— Como faremos? — pergunto, pensando que não há a mínima possibilidade de usar o que tenho na mochila.

— Temos um contato no shopping de Seul, ela irá providenciar algumas opções e deixará na suíte que já pedi para Porsche organizar.

— Uau…  Seul ?

— Sim, é para lá que vamos. Daqui a duas horas devemos estar lá, e podemos descansar até a hora de ir para o local do encontro.

Tento me distrair durante o trajeto, olhar a paisagem, mas nada ajuda.Percebendo minha agitação, Vegas apoia a mão sobre a minha coxa. Nosso olhar se encontra, não falamos nada. A mensagem é clara: ele está comigo.Vai ficar tudo bem.Mordo os lábios e apoio minha mão sobre a sua.

Strong : VegasPete (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora