Garoto Barulhento

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Eu sou Keiji Akaashi, o garoto excluído da minha sala, eu até tentei falar com outras pessoas, mas elas só falavam comigo pra conseguir pegar as respostas dos deveres e conseguirem tirar alguma nota boa na prova. Como os outros só se aproveitam de mim, eu evito falar com outras pessoas e nem com as pessoas do clube de vôlei, eu só jogo com eles e não vou aos amistosos porque tenho problemas com os meus pais, eles não me apoiam ou sequer se importam comigo, eles são extremamente agressivos, mas isso ia mudar e mudou quando eu comecei a conversar com alguém que eu nunca conversava, isso aconteceu no dia 12 de agosto em uma segunda feira.

Mais um dia nesse inferno da escola, mas é melhor ficar aqui do que ficar em casa, falta pouco pra essa aula acabar e parece que a cada segundo eu estou mais perto de surtar,  não aguento mais essa professora falando e falando e eu tenho que escutar e anotar cada coisa que ela fala para ser o melhor da minha turma só assim para meus pais reconhecerem meus esforços, merda de vida. Continuo anotando e anotando cada palavra que pode ser importante para prova já que semana que vem inteira isso pode ser importante, parei de anotar quando escutei o barulho do sinal, finalmente, posso descansar. Neste momento estou em direção ao vestiário do clube, mas paro de andar quando escuto alguém gritar atrás de mim:


- HEY! HEY! HEY! - Me viro para trás e... Era o Bokuto, eu já imaginava. - Merda, o que ele quer?

- AGAASHE! - Por que ele nunca acerta meu nome?

- É Akaashi, o que aconteceu? - Era meu momento de descanso, eu apenas queria ficar quieto no meu canto.


O garoto olha pra mim e aparenta ter ficado mais desanimado com o jeito que eu falei, ok, eu falei de uma maneira seca.

- Você é bem inteligente né, né? Me ajuda pras provas da semana que vem? Favor, Agaashe.

- Eu não queria ajudar ele, e se ele só está fazendo isso pra depois fingir que eu não existo?

- Por que você não pede ajuda para alguém do 3° ano? Eu sou do 2°, acho que tem alguém que pode ajudar mais do que eu.

- Porque você é a única pessoa que eu não converso muito do clube e também o 3° é uma revisão de todas as matérias com alguns adicionais, eu sei que você não gosta de tanto barulho, eu prometo ficar quietinho. - Ele ficou insistindo e a cada palavra ele abria mais os olhos amarelos dele.


Ele ficou fazendo uma cara de coitado como se não tivesse ninguém pra ajudar até mesmo juntou as duas mãos como se estivesse orando pra mim ajudar ele, maldição... Pelo o que eu vejo no clube, ele não parece ser que nem aqueles idiotas da minha sala, vou ajudar ele.

- Ok, vou te ajudar com isso, mas tem um problema. - ele me olhou com uma cara de curiosidade. - que desculpa eu posso inventar? Já sei.


- Não tem como eu te ensinar depois dos treinos, tenho compromisso todos os dias. - Era mentira, na verdade é que meus pais NUNCA iam deixar eu ficar mais alguns minutos fora de casa, se eu me atraso 3 minutos, eles me batem e só falta me expulsar, eles acham que eu estou matando aula ou pegando alguém, que nojo deles.

- Mas antes das aulas, durante os intervalos e depois dos treinos, mas a gente vai ter que sair um pouco mais cedo. - Ele se empolgou demais e me deu um abraço. - Estava nítido no rosto dele a felicidade.

- SÉRIO? Beleza então, Obrigado Agaashe!

A única coisa que eu vi depois disso foi ele virando de costas mexendo os braços pra cima e pra baixo e gritando - HEY! HEY! HEY!

Fingi que nem conhecia ele e fui direto me trocar pro treino. Depois de um tempo eu saí do vestiário e fui para quadra na qual já estava com todos lá só faltando eu, o treinador pediu para todos sentarem, puxou um quadro branco, uma caneta e começou a escrever alguma coisa e explicar essa coisa, sendo totalmente sincero não prestei atenção no que era, afinal o clube não vai aumentar minhas notas e era só pra perguntar para qualquer um de lá que eles iam me explicar direitinho o que o treinador não é atoa que são viciados em vôlei. Eu apenas escutei uma parte.

- A gente não vai ter treino hoje porque vocês precisam entender isso para replicar no treino de amanhã. - Ele disse isso enquanto batia a caneta no quadro.

Eu até tentei olhar para o quadro e tentar entender alguma coisa, mas tinha uma cabeça de coruja na minha frente, eu queria que fosse piada, mas a cabeça do Kōtarō parece muito uma coruja, no caso, ele em si parece uma coruja.

- Viu Agaashe, a gente vai poder estudar um pouco mais hoje. - olhei para ele e concordei com a cabeça. - Quando ele liberou a gente, o garoto pegou a mochila e veio correndo na minha direção.

- Vamos! Vamos! Aonde a gente vai ficar? - Apenas apontei para um banco. - Ele se sentou e não parou quieto, ficou mexendo as pernas e se balançando.

- Caralho! Nem acredito que convenci você a me ajudar.

- Verdade. - Eu respondi, não acredito que vou ajudar você.

      

°a Dama e o Vagabundo || Bokuaka°Onde histórias criam vida. Descubra agora