Sumiço

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No meu quarto, dentro dele, no interior, há várias coisas e dentre essas coisas... Tem eu, deitado em uma cama, isolado da luz do sol, doente, apenas querendo se livrar das merdas do seus pais, dentro de mim, há nada... Um vazio completo, apenas solidão.

Dia 26 de setembro, quinta-feira. Acordo ao som do despertador do lado da minha cama, lentamente eu me levanto sentindo uma dor intensa em minha cabeça, meus olhos ardem de tanto chorar. Quando isso vai acabar? Tomo banho, me arrumo e não há ninguém em casa, apenas uma nota na geladeira.

"Não fiz comida, arrume a casa antes de ir para a escola e quando chegar faça a comida e arrume tudo de novo. Se eu ver um pó, você já sabe".

Que merda.

Nem doente eu tenho paz, amasso esse papel e o jogo no lixo, eu deveria fazer isso antes que eu me atrase. Falta uma hora e meia para o horário que eu saio de casa, normalmente eu ficaria esse tempo conversando com Bokuto, mas eu não vou.

Eu deveria comer? Não sei, estou com fome, mas não posso comer algo tão doce ou tão salgado, isso vai me deixar com enjôo... Então, talvez apenas ovos? Acho que não vai causar tanto mal para mim. Pronto, acabei com tudo que eu tinha pra fazer, agora só estou esperando dar o horário enquanto eu ando pela casa procurando algum lugar sujo e eu escuto meu celular tocar, era o Kōtarō, não via necessidade de atender, tanto que faltava poucos minutos para eu sair, na escola eu me encontro com ele.

- KEIJI, QUE PORRA ACONTECEU?! - No momento que eu cheguei na escola, Yamato grita comigo, não está cedo demais para isso?

- Que?

- NÃO ME VEM COM ESSA DE "QUE?", MANO, TÁ TODO MUNDO PREOCUPADO COM VOCÊ!

- Não grita, meu ouvidos doem. - Ele me deu um abraço forte.

- Desculpa, mas onde você tava?

- Em casa.

- O que aconteceu, então? Você faltou na segunda, terça e quarta.

É verdade, eu faltei esses dias. - Eu estava doente, não lembra?

- Eu entendo você estar doente, mas você não respondeu e nem leu as mensagens de ninguém durante esses dias, cadê o seu celular?

- Aqui. - O retiro de meu bolso e facilmente consigo ver o tanto de mensagens que me mandaram, eu não queria responder.

Enquanto eu pensava em uma desculpa, sinto alguém me abraçando com tudo que faz eu cair, tento olhar e vejo cabelos de cor cinza. Ele se afastou de mim segurando meus ombros e era totalmente visível seus olhos com lágrimas.

- AGAASHE! - Ele me abraçou novamente com mais força.

- Por que não respondeu as minhas mensagens? - Sua voz trêmula dizia para mim.

- Desculpa, eu não sei. - Ele se levantou e me ajudou a me levantar também.

- Cara, eu sou seu namorado e mesmo assim seus amigos estavam preocupados contigo, você não respondeu nem o Yamato, vocês vivem junto.

- Bokuto, eu acho-. - Antes que o Yamato terminasse, Kōtarō o corta.

- Não! É super estranho isso, eu até consigo entender ele não contar pra mim, a gente começou a namorar há pouco tempo, mas e você? Vocês se conhecem há bastante tempo. Ele some do nada, deixando eu sem dormir de preocupação e agora ele chega falando que não sabe o que aconteceu? Não dá pra entender.

- Bokuto! Cala a porra da boca! - o garoto exclama.

Os dois olham para mim, não sei o que dizer. - A gente pode conversar?

°a Dama e o Vagabundo || Bokuaka°Onde histórias criam vida. Descubra agora